Lisboa, 25 de Dezembro 2002

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A árvore de Natal iluminava com as suas luzes, compradas num daqueles bazares orientais, toda a sala, naquela manhã. E, debaixo das  suas ramas, inúmeros presentes amontoavam-se à espera de serem desembrulhados. Paula, sentindo ainda o cheiro das rabanadas no ar, tentou-se a espreitar quais as que teriam o seu nome e dirigiu-se novamente ao quarto, procurando o roupão, no meio da sua desorganização. Às apalpadelas encontrou a manga que pendia por debaixo de outras roupas na cadeira e puxou-a, enquanto olhava na direcção da cabeceira da cama, tentando perceber pelo som da respiração, se David ainda dormia.

O dia anterior tão caótico com as corridas de última hora para as prendas para toda a família, as filas enormes para o melhor bolo-rei da cidade, e a ida a casa dos seus pais, onde estavam presentes todos os seus sobrinhos, tinham-nos deixado exaustos. O dia de Natal previa-se assim, muito mais calmo, com o almoço em casa dos seus futuros sogros.

David sentindo a sua presença, meio estremunhado, estica o braço na sua direcção, como que tentando tocá-la. Não a alcançando acaba por semi-abrir os olhos e focar a sua visão aproveitando a luz natural que entrava pela porta. Lá estava ela, Paula, a apertar o cinto do seu roupão, com os seus gestos automáticos, mas sempre tão sensuais. Tinha sido aliás a sua sensualidade a atraí-lo como um íman para os braços daquela mulher, depois de a ter visto pela primeira vez numa reunião de gestores entre dois diferentes bancos.

- Paula, anda cá! - chamou-a com ar lânguido

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⏰ Última atualização: Dec 27, 2014 ⏰

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