oneshot

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fiz essa one curtinha como presente para uma amiga, mas depois de brigar muito comigo mesma sobre a qualidade dessa one, eu acabei gostando dela e decidi compartilhar com vocês. 💐


Tudo em que Johnny conseguia pensar desde que acordou naquela manhã eram sobre o sorriso cheio de covinhas do desconhecido. Agora já eram meio dia, haviam se passado exatas 18 horas desde a inesperada aparição do Senhor Covinhas, como Johnny o apelidou, e ele ainda não conseguia parar de pensar nisso. Foi por esse motivo que agora ele tinha um Donghyuck gritando da cozinha que 'tava sentindo cheiro de queimado: pensou tanto no desconhecido que esqueceu do almoço do filho, que, aliás, já deveria estar quase atrasado pra escola. E bom, ele mal podia esperar pra finalmente levar o filho à escola, afinal, tudo que ele mais queria era tentar achar o homem bonito e de olhar marcante que havia encontrado no dia anterior ao buscar o filho na escola.

— Hyuck, o que você acha de comermos na rua hoje? Ainda temos uma hora e meia antes da sua entrada no colégio, que tal? — Johnny disse, sem paciência para preparar outro arroz, após se dar conta de que o cheiro de queimado vinha exatamente da, até então, panela de arroz.

— Claro que eu quero, papai, que pergunta besta. — o pequeno de apenas seis aninhos respondeu afiado, como se Johnny fosse louco de sequer questionar algo assim.


Johnny nunca se sentira tão ansioso para buscar Donghyuck após a aula. Não o leve a mal, amava o filho mais que tudo e amava ser presente na vida do mesmo, mas, sinceramente, lidar com todos os outros pais era um porre. Já havia perdido a conta de quantos convites para jantares teve que recusar enquanto esperava a turma de seu filho ser liberada. Aparentemente, as mães não estavam acostumadas a verem um pai tão disposto a se inteirar da vida acadêmica dos filhos, quanto mais um pai solteiro! E foi pensando "que eu encontre meu deus grego de covinhas e não a senhorita Na, por favor, por favor" que desceu do carro naquele dia, se posicionando perto do bebedouro, torcendo, mais uma vez, para que a mãe do sorridente Jaemin não aparecesse naquele dia. Coisa que, obviamente, com a sorte que o americano tinha, não aconteceu. 

Assim que adentrou os portões da escola, a senhorita Na avistou o americano, indo, claro se posicionar perto do mesmo, começando uma conversa como quem não queria nada, mas Johnny bem sabia onde isso dava: sempre acabava com a mulher falando sobre como seria bom se ele levasse Hyuck para brincar com Jaemin, e adivinha! Se ficasse pro jantar também! Foi pensando em como dispensaria a mulher daquela vez que ele o viu. O Senhor Covinhas, adentrando o pátio da escola de fundamental como se fosse uma passarela — Johnny podia até mesmo ouvir Crazy in Love da Beyoncé tocando no fundo de sua mente — parecendo ir diretamente para o coração fraco do americano, quando na verdade estava apenas entrando na diretoria. Ele parecia meio perdido, na verdade.

De fato, Johnny nem sabia mais em que ponto a conversa da senhorita Na estava, apenas sorria e acenava. Foi quando viu o Senhor Covinhas andar em sua direção, e imediatamente se sentiu nervoso. Veja bem, ele queria falar com o outro, mas não fazia ideia de como agir quando isso acontecesse. Aliás, não fazia ideia de nada no momento.

— Oi. Tudo bom? — o Senhor Covinhas perguntou, rindo meio nervoso. Johnny só conseguiu concordar com a cabeça. — Prazer, meu nome é Jaehyun. Eu sou novo com essas coisas de escola… E tô meio perdido ainda. Como faz pra eu marcar uma horinha com a diretora?

Jaehyun. Agora Johnny tinha um nome pro Senhor Covinhas.

— Oi. — Johnny riu. — Prazer, meu nome é Johnny. Bom… Pra ser sincero eu não tenho certeza, já que meu filho estuda aqui desde o maternal, então todos me conhecem, mas acredito que não é necessário marcar horário… Perdão... — coçou a nuca, meio envergonhado por não conseguir ajudar direito o homem à sua frente.

— Tudo bem, Johnny. — Jaehyun também riu. — Acho que vou acabar esperando o Mark sair e falar primeiro com a professora dele… Talvez nem precise ser com a diretora.

