Primeira pétala

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"a primeira pétala de uma flor chamada Amor"

Lembro-me de estar com muita pressa naquele dia, estava atrasado para a consulta com minha psicoterapeuta

Atrasado, nervoso e extremamente ansioso...

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Quando MoRan abriu os olhos ao acordar de súbito, a primeira coisa que fez foi, enquanto reclamava de dor, fecha-los. Sentia como se alguém estivesse tentando quebrar sua cabeça com um martelo, praguejou baixinho enquanto se sentava na cama

E foi ao se sentar, que sentiu um peso no lado esquerdo da cama, escusado seria dizer que, além de MoRan, havia outra pessoa na cama. Ao se virar e deparar-se com um homem dormindo ao seu lado, apesar de não estar surpreso, ainda assim ele xingou, e muito.

Era sempre assim que acordava quando, no dia anterior, Taxian Jun estava no controle. Sempre com alguém dormindo ao seu lado. Ele observou o outro, era um homem bonito, dono de uma aparência andrógina; com um cabelo longo, cílios grandes que faziam uma leve sombra, nariz fino e levemente arrebitado e lábios avermelhados.

Era sem dúvidas um homem bonito, digno de um segundo olhar, mas nada além disso.

Enquanto MoRan olhava para o jovem adormecido, ele se perdeu em pensamento. Não o leve a mal, assim como qualquer outra pessoa, MoRan também gostava de admirar belezas, e o jovem ao seu lado definitivamente era uma!

E foi observando-o mais atentamente, que notou marcas avermelhadas pelo corpo do outro, marcas que iam desde seu pescoço, até onde o cobertor cobria. "Cacete" pensou MoRan.

Recordava-se de alguns borrões do que -provavelmente- havia ocorrido na noite anterior. Tendo como última lembrança de total sobriedade, o momento em que Taxian Jun tomou controle.

Continuou a encarar o rapaz profundamente, e ao desviar o olhar, viu seu relógio e entrou em pânico. Em 40 minutos teria uma consulta com sua psicoterapeuta.

Levantou de maneira rápida e espalhafatosa, sentido sua visão escurecer e sua pressão baixar no minuto seguinte, mas ele já estava acostumado com isso então não deu a mínima. Correu para o banheiro e saiu minutos depois, já tendo tomado um banho e escovado os dentes

E assim que voltou para o quarto, ele lembrou de que não estava sozinho. Olhou o rapaz ainda adormecido, pensando em mil e uma formas de acordar o mesmo e o mandar embora. Ao dar um passo para perto da cama, notou que o rapaz já havia acordado

- Hum...hã...bom dia? - Disse Mo Ran, de maneira desconfortável

- Humm...bom dia, que horas são? - Falou o outro de forma direta e levemente fria.

MoRan respirou fundo, não se sentia confortável com pessoas cujas emoções não chegavam ao rosto, ele não conseguia lê-las e isso era um saco.

- Oh, já são 11:00 horas

O jovem acenou levemente com a cabeça, em uma concordância muda, enquanto se levantava de maneira calma

- Você, hum, precisa de...algum remédio ou uma pomada? - O mais alto perguntou de forma envergonhada, sem olhar na direção do menor

- Oh - exclamou com um pouco mais de emoção. - Não, obrigado, já passei noites mais selvagens que essa

- Ah, hahaha, entendo. - MoRan riu forçadamente, não querendo continuar com essa conversa. - Você quer tomar um banho? Ou comer algo? Eu posso chamar um táxi para te levar para...casa? Se quiser, é claro.

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⏰ Última atualização: Dec 07, 2020 ⏰

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Begônia DouradaOnde histórias criam vida. Descubra agora