--- Alguns anos antes ---
Era mais um dia na faculdade, um desses dias normalmente tediosos... Acordei como sempre cedo, nunca gostei de me atrasar para nada, e ali estava eu, assistindo à mais uma aula chata da professora Hailey. Embora eu fosse um aluno dedicado, nada me faria prestar atenção à aula naquele dia. Trabalhei até tarde no restaurante no dia anterior e estava nitidamente cansado no dia seguinte. O trabalho que havia conseguido assim que cheguei em Nova York não era nada fácil, mas ajudava a pagar as contas, e na minha situação, era muito bem vindo, já que eu não podia contar com a ajuda de nenhum parente ou amigo para me bancar.
Bom, qualquer outro brasileiro estaria satisfeito com a vida que eu levava em NY, pois o trabalho no restaurante gerava uma boa renda, com a qual eu conseguia me manter, enviar uma parte à minha mãe, que estava no Brasil, e ainda me sobrava um pouquinho com o qual estava fazendo um pé de meia para logo que possível levantar meu próprio negócio.
Quase não me sobrava tempo para aproveitar a vida naquela magnífica cidade, e o único amigo que eu tinha era uma mulher, sim, uma mulher... a única mulher que me recebeu de braços abertos. Apesar de haver muitas convergências entre nós (ela ser uma "podre de rica" e eu não ter um "tostão furado"), foi ela quem me apoiou em todas as minhas decisões e me ajudou a conseguir emprego em um dos vários restaurantes do pai dela.
Saio de meu devaneio com o estrondo da porta sendo empurrado num solavanco que me faz arregalar os olhos. Aquele definitivamente não era um dia para concentrações, pois a figura que surgiu à minha frente não era exatamente o que eu esperava, pelo contrário, era muito melhor que isso.
- Pe-perdoe-me pelo atraso professora. - Ela entrou apressada na sala, procurando com urgência um lugar para sentar. Por incrível que pareça, havia apenas uma cadeira disponível, e ficava justamente do lado da minha. (Era a garota, não qual pagaria matéria na minha sala aquele ano. Administração)
- Olá! - ela me cumprimentou num sussurro e deu um pequeno sorriso.
Puta. Que. Pariu!!!! Aquilo era mesmo real? Ela era com toda a certeza a mulher mais linda que havia na face da terra, aqueles olhos azuis possuíam um brilho majestoso e penetrante, e me encaravam enquanto ela falava sem parar, mas a verdade é que eu não conseguia prestar a mínima atenção no que ela dizia, pois assim que entrou na sala eu perdi completamente os sentidos. Voltei os olhos para aquela boca e a redesenhei em minha mente. Como era perfeita! Daria tudo para sentir a sua doçura. Só então me dei conta de que ela havia parado de falar, e me olhava de maneira sapeca, rindo de algo que eu não compreendia.
- Você