Numa noite eu saio para caminhar pelo parque. Admiro o céu estrelado, a beleza de cada pontinho brilhante. Um deles encadeia meu olhar e logo a estrela cai do céu. A pego nas mãos e a acaricio. Ela solta faíscas luminosas que quicam pelas calçadas e clareiam a praça.
Eu amo a noite, amo mesmo.Tão calma e pacífica, é agradável. Mas essas pequenas luzes que a estrelas soltam têm adoráveis fragâncias e cores. Gosto delas.
Então a estrela começa a tossir até morrer.
A estrela morre. Pois tudo que eu toco morre.
Isso me desespera todas as vezes. O espetáculo de faíscas se encerra e eu volto para uma noite rotineira.
Não gosto de ver uma estrela morrer, acha que sou louco? É doloroso, enfurecedor e frustrante.
E não há muito que eu possa fazer além de ver você morrer.
Então estou estressado com a impotência. E eu digo que estou estressado e nunca soo triste.
E não há muito que eu possa fazer além de ver você morrer.
Às vezes eu moldo metal, o esquentando com chamas vindas de pequenos fragmentos de alguma estrela, como uma anaïs lauren. Mas nenhuma paixão se torna visível, eu sempre lhe dou um tom neutro, e ele fica muito bonito. Mas isso é tudo que faço.
Não há muito que eu possa fazer além de ver você morrer.