Os Originais

Cap 3 : Definição equivocada de invasão

Eles voltavam pela estrada cercada por árvores,o mesmo trajeto que os levou aquela confusão até chegarem a cidade onde passaram a se mover com mais cautela, pelas sombras com apenas a iluminação da lua e algumas pequenas torres de energia como guia. As casas denunciavam que a maioria dos moradores estavam dormindo e a quietude servia de confirmação.
-Estou bem curioso pra saber como irá explicar pra você sabe quem que nossa amiguinha aqui levou uma facada na perna.-O garoto sorriu ao ver a amiga andar mancando e com certa dificuldade.
-Disse o cara com o olho roxo.-Ela respondeu fria
- Tem certeza que não quer que eu te leve nas minhas costas?.-O homem falou observando-a com receio,não é como se ele estivesse tão preocupado mas se você sabe quem fosse descobrir sobre isso queria pelo menos passar a imagem de uma pessoa gentil.
- Eu só me machuquei,isso não quer dizer que me tornei uma inválida.-Ela bufou fortemente,parecia um touro irritado,mas o motivo disso era outra coisa e seu semblante pensativo não passou despercebido pelos dois.
- Ei,eu sei que você usou sua originalidade e tá tudo bem,só não quero que como a maioria das pessoas,se torne completamente dependente dela e a use de formas banais,deve saber se virar porque algum dia pode ficar sem e sabe que não são um estoque infinito,existem limitações para o quanto pode usar.-O homem disse gentilmente.
- Agora vem a parte mais difícil,para podermos terminar essa missão devemos invadir o castelo.-Disse ele olhando pros dois jovens. Então o homem foi em direção ao portão principal discretamente e chochichou com um guarda real que permitiu a passagem deles,um esquema que já estava combinado.
-Você tem certeza de que os habitantes estão dormindo certo?.-O homem perguntou.
-Absoluta.-E o guarda respondeu firmemente. Logo após isso,os três seguiram furtivamente pelas laterais dos muros até adentrarem por uma pequena janela que dava direto na cozinha do piso inferior. Estava escuro e eles foram por debaixo das mesas lotadas de comidas.O salão principal que também estava completamente sem luz e não tinha sinal de uma alma viva naquele lugar.
-Olha,vocês vão para os quartos então,acho que no fim vai dar tudo cert....-A fala do homem foi interrompida pelas luzes vindas diretamente do lustre que percorreram todo o ambiente fazendo os olhos dos três fecharem no mesmo instante por conta da claridade repentina.

-Arthur,Erza e Matt espero que vocês tenham uma ótima explicação pra isso que eu estou vendo aqui.-Uma voz de mulher ressoou pelo salão fazendo com que os dois jovens se escondessem um pouco atrás de Arthur que mantinha o corpo levemente recuado. As expressões da mulher não eram nem um pouco amigáveis.
-Pelo visto Erza terá de assumir o posto de líder pelo triste falecimento do nosso.-Disse uma menina logo atrás de cabelos cujo a cor não saberia exatamente definir,o mais próximo que conseguiria seria dizer que são levemente alaranjados,combinava seus olhos tão castanhos,uma diferença interessante com a irmã mais velha atrás de si com os cabelos completamente pretos e olhos azuis como gelo. As feições da senhora de cabelos castanhos,olhos vermelhos e curvas mais opulentas permaneciam rígidas,estava visivelmente irritada.
-Matt,tire esse capuz agora.-Ela ordenou,assim foi revelado a imagem de um olho com tonalidades roxas e sobre a pele negra do rapaz,a reação da mulher foi de completo choque antes de fuzilar Arthur com um olhar que dizia que se pudesse mandaria cortar sua cabeça em praça pública, aproximou-se do garoto segurando seu rosto entre as mãos em uma análise minuciosa dos machucados.
- Eu disse que não queria você levando eles pra essas suas missões.-Ela disse séria com uma voz que parecia mais uma ameaça do que um aviso.
-Não era pra ser algo difícil,fomos pegos de surpresa.-Ele respondeu escolhendo as palavras com cuidado,sabia que deveria ter sido mais cuidadoso com as crianças,sentia culpa mas não arrependimento.A mulher voltou sua atenção para Erza que até o momento tinha ficado quietinha para evitar levar maiores broncas,sentiu seus cabelos serem acariciados pela matriarca desse castelo e seu rosto colocado entre as mãos dela.
-Vocês vão para seus quartos,ao contrário de Arthur que terá uma pequena conversa comigo na sala de reuniões certo,Arthur?.Ela disse,mais como uma ordem do que um pedido.
-Certo,Amélia.-Ele respondeu por fim.
-Antes de irem tem algo mais que desejam me contar?.- Ela perguntou na esperança e como nenhum deles a respondeu e pelo falo de conhecer muito bem as três peças na sua frente olhou diretamente pra Matt por alguns segundos.
- Erza levou uma facada na perna.-O garoto disse,o que fez os olhos de todos se arregalarem,pelos seus parceiros da missão de hoje parecia como um delator do esquema e para a mulher aquilo foi o cúmulo da noite.
-Uma facada? É sério isso?!Eu não esperava que essa missão de reconhecimento envolvesse armas,Arthur!.-Ela disse exasperada. Os três jovens foram pelas grandes escadas do salão principal em direção aos aposentos enquanto Amélia e Arthur se dirigiam para a sala de reuniões para conversarem sobre o ocorrido do dia.
-Não acredito que foram sem mim,sou só dois anos mais nova que vocês mas já sei me virar também!.-Disse a garota olhando para sua irmã e seu amigo.
- Eu sei que sim,mas ainda não é a hora.-Erza disse afagando seus cabelos que lembravam muito o de seu pai e depois virou para encarar Matt ainda encabulada pela sua delação em relação a facada,nem tinha sido algo tão grave apesar de ainda estar mancando e tendo que se sustentar na irmã para não tropeçar nos degraus
-Veja pelo lado bom,eu nem falei que quase fomos baleados também.-Ele disse rindo,Erza teria ficado irritada se não fosse pelo olho roxo que dava um contraste engraçado.
- Eu vou ajudar com os ferimentos,mas amanhã cedo provavelmente teremos que ir a academia para aquelas aulas chatas então podem se preparar logo,não quero vocês reclamando ao ponto de me fazer chegar atrasada.-Disse a garotinha seriamente.