Capítulo Único

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Disclaimer: Todos os personagens pertencem a JK Rowling. Esta fanfic é uma tradução autorizada de "Libros viejos, cerezas y lavanda" postada em 2017 no FFnet por Sasha Luna T. O link da fanfic original está na sinopse.

Livros velhos

Tonks subiu as escadas, tentando não cair e dirigiu-se até o quarto onde Fred e George dormiam quando vinham ao quartel. Bateu na porta com suavidade e os gêmeos responderam para que ela passasse. Quando abriu a porta, os encontrou perto de dois caldeirões.

— Molly pediu para que descessem, o jantar está pronto logo — avisou a jovem. A senhora Weasley tinha pedido para que avisasse a todos, já que Tonks não pôde ajudá-la a pôr a mesa sem quebrar ou esbarrar em algo no processo.

— Já vamos — respondeu George.

— Ei, Tonks. Pode cheirar isso e nos dizer se tem algum cheiro? — perguntou Fred, indicando os caldeirões.

Tonks aproximou-se e, um pouco desconfiada, respirou perta do primeiro caldeirão, mas cheirava um pouco a queimado. O segundo, pelo contrário, lhe trouxe o cheiro de livros velhos.

— O primeiro cheira a queimado — respondeu rindo — O que é isso?

— Amortentia, poção do amor. Tentamos melhorar a fórmula.

— O segundo cheira melhor — respondeu a auror.

— Cheira a cereja. Não é, Fred? — acrescentou rapidamente George.

— Talvez é o meu gloss — murmurou Tonks.

George e Fred trocaram um olhar e riram, como se estivessem lembrando-se de uma piada particular.

— O que é tão engraçado? — ela perguntou com o cenho levemente franzido.

— Lupin disse que cheirava a cerejas.

Tonks corou. Sem dizer nada, os deixou para dirigir-se até a biblioteca, onde provavelmente estava Remus.

É claro que acertou.

Aproximou-se sem fazer barulho até ele — algo surpreendente quando se tratava dela —, que estava de costas com algo entre as mãos.

Velhos livros...

Remus gostava muito de ler, especialmente quando era jovem e a proximidade das noites de lua cheia o atormentavam, quando se transformava naquela criatura que detestava; os livros eram um bom meio de escapar um pouco da realidade.

E as coisas não tinham melhorado muito desde aqueles tempos e agora, sendo um homem adulto, ainda tentava escapar através das páginas de uns livros velhos.

Ainda se atormentava por ser um lobisomem. E para o desagrado de Tonks, ainda continuava criticando a si mesmo e rodeando-se de muros para evitar que ela o amasse, tal sentimento como o amor poderia ignorar as coisas banais que o preocupavam.

Tonks não se importava que ele fosse mais velho que ela, se fosse pobre e muito menos se era um lobisomem.

Amava suas cicatrizes e estava disposta a beijar e curar cada uma delas.

— Remus — disse próximo de seu ouvido, fazendo-o sobressaltar-se —, Molly quer que desça. O jantar está pronto.

Ele virou-se e ela observou seus olhos tentando decifrar se algo tinha mudado em si e pôde notar que, além de seu habitual olhar cansado, Remus continua olhando-a de modo que gritava que a queria e, mesmo assim, Tonks sabia que era muito teimoso para permitir que estivessem juntos.

Livros velhos, cerejas e lavandaOnde histórias criam vida. Descubra agora