Refúgio-Livro II

1

Eliza

Ele me olhou pela ultima vez, entregou a folha depois de ter assinado, e era a minha vez.

"Eliza Costa"

Talvez a assinatura mais aliviante da minha vida, a assinatura do divórcio.

Entreguei a minha advogada que entregou ao juiz, e então, eu estava divorciada.

O meu casamento com Eduardo não havia sido um grande desastre apesar de não ter durado sequer 5 meses.

Eduardo nesse tempo se esforçou muito pra me fazer feliz, era sempre uma coisa nova, um presente, o objetivo de vida dele nesses 4 meses e meio foi me fazer esquecer o Arrascaeta.

Talvez eu e Eduardo tivessemos percebido que estavamos perdendo tempo, muito tempo tentando fazer com que o casamento desse certo.

Nosso término foi amigável, uma decisão de ambos.

(...)

Sai da sala do juiz.

-Eliza! -Eduardo falou e eu me virei pre ele- Tchau...

-Tchau... -Sorrir e abracei ele

Dei um sorrisinho e sai, senti o vento frio de Curitiba nos meus cabelos, estava com uma sensação de alivio enorme, alivio por não enganar mais a Eduardo, e criar esperanças nele de achar que eu um dia esqueceria o Arrascaeta, mas a verdade é que eu nunca ia conseguir.

Sim, eu estava morando em Curitiba, 2 semanas depois de casarmos, Eduardo recebeu uma proposta de emprego aqui, eu não queria sair do Rio, mas quando comentei sobre isso no escritório, eles me disseram que podiam me transferir para o de lá.

Então eu aceitei.

Já tinha uma semana que eu e Sofia tinhamos saido da casa de Eduardo e estavamos em um hotel.

Voltariamos ao Rio hoje mesmo, eu estava morrendo de saudade de Marta, de Laura, de Gustavo e Gabriel, e principalmente do Arrascaeta.

Eu conversava com meus amigos por celular, mas só o básico, eu não tinha muito tempo, trabalhava o dobro do que trabalhava no Rio.

Fui caminhando até o hotel, entrei e Sofia estava com a babá, ela já tem um ano e 3 meses.

-Como foi? -Luiza falou- Deu tudo certo?

Luiza era uma senhora de mais de 50 anos, era um amor de pessoa, e cuidou super bem da Sofia durante esses 4 meses.

-Deu -Falei sorrindo-

-Vai ser feliz então menina! -Ela falou passando a mão no meu cabelo- Sentirei falta de você e da Sofi..

-Ah Luiza, também vou sentir sua falta, e a Sofia também -Falei sorrindo e abraçando ela- Vou tomar um banho, me arrumar e arrumar a Sofi, vamos para o Rio ainda hoje!

-Eu posso levar vocês ao aeroporto? -Falou-

-Claro - Falei, e fui tomar o banho-

Vestir uma calça jeans, uma blusa de manga branca soltinha, um tênis preto, deixei meu cabelo solto e fiz uma maquiagem leve.

Dei banho em Sofia, vestir uma calça e uma blusa moletom nela, um tênis e penteei seu cabelo deixando a franjinha bem arrumada, ela sorriu ao se olhar no espelho e me deu um beijo na bochecha.

-Quer ajuda com as malas? -Luiza falou- São muitas!

-Quero sim!

Pedi pra Sofia ficar sentada na cama do hotel enquanto eu descia com Luiza e colocava as malas no carro dela.

Descemos com as malas, realmente eram muitas e estavam pesadas, mas tudo valia a pena quando eu pensava que estaria voltando para o Rio.

Voltei, peguei a Sofi, uma bolsa de mão e uma mochilinha com as coisas dela.

(...)

"Atenção passageiros do vôo 124 com destino ao Rio de Janeiro, por favor, comparecer ao portão de embarque"

-Ah.. -Luiza falou com os olhos cheios de lágrimas- Vou sentir saudade de vocês minhas meninas...

-Ai meu Deus Luiza -Falei abraçando ela- Sentiremos falta de você também, muita, obrigada por tudo que fez pela Sofi.

-Foi um prazer cuidar dela -Luiza falou dando um beijo na bochecha de Sofia- Posso visitar vocês no Rio?

-Mas é claro! Quando quiser. -Falei sorrindo- Tchau Luiza, obrigada por tudo.

Ela sorriu e nos deu um último abraço.

-Tchau Tia Luiza - Sofi falou.

-Tchau meu amor -Luiza falou e foi-

-Onde vamos mamãe? -Sofia falou fazendo biquinho.

-Para o Rio! -Falei.

-TITIIIIIIO! -Falou sorrindo e batendo palmas-

Se eu não esqueci o Arrasca, quem dirá a Sofia.

Ri e embarcamos e logo o avião decolou.

A sensação de estar indo para o Rio era uma sensação de recomeço, eu não sabia se Arrasca está com alguém, mas se ele não tiver, eu iria lutar por ele, lutar pela minha felicidade.