Surgirá uma nova geração, a dos Hyngh ou Rings!

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Tudo que estamos vivenciando não irá mudar nossas vidas, já mudou. Tento aqui traçar algumas situações e cenários em que eu, num exercício, procuro ver além dessa tempestade, algumas implicações e desafios que teremos.

Quando ouço hoje de alguns expoentes da nossa sociedade que aquele mundo em que vivíamos não existirá mais, fico meio ressabiado, talvez não será bem assim.

Lembro-me de quando fui a primeira vez a Noruega e me foi apresentada a cachaça de batata, chamada por eles de aquavita ou akvavit. Foi uma surpresa para mim pois não conhecia e nem sabia que podia ser produzida a partir da batata. Mais surpreso ainda fiquei por saber que o povo tinha sobrevivido as agruras da Segunda Guerra Mundial, dentre outras coisas, graças a batata. Era o vegetal que dava para plantarem e usaram para fazer derivados, dentre eles a cachaça, que também serviu como uma forma de espantar o frio, ou seja, a batata que já existia antes, durante e depois da guerra, não foi esquecida em nome de um novo mundo no pós-guerra, pelo contrario, eles até hoje tomam essa cachaça, orgulhosos, pois faz parte da historia deles a muito tempo.

Pode ser que nada mude assim tão drasticamente, mas como no caso dos noruegueses sejam mantidas as coisas boas e descartadas as ruins. Pensando bem, lembrei que nem as ruins eles jogaram fora. Teve um dia que vi uma enorme bola de aço num pedestal de pedra no meio de uma praça e perguntei ao meu anfitrião norueguês o que era aquilo, ele então me respondeu: "A German Gift", ou seja, era uma bomba alemã que fora jogada sobre eles. Decidiram a manter ali (desarmada é claro) desde o fim da guerra, a mostra, para que não se esquecessem do tempo sombrio que viveram.

Tudo vira história, coisas boas e ruins.

Existem estruturas que só podem funcionar da mesma forma que eram antes, não tendo inovação tecnológica que as mude, apenas ajude. Por exemplo, os treinamentos físicos, como a formação de equipes de alto rendimento, tais como futebol, vôlei, basquete, lutas, entre outros. Como se cria algo alternativo nesses tipos de modalidades onde o contato é inevitável? Sendo parte inerente ao oficio e até mesmo almejado pelo público que assiste, esse contato entre as partes. Nesse caso, não tem automação, realidade virtual ou mesmo robôs que possam substituir esse desejo, que vem desde a Grécia Antiga, de ver seres humanos disputando entre si, seja em campos, quadras ou arenas. É algo que está intrínseco a nossa natureza. Claro, que nesse período de confinamento os profissionais da área se reinventaram brilhantemente e criaram protocolos de treinos adequados a situação e isso pode até vir a ser incorporado, mas foi dito também de forma unânime por esses mesmos profissionais, que nada substitui o trabalho físico ao vivo, nos locais reais das modalidades. Afinal, como treinar um lançamento de 50 metros feito num campo de futebol dentro de um apartamento ou no quintal de casa, não dá.

Obviamente, tudo que envolva o background para que esses eventos aconteçam irá ser diferente, com o aprimoramento e o surgimento de empresas especializadas em criar e dar suporte para que esses eventos aconteçam da melhor forma possível, da forma mais segura para todos, tanto público quanto atletas. Protocolos, normas, regras e leis já surgiram e outras ainda irão surgir.

Após a pandemia será diferente?

Não me sinto confortável em fazer futurologia, existem especialistas no tema, mas posso, nesse momento, me valer da história para tentar entender o futuro. Inspirado no pouco que conheço do comportamento e sentimento humano, me permitir vislumbrar o que temos pela frente. Sim, porque valores como amizade, empatia, solidariedade e principalmente o amor ao próximo não mudam, pelo menos para mim não mudou. Faço aqui um parenteses e afirmo que todos somos seres que amam, todos temos essa capacidade, uns mais outros menos, mas em geral, quando nas empresas, esse sentimento tão inerente não aparece tanto, porque demostrá-lo pode parecer como um sinal de fraqueza para alguns, afinal até então, a competitividade era uma exigência de mercado, onde só os mais fortes sobreviviam. Ledo engano para alguns, pois vejo como um dos caminhos a serem adotados a partir de agora (sempre foi), onde cada vez mais teremos que deixar o amor nos guiar para que tudo fique mais leve, mais suportável, mais humano. Voltando, esses sentimentos surgem mais fortes nesses momentos, como que nos mostrando naturalmente o caminho a ser seguido, para a retomada, o recomeço, a reconstrução física e mental de todos.

Surgirá uma nova geração, a dos Hyngh ou Rings!Where stories live. Discover now