Semanas depois....
Contemplo a lua através da varanda de vidro. Nunca antes me senti tão sozinho e desolado quanto agora. Parece que eu morri a cinco semanas atrás.
Minhas esperanças de Alexia acordar são cada vez menores. Ela não reage a nada. É como se ela tivesse entrado em estado vegetativo.
Três semanas atrás, o doutor Paulo me informou que o estado de saúde dela estava estável, ela sairia dos aparelhos, e esperariamos ela acordar, porém —Como um balde de água fria— Ele me disse que caso ela acordasse corre grandes riscos de ficar com graves seqüelas. Segundo ele, exames foram feitos e descobriram uma pequena fratura em sua coluna, que dias após foi operada e que esperamos suplicando que a cirurgia tenha dado certo.
Para a minha surpresa, Luísa, mãe de Alexia foi visita-la quase todos os dias no hospital. E sempre chora muito. O menino Gabriel está sendo cuidado pela Débora e o Tito. E sobre o miserável do Grego não quis mais saber notícias.
Ouvi René comentando com Luísa que ele está fugindo. Parece que a polícia federal invadiu o "escritório" dele, e o delegado responsável pela invasão não conseguiu encontrar o Daniel em lugar algum.
As investigações infelizmente chegaram ao Thiago, que imediatamente pagou uma fiança de milhões. Nem me perguntem de onde ele tirou tanto dinheiro que eu não vou saber.
—Senhor? —Uma das minhas ajudantes chama batendo na porta.
—Sim? –Respondo entrando no quarto novamente.
—Tem uma pessoa querendo vê-lo.
—Quem é?
—Indentificou-se como Delegado Árias.
Estreito as sobrancelhas. Mesmo sobrenome do Thiago.
—Ok Cinthia, avise que vou descer em cinco minutos.
Vou até o closet onde visto uma roupa mais adequada. Com um sentimento ruim saio do quarto. Desço as escadas e vejo um homem moreno sentado no sofá. Ele parece agitado. Contorce os dedos sem parar.
—Boa noite. —Digo tomando a atenção do homem.
—Boa noite, eu sou Fernando Árias,—Se apresenta estendendo a mão. Aperto ela e em seguida cruzo os braços. —Desejo conversar com você. —Olha para os meus seguranças. Colocados depois do incidente com o Daniel no hospital. —Sozinhos de preferências.
—Sobre o que quer conversar?
—Tenho informações que você precisa saber. Caso de vida ou morte.
Engulo em seco.
—Me acompanhe.
***
—Então Doutor, o que tem para me dizer? –Aponto a cadeira a minha frente. Estamos em meu escritório. Ele acomoda-se.
—Não sou de rodeios Eduardo, então vou direto ao ponto. –Estala a língua —O príncipe do tráfico está Armando para você.
Me engasgo.
—O QUE? —Digo ainda tossindo —Por que?
—Por causa da mulher dele.
—Mulher dele não. –contradigo. —Como você descobriu tudo isso afinal?
—Fui o delegado responsável pela invasão no morro. Eu encontrei papéis valiosissimos naquele lugar. Encontrei um plano totalmente arquitetado para te executar. —Massageio as têmporas. —Fotos suas, da sua família, dos seus amigos, fotos suas em lugares que você vai, no hospital, e até mesmo com o filho do Daniel no colo.
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O Príncipe Do Tráfico
Teen Fiction-O alemão é meu! E ninguém vai ser capaz de tira-lo de mim! +18 escrito por uma -18, contraditório não? Capa: @atelieCGS