SIMPLEX

Capítulo 07

Fechando os olhos, ele se sentou em um banco sólido, perdido em pensamentos. Houve um som de passos se aproximando.

"Aqui."

Agradecendo, Rob pegou um copo de café de Joshua. Nos últimos dias, trazer café tornou-se quase sua responsabilidade diária. Sentado ali perto, Joshua suspirou e calmamente começou a soprar seu café. Observando-o, Rob sorriu involuntariamente. Ele rapidamente descobriu que Joshua tinha uma lingua muito sensível e, portanto, não podia beber bebidas quentes. Depois de fazer café, ele sempre soprava pacientemente.

"Lugar desagradável."

"Esta é sua primeira vez na prisão? O lugar não é realmente o mais divertido. Mas aos domingos, uma enorme multidão de parentes se reúne na sala de encontros e a atmosfera se torna completamente diferente."

"Ouvi dizer que você costumava lidar com a questão da prisão. De onde vem esse interesse?"

"As prisões são um lugar interessante. Há muitas questões sobre direitos humanos e o sistema judicial como um todo ... Se você pesquisar os crime nos Estados Unidos, pode identificar um desvio interessante. A população dos EUA é apenas 5% da população total do planeta, mas é neste país que os crimes baseados em transtornos mentais ocorrem com mais frequência. As maiores sentenças de morte e o maior número de prisões não reduzem a taxa geral de criminalidade. É estranho, você não acha?"

Rob fez uma pausa e tomou um gole de café.

"Mas vamos encerrar esse assunto. Agora, o mais importante é parar o nosso imitador."

"Isso mesmo", Joshua respondeu.

A porta da sala de encontros se abriu e Mike e Paco saíram. Ambos os rostos eram como se o chefe lhes tivesse debatido por três horas.

"Suponho que é pedir demais que vocês tenham conseguido algo."

"E não diga, professor!" respondeu Mike. "Esse cara é bem louco."

"Keller não disse uma palavra", disse Paco, mal-humorado. "Será extremamente difícil tirar algo bom para a investigação. O que você vai fazer, Rob?"

"Claro que vou falar com ele."

Rob se levantou.

"Joshua, vamos lá ... Ei, está tudo bem?"

O guarda-costas estava muito tenso. Ele assentiu e seguiu Rob. Paco abriu a porta e os dois entraram. Atrás de uma partição acrílica transparente estava Thomas Keller. Seus cabelos curtos voltaram a crescer e o homem estava agora criando uma impressão completamente diferente.

"Olá, Thomas. Há quanto tempo. Lembre de mim? Sou Rob Connors."

Keller deu uma olhada desapontada pra ele, e depois olhou em algum lugar por cima do ombro.

"Suponho que esses oficiais gentis já tenham lhe falado sobre o seu imitador. E essa pessoa conhece seus crimes detalhadamente. Você sabe quem poderia ser?"

Reação zero. Mas com um leve movimento de seus olhos, Rob percebeu que a outra pessoa podia ouvi-lo perfeitamente. E ele entendeu. Ele já viu pessoas com deficiência mental, e um dos sintomas comuns da esquizofrenia era o distúrbio das funções da fala e a incapacidade de se comunicar com as pessoas ao seu redor. Mas Keller era completamente sadio e seu comportamento não era clinicamente sintomático. Ele mesmo chamou Rob e suas habilidades raciocínio estavam em perfeita ordem. Ele entendia perfeitamente as pessoas ao seu redor e podia responder, e seu silêncio teimoso foi um ato consciente. Portanto, Rob não iria recuar.

"Rob, não perca seu tempo", Paco disse irritado. "Ele não vai dizer nada."

"Parece que ... Thomas, eu voltarei."