Cap. 36 - Brad: A história não contada

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--- Alguns anos antes ---

Era mais um dia na faculdade, um desses dias normalmente tediosos... Acordei como sempre cedo, nunca gostei de me atrasar para nada, e ali estava eu, assistindo à mais uma aula chata da professora Hailey. Embora eu fosse um aluno dedicado, nada me faria prestar atenção à aula naquele dia. Trabalhei até tarde no restaurante no dia anterior e estava nitidamente cansado no dia seguinte. O trabalho que havia conseguido assim que cheguei em Nova York não era nada fácil, mas ajudava a pagar as contas, e na minha situação, era muito bem vindo, já que eu não podia contar com a ajuda de nenhum parente ou amigo para me bancar.

Bom, qualquer outro brasileiro estaria satisfeito com a vida que eu levava em NY, pois o trabalho no restaurante gerava uma boa renda, com a qual eu conseguia me manter, enviar uma parte à minha mãe, que estava no Brasil, e ainda me sobrava um pouquinho com o qual estava fazendo um pé de meia para logo que possível levantar meu próprio negócio.

Quase não me sobrava tempo para aproveitar a vida naquela magnífica cidade, e o único amigo que eu tinha era uma mulher, sim, uma mulher... a única mulher que me recebeu de braços abertos. Apesar de haver muitas convergências entre nós (ela ser uma "podre de rica" e eu não ter um "tostão furado"), foi ela quem me apoiou em todas as minhas decisões e me ajudou a conseguir emprego em um dos vários restaurantes do pai dela.

Saio de meu devaneio com o estrondo da porta sendo empurrado num solavanco que me faz arregalar os olhos. Aquele definitivamente não era um dia para concentrações, pois a figura que surgiu à minha frente não era exatamente o que eu esperava, pelo contrário, era muito melhor que isso.

- Pe-perdoe-me pelo atraso professora. - Ela entrou apressada na sala, procurando com urgência um lugar para sentar. Por incrível que pareça, havia apenas uma cadeira disponível, e ficava justamente do lado da minha. (Era a garota, não qual pagaria matéria na minha sala aquele ano. Administração)

- Olá! - ela me cumprimentou num sussurro e deu um pequeno sorriso.

Puta. Que. Pariu!!!! Aquilo era mesmo real? Ela era com toda a certeza a mulher mais linda que havia na face da terra, aqueles olhos azuis possuíam um brilho majestoso e penetrante, e me encaravam enquanto ela falava sem parar, mas a verdade é que eu não conseguia prestar a mínima atenção no que ela dizia, pois assim que entrou na sala eu perdi completamente os sentidos. Voltei os olhos para aquela boca e a redesenhei em minha mente. Como era perfeita! Daria tudo para sentir a sua doçura. Só então me dei conta de que ela havia parado de falar, e me olhava de maneira sapeca, rindo de algo que eu não compreendia.

- Você está bem? - minha amiga, sentada do meu outro lado, me dá um leve cutucão.

- Caraca, Brad, você está babando.

Só então eu percebi que estava com a boca "levemente" aberta, o que me deixou embasbacado.

- Oi - consegui, com muito esforço, encontrar a minha voz e retribuir o sorriso. Aquela seria a maior virada da minha vida.

°°°°

- Será que eles vão gostar de mim, amor? - me olho tenso no espelho do provador, enquanto as mulheres de minha vida me ajudam a encontrar um paletó adequado para a ocasião, já que meus futuros sogros me parecem ser bem rígidos em relação ao homem que merecerá a mão de sua filha.

- Relaxa, amor, vai dar tudo certo. Você é um homem maravilhoso, afinal, o melhor homem que já conheci, eles irão te amar assim como eu - beijou-me nos lábios.

- É, relaxa Brad, os teus sogrinhos vão amar você, não é mesmo Sophie? - Alicia deu-me uma piscadela. - Caraca, esse ficou perfeito - berrou ela quando viu o paletó que estava provando (aquilo já estava sendo tão desgastante, que eu não aguentava vestir mais um sequer, por sorte as meninas gostaram daquele).

- Magnífico - foi o que Sophie disse.

Pronto... era aquele mesmo!

°°°°
- Boa noite, Senhor e Senhora Bittencourt - reverenciei aos meus sogros, que assentiram com um aceno de cabeça.

- Senhor?

- Brad, senhor.

- Okay, venha vamos nos sentar!

Sentamos todos na mesa de jantar.

No começo a conversa foi bem agradável, até chegar na parte em que não tenho um "tostão furado".

- Qual empresa você trabalha, Brad?

- Como assim, Senhor?

- Como se chama a sua rede de empresas? - engoli em seco, era essa a hora em que falaria que sou pobre, e levaria uma voadora do homem à minha frente? Provavelmente sim.

- Não tenho empresa alguma, senhor! - disse com a respiração descompassada.

- Hã? Como não tem? Falou irritado.

- Trabalho em um restaurante.

- Ah, ele é seu! - deu um suspiro.

- Não, senhor! - abaixei a cabeça, totalmente envergonhado por ser um pobretão. Nunca fui ganancioso, a ponto de pensar em grandes fortunas, mas aquele momento, seria um sonho, poder surpreender os pais de minha mulher (a mulher que tanto amava).

- Não me diga que... que... que você é pobre? - falou em desdém.

- Pai! - Sophie o repreendeu...

- Não sou rico, senhor, perdoe-me.

- Não, você não merece a minha filha, não merece essa família, não...

- Já chega, pai, já chega! - Sophie levantou-se subitamente e puxou em meu pulso - Pra mim isso já deu, venha Brad, vamos embora daqui!

- Onde você vai, Sophie? Volte aqui! Agora! Ordenou.

- Já sou bem grandinha para cuidar de mim, me deixe em paz!

Saímos daquela casa o mais rápido possível, chegando até meu pequeno apartamento, onde passamos a noite juntos.

Realmente, aquele não foi o meu dia, foi o pior de todos! Se soubesse que seria assim, nunca teria os conhecido. Fiquei super triste, por imaginar a vida miserável que Sophie teria ao meu lado, se resolvermos casar, sei que é difícil, mas esse não é o destino que quero dar a ela. Eu a amo muito, porém, seria injusto, e eu seria um cretino, se não conseguisse pôr comida na mesa, ou dar o luxo que ela esbanja, sem contar que seria egoísmo de minha parte.

- E agora? O que eu faço? - falei a mim mesmo na cama, com a mulher da minha vida, dormindo ao meu lado.

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Estamos chegando na reta final, fico super triste por isso, porem feliz, por ter conquistado o coração de muitas pessoas..

Estou trabalhando em uma nova estória.. mas essa só será postada, quando já estiver quando concluída e quando "Virou Amor" (minha outra fic), estiver bastante avançada..
É isso...

Bjinhos D.L

De Repente AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora