— Podemos ir agora. — Minha mãe anuncia assim que pego minha pesada mala e mochila antes de fazer o meu caminho pelas escadas pequenas, passando direto pelo meu padrasto e meus irmãos mais velhos que estavam esperando na escada. Minha mãe olhou para mim confusa, como se quisesse que eu dissesse algo a eles, mas me recusei a fazê-lo.
Especialmente para ele.
Faz onze anos desde a última vez que eu vi meu pai biológico, e para ser honesta, eu tinha apenas cinco anos quando ele foi embora, então eu realmente não sabia como ele era. Minha mãe decidiu proibir meu pai biológico de me ver, mas isso não o impediu por cerca de dois anos. Durante esses dois anos, minha mãe e eu continuamos viajando para lugares diferentes e incomuns para que pudéssemos evitar a presença dele. Mas naquela época, eu era jovem e estava em meu próprio mundinho cheio de contos de fadas onde eu não precisava me preocupar com o divórcio dos meus pais.
Quando fiz quatorze anos, minha mãe se casou de novo com um homem que eu desprezo desde que o conheci, por fingir ser meu pai e por me tratar da pior maneira quando minha mãe não estava por perto. Eu finalmente me cansei e implorei a minha mãe para que me deixasse morar com meu pai, que aceitou imediatamente antes mesmo de terminar a frase.
— Sentiremos sua falta. — Meus meio irmãos disseram simultaneamente, a tristeza entrelaçada em suas vozes enquanto suspiravam pesadamente.
Eu sorri para os dois gêmeos. Eles me apoiaram quando eu mais precisei deles e me defenderam quando eu precisei.
— Eu vou sentir a falta de vocês também, mas agora sabem que eu preciso ir.
Ambos assentiram e me abraçaram um por um antes d'eu dar adeus a eles. Eu olhei para o meu padrasto que apenas deu de ombros. Eu me virei para ver se minha mãe estava olhando, mas ela já estava no carro. Ótimo. Limpei a garganta e peguei minhas malas antes de deixar meu passado completamente para trás.
[...]
A viagem de quatro horas foi deprimente, admito. Eu me senti mal por deixar minha mãe com meu padrasto, mas eu precisava sair de lá, e eu sabia que meus irmãos adotivos iriam proteger nossa mãe como eles me protegiam.
Depois do longo e desconfortável silêncio, minha mãe franziu a testa para o lugar como se nunca o tivesse visto antes. Meus olhos se arregalaram com a enorme casa de aparência cara que apareceu quando minha mãe dirigiu para a ampla entrada de carros e ao redor de uma pequena fonte de água. Ela estacionou o carro em frente as portas duplas da casa.
Três pessoas estavam na frente da porta com sorrisos largos e olhos curiosos fixados no SUV. Eu brincava com o cinto de segurança, a inquietação se instalando no fundo do meu estômago. Minha mãe saiu do carro primeiro e disse um oi rápido para as pessoas antes de ir até o porta-malas para descarregá-lo. O homem de cabelos castanhos escuros e olhos verdes elétricos manteve a hesitação quando se aproximou da porta do passageiro e lentamente abriu-a, revelando-me.
Limpei minha garganta e saí do carro com um sorriso nervoso enquanto meus olhos vidravam sobre as outras duas pessoas. A mulher de cabelos loiros e olhos castanhos parecia ansiosa, com uma garota ao seu lado que não conseguia conter sua excitação. Ela tinha os cabelos cacheados e os olhos castanhos.
— Querida, me ligue quando você estiver mais calma. — Minha mãe sussurrou enquanto me abraçava com força antes de dar um beijo na minha bochecha.
Eu balancei a cabeça e a observei entrar no carro, dirigindo incrivelmente rápido para fora da garagem e saindo pela estrada escura e silenciosa até que o veículo estivesse fora de minha vista. Eu engoli em seco e me virei para ver meu pai com os olhos verdes suaves, olhando para mim.
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Hidden Secrets - adaptation noart.
Fanfiction+ noart ||.❝ você precisa suportar duas ou três larvas se quiser conhecer a borboleta.❞ Noah Carter é o típico "Bad boy" de sua escola. Faz o que quer e sempre tem todas as garotas aos seus pés, ou melhor, quase todas. Pois Sina é a única garota da...