Vinte e um

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E foi naquela viagem que todos souberam que eu era do Mike e o Mike era meu

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E foi naquela viagem que todos souberam que eu era do Mike e o Mike era meu.

Não de uma forma possessiva, ok?

Com ele eu aprendi o que era ter um relacionamento saudável. Não me afastei de nenhuma das minhas amigas e não parei de falar com o Danny ou com nenhum outro menino que eu já tivesse uma relação de amizade.

Passamos o ano novo em Pittsburgh, onde o apresentei a minha mãe. Ela gostou bastante dele e em poucas horas já estava tratando ele como se fosse filho. Nos fez prometer que voltaríamos lá nos próximos feriados.

Continuávamos saindo a festas juntos e, quando ele não podia ir comigo, não haviam brigas ou discussões por eu ir sem ele e vice-versa. Confiávamos muito um no outro, então não havia margem pra brigas por ciúmes.

Por fim, as aulas retornaram em janeiro, mas dessa vez sem que nenhuma doida pulasse no colo dele no primeiro dia de aula. As matérias se intensificaram, mas todos os dias da semana tirávamos duas horas para estudarmos juntos. Queríamos ter notas altas para entrarmos em uma boa faculdade e, quem sabe, até estudarmos no mesmo campus.

Eu mantinha o acompanhamento psicológico, mas agora era mais como se eu batesse cartão. Doutora Amélia falava coisas que, ao meu ver, eram absurdas. Ela me confrontava de uma forma surreal. A última foi:

— Fico satisfeita que você esteja em um relacionamento saudável agora, mas nunca te passou pela cabeça que você esteja fugindo dos seus conflitos passados?

— Sinceramente, não.

— Eu tenho receio que você esteja se apoiando tanto em Michael que, se algum evento ruim acontecer, todos os seus problemas emocionais passados possam vir a tona. Não curamos ansiedade e vício, mas lutamos contra eles diariamente, Annelise. Quero que saiba disso. Hoje pode parecer algo que já foi, passou, mas entenda que continua aí dentro de você. Enquanto não tratar o que te fez cair, você não estará isenta de voltar ao seu momento sombrio.

Essa doutora parecia mais a mensageira do apocalipse do que uma psicóloga propriamente dita. Tudo o que ela me disse, verdadeiramente aconteceu. Não por ela ser vidente ou qualquer coisa do tipo, mas por ela não estar acometida da cegueira seletiva a qual eu estava.

Em meados de março, como uma verdadeira bomba, tudo explodiu na minha cara.

Porém, antes de irmos a tragédia, vamos começar pela parte boa. Eu estava sentada na arquibancada depois da aula com a Karen, enquanto adiantava algumas lições durante o treino do Mike, já que naquele dia não tivemos ensaio. Depois que o treino acabou, os meninos se dirigiram ao vestiário e eu guardei meus cadernos na sua espera.

Se passaram exatamente trinta minutos e nada do Michael sair. Até o Danny já havia saído com a Karen e ele nada. Eu estava seriamente cogitando a hipótese de que ele tivesse saído pelo outro acesso ao vestiário e me esquecido. Me levantei e me dirigi à saída, contudo parei de andar quando ouvi meu celular dar um bip de mensagem.

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