— Mark? É seu filho…? — se sentia meio inseguro de perguntar assim, mas é verdade que estava curioso.

— Ah, não, não! Na verdade ele é meu sobrinho… Minha irmã, mãe dele faleceu no parto e ele morava com o pai no Canadá, mas ele não se deu muito bem com os filhos da madrasta… Por isso que eu me dispus a cuidar dele, então agora ele mora aqui comigo. — sorriu. Amava muito o sobrinho e sabia o quanto havia sido difícil para o mesmo lidar com os novos meio irmãos. — E é exatamente sobre ele ser estrangeiro que tenho que falar com a professora. Ele não aprendeu totalmente o coreano ainda, apesar do pai dele falar coreano.

— Entendi. Tenho certeza que daqui a pouco tempo ele pega o ritmo. Também vim pra cá bem novo e no início foi meio complicado, mas depois aprendi rápido. Criança tem essa facilidade, né? Em que série ele está?

— Primeiro ano! Na verdade ele tem sete anos, mas por conta da mudança acabou voltando um ano... — Jaehyun disse.

— Ele está na mesma turma do meu filho! O Hyuck tem seis anos e é muito falador, se bobear já até conversou com o Mark! Ele tem esse dom de conversar com qualquer pessoa nova que aparecer. — Johnny sorriu orgulhoso. Amava a personalidade do filho.

— Será? Espero que sim, porque o Mark é muito tímido e reservado… — Jaehyun disse no timing perfeito, pois assim que a última palavra saiu de sua boca, o sinal tocou, indicando que já eram seis horas da tarde.

Como Hyuck e Mark estudavam no primeiro ano, eram a primeira turma do fundamental a serem liberadas. É por isso que no presente momento, Johnny via o garoto sapeca arrastando a mochila de rodinhas enquanto ria junto de um menino de cabelos pretos e com óculos redondos, um pouco mais alto que si e que Johnny nunca havia visto. Só podia ser uma coisa.

— É… Parece que eu realmente conheço meu filho como a palma da minha mão. Aquele ali de cabelos pretos e óculos é o Mark? — perguntou a Jaehyun, que riu concordando.

— Suponho então que o lindinho de mochila do Iron Man seja o… Hyuck? — disse meio em dúvida.

— Exatamente. — Johnny riu.

E de repente Johnny se viu na posição da senhorita Na: prestes a chamar o pai de um dos amiguinhos do seu filho para jantar na sua casa. O que ele havia se tornado?

Resolveu então que era cedo demais para tal ato e simplesmente ficou ao lado de Jaehyun, esperando os meninos que já se aproximavam. E, como numa ligação perfeita entre pai e filho, a primeira coisa que Hyuck disse ao chegar perto do pai foi:

— Papai! Mark pode brincar lá em casa? Ele nunca viu Liga da Justiça, pai! E eu queria muito mostrar pra ele o pula-pula que tem lá em casa! Deixa por favor, papai! — com aqueles olhos brilhantes, no maior estilo gato de botas. 

— O papai deixa, Hyuck, mas você tem que perguntar pro tio do Mark se ele deixa também! — Johnny disse, fazendo Jaehyun rir e passar os dedos pelo cabelinho tigelinha de Mark, que, por pura vergonha, já estava agarrado nas suas pernas.

— Você quer ir, neném? — Jaehyun perguntou a Mark, que balançou afirmando, como se sua vida dependesse daquilo. Donghyuck, falador que só, já foi logo fazendo um apelo também:

— Tio do Mark, eu prometo deixar ele brincar com meu Hotwheels favorito! Deixa, por favor! — e lá estavam os olhos pidões novamente.

Jaehyun fingiu pensar, mas deixou, claro. De verdade, seu plano havia se saído melhor do que o planejamento, já que tudo que ele tinha como plano era: Falar Com Cara Alto Que Ficou Me Encarando Ontem Mas Era Incrivelmente Lindo, e agora ele estava literalmente no carro desse mesmo cara, indo para sua casa com seu sobrinho e o filho desse mesmo cara no maior pique melhores amigos! 

E foi assim que eles passaram a noite: Johnny e Jaehyun se conhecendo melhor — e se encantando um pelo outro — enquanto Hyuck e Mark viam Liga da Justiça: Sem Limites na sala, rindo. 

Estava tudo incrivelmente harmônico, exatamente como tinha que ser. E bom, Johnny e Jaehyun sabiam que tudo tinha mudado a partir daquele dia.

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⏰ Última atualização: Jun 18, 2020 ⏰

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