Bonus time

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Betina desembarcou à tarde em Los Angeles com um pouco sono. Ela usava com um conjunto de moletom, óculos escuros e seu all star de sempre, afinal quinze horas de voo não eram nada fáceis. Com mochila e mala em mãos, depois de ter passado pela imigração, a primeira coisa que ela fez foi comprar um chip internacional; aproveitou que o aeroporto não estava tão cheio quanto ela imaginava que estaria, eram só os mesmos sons ambiente de qualquer aeroporto no mundo: pessoas circulando, vozes anunciando n coisas e etc. 

Em pouco tempo o celular vibrou em mensagens. Algumas de sua mãe, outras de suas amigas falando besteiras nos grupos de whatsapp, mas uma parte de Ashton.

Seu baterista favorito era o motivo de ter pedido férias adiantadas para dezembro no estágio para que assim pudesse aceitar o convite de assistir a 5SOS nos Estados Unidos. Betina ficou sem reação quando ele chegou com esse papo. Dois meses após ao show no Brasil, Ashton mandou mensagem como quem não queria nada para ela. Claro que Betina ficou feliz, mas era estranho porque depois da one night stand deles o máximo de interação entre eles eram pequenos flertes por mensagens às vezes. No entanto, eles tinham assunto para conversar e até mesmo quando sentiam que papo poderia esfriar, um deles dava um jeito de prolongar. 

"Eu esqueço que Brasil-Estados Unidos demora demais. Quando chegar me avisa"

"Tô doido pra ter ver de novo"

A brasileira riu e sentiu suas bochechas esquentarem. Não sabia exatamente o que estava rolando entre eles, mas a sensação era boa. Respondeu avisando que iria para saída C, mas que não era para ele se preocupar porque ela podia pedir um uber. Quase na mesma hora, Ashton ligou. 

– Eu tô chegando pra te buscar – Irwin falou antes mesmo que ela pudesse dizer "oi". 

– Eu não quero atrapalhar, Ash, sério – Ela andava de um lado para o outro.

– Be, meu carro é o Land Rover – O jeito que ele falou Be soou como o verbo to be e ela riu baixinho.

– Ashton!

– Oi, Betina – Sua voz era doce e a brasileira sentia que ele estava sorrindo.

– Você sabe que eu posso me virar, certo? – Arqueou a sobrancelha.

– Claro que eu sei, mas eu não posso buscar minha convidada vip? – Respondeu divertido.

– Claro que pode – A menina amoleceu o tom de voz. 

– Te vejo daqui a pouco – E desligou. 

Betina saiu do aeroporto e quase se encolheu quando vento gelado bateu nela. Observou alguns táxis, pessoas chegando, crianças abraçando mãe. Sentou na própria mala e aproveitou para responder outras mensagens. Focada, ela não percebeu que Ashton estacionou poucos metros à frente. O baterista, que parecia ter saído de um filme dos anos 60 com sua jaqueta de couro, camiseta branca e topete, desceu do carro e andou até ela. 

– Se distraiu lendo, Be? 

Ela reconheceu a voz na mesma hora e levantou para abraça-lo.

– Tudo isso é saudade? – Ashton sussurrou.

– Um pouco sim – Ela comentou depois de beijar levemente o maxilar do australiano. Ela tirou os óculos e os deixou pendurados na gola do casaco. 

I Prefer the DrummerOnde histórias criam vida. Descubra agora