— Ahh, aí — gemia constantemente Arthur, com sangue escorrendo em seu rosto — droga escorreguei bem no final. Pelo menos não devo ter quebrado nada
Ao ouvir a voz, Danjo atravessou o Arbusto com tudo, e foi então que seus olhos se cruzaram com os de Arthur, deixando ambos sem reação.
— Por que você tá só de cueca cara? — questionou Arthur duvidando da própria veracidade do que via com os olhos. Sua vista foi escurecendo e lentamente foi perdendo o controle de seu corpo, até vir a cair no chão desacordado.
— Querido o que está acontecendo aí? — perguntou a mulher, incomodada com o súbito silencio.
— Olha meu amor o que eu achei, vamos adotar pra nós? — respondeu Danjo após sair dos arbustos arrastando Arthur desacordado.
— Pelos deuses, o que um jovem está fazendo aqui perdido e todo machucado?
— Não sei o que ele estava fazendo aqui, mas veja isso — disse Danjo apontando para uma enorme corda que vinha do topo da montanha.
— Você acha que ele conseguiu escalar até lá em cima?
— Não meu amor é quase impossível escalar isso, eu acho mais provável ele ter vindo de lá mesmo — Bom que seja, vamos embora, deixa esse moleque aí — completou o homem vestindo rapidamente suas roupas.
— Mas é claro que não vamos deixar, olha ele está machucado.
— Meu amor, ele não é um passarinho que caiu do ninho não.
— Eu não vou embora enquanto ele não acordar — respondeu ela enquanto desviava o olhar emburrada.
— Pelos deuses Helen, desde quando nos preocupamos com os outros meu amor? — falou o homem se ajoelhando e segurando as mãos de sua companheira.
— Somos golpistas, mas não deixaria alguém morrendo sendo que posso ajudar — respondeu Helen soltando suas mãos ainda mais irritada.
— Tá bom, tá bom, ele acordando iremos partir. Tudo bem?
Helen assentiu e após cuidarem dos ferimentos de Arthur ficaram aguardando o jovem acordar sentados ao seu lado.
Ambos estavam cochilando no pé da montanha, quando ouviram outro barulho vindo do mesmo local.
— Você ouviu isso meu amor? — sussurrou Helen, acordando assustada.
— Pelos deuses, só quero chegar logo na capital e descansar na melhor pousada — resmungou Danjo se levantando.
— Tenha cuidado.
O homem novamente entrou no meio dos arbustos, porem foi surpreendido por Aygon que também estava entre eles.
— AHHHH — gritou Danjo assustado.
— AHHHH — repetiu Aygon se assustando com o grito inesperado de Danjo.
Os gritos acordaram Arthur, que levantou com a respiração ofegante.
— SILÊNCIO — Gritou bem mais alto Helen.
Todos ao ouvirem, se calaram.
— Quem são vocês? — Perguntou Aygon saindo do arbusto ao lado de Danjo.
Aygon ao olhar Arthur se levantando com arranhões, hematomas e com a cabeça enfaixada, já sacou uma faca que estava alojada em sua calça.
— Ei ei calma aí colega — disse Danjo ao lado dele, colocando disfarçadamente as mãos sobre a espada em sua cintura.
— É Aygon eu me machuquei um pouco, cai enquanto estava descendo, e fui surpreendido aqui em baixo por esse cara que estava quase nu.
— Por que você atacou meu amigo nu? — perguntou Aygon apontando a faca para o homem.
— Meu marido não atacou ninguém — exclamou Helen entrando na frente de Danjo.
Ao olhar para Helen Aygon conseguia ver uma luz azulada clara, emanando de todo o corpo dela.
— "Reúna 4 pessoas, porém essas pessoas não são pessoas comuns, você irá saber quando as encontrar "— Se lembrou das palavras de Totorios.
— Então é isso que ele quis dizer, quando falou que eu iria saber — resmungou Aygon.
— Ei moleque não vai me dizer que você também caiu e bateu a cabeça? — questionou Danjo.
— Você está falando sozinho Aygon? está tudo bem? — disse Arthur
— Ah desculpe, agora me falem quem são vocês — disse Aygon olhando fixamente para Helen.
— Olha não interessa para vocês, eu tinha um combinado, mas agora já está tudo certo então iremos embora — exclamou Danjo pegando na mão de Helen.
— Combinado? Espere aí por favor, então é vocês que vão para Catagan? — perguntou Aygon.
— Já disse que não interessa pra vocês.
— Estamos indo pra Catagan sim — respondeu Helen.
— Por que você está dando ouvido pra ele meu amor?
— Vocês estão com dois cavalos, poderiam dar uma carona para a gente? — perguntou o jovem Aygon.
— Não — exclamou Danjo
— Sim — disse Helen ao mesmo tempo, enquanto ambos montavam em seus cavalos.
— Pelos deuses, como eu fui me apaixonar por uma mulher tão complicada assim — Já que é assim vamos no mesmo cavalo meu amor, não quero esses pirralhos perto de você.
— Não querido, não quero correr o risco de eles roubarem um de nossos cavalos.
— Eu vou ir com a senhorita — falou Arthur já se preparando para subir no cavalo em que Helen estava, porém, sendo interrompido por Aygon que segurou seu braço.
— Deixa que eu vou com a moça Arthur, afinal você já tem uma ligação com o peladão.
— Já estou arrependido de ter vindo com você Aygon — falou Arthur se direcionando ao cavalo de Danjo, com um olhar entristecido estampado em seu rosto.
Todos se acomodaram sobre os cavalos e partiram rumo a Catagan.
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Regressão: A quebra do espelho
FantasiAs pessoas necessitam de um propósito, pois somente assim conseguiram dar um sentido para suas existências. Aygon não se difere dos demais, um jovem que esconde um grande segredo, carregando em sua vida várias dúvidas e perguntas sem respostas. En...