❥ Medo do amor ⭞ᴮᵘᵍʰᵉᵃᵈ

Nunca mais

[...]

Quando entrei em casa pela porta da frente, Veronica deu um pulo do sofá onde estava.

— Por Deus garota! Por onde andou?

— fui dar um volta pela cidade. Digo, ainda irritada

— Poderia ter ao menos me avisado? Diz Veronica, preocupada

— desde quando você é minha mãe? Pergunto seca.

Sei que não deveria ser tão grossa com a única pessoa que se importa comigo, tanto que me arrependo no mesmo segundo.

— Não sou sua mãe, apenas estive preocupada... — continua — Você mesma sabe que anda meio-

— Idiota? Deprimida? Sofrendo? — interrompo.

— Não, eu ia dizer que você está vulnerável, me preocupo com você. —diz

— Claro, me desculpe, últimamente não tem sido fácil, você sabe disso... —Falo, me inclinando para um abraço.

O silêncio toma conta daquela pequena sala, já são quase 20:00 da noite.

— Sabe Veronica... — Começo — Acho que você deveria sair para se divertir, não quero que se afunde junto comigo.

Ela fica quieta por alguns instantes.

— tenho uma ideia melhor, fiquei sabendo que amanhã terá uma festa na piscina, na casa do Sweet Pea, o que acha de irmos juntas? — Sugere.

— Sem chance! — Falo.

— Qual é Betty, vai ser legal...

— Não eu não consig-

— Pense hoje, me dê a resposta amanhã, sim? Lembre que se você não for, eu também não vou. — Diz, fazendo chantagem.

É golpe baixo, Veronica.

— Tudo bem, mas não crie falsas expectativas — falo — Vou para o meu quarto, tentar dormir.

É só o que tenho feito últimamente.

— Beijos, Bee, Boa noite, eu te amo. — diz a morena.

— Também te amo.

Subo para o meu pequeno quarto, que fica do lado do quarto de Veronica.
Deito na cama, antes mesmo de tomar banho, meus pensamentos voam até Cheryl...

"é sempre sobre você", Suas palavras voltam a me assombrar, como acontece todo santo dia.

Saia daí, Cheryl, não é o seu lugar.

O toque... O toque dela... Seu beijo confortante no final de um dia ruim...
Eu precisava dela, eu sobrevivia dela, e agora de repente não ter mais, e pior é a dor de saber que nunca mais vou tê-la de volta. Nunca mais vou ver seu grande sorriso ao me ver chegando, ou o seu brilho no olhar toda vez que eu falava o quanto a amava... E amo, amo muito, e é por esse amor e apego que eu sofro tanto com a sua partida. O vazio que ela deixou, e a culpa... Ah, a culpa... Foi toda minha

Merda! Nunca mais vou amar e nem me apegar a ninguém. Prometo a mim mesma.

Sem ao menos perceber, meu olhos enchem de lágrimas, é assim toda vez que penso nela, é por essa razão que não falo sobre isso com ninguém.

Você é forte, Betty, já passou por muitas dificuldades, já foi ao inferno e voltou... Você é forte.

Não, eu não sou forte, não quando se trata dela.

Eu desabo em lágrimas, o desespero toma conta de mim.

Ela... Não existe nada além dela

Veronica, que estava indo ao seu quarto, me escuta chorando, quando abre a porta, a expressão de seu rosto muda, ela Realmente sofre muito por me ver assim.

— Oh minha menina... Eu estou aqui tá bom? — diz me abraçando.

Ela me acalma, de um jeito que ninguém mais consegue, e não me julga em momento algum.

Essa é minha irmã, irmã de outra mãe

Choro até pegar no sono, em seu colo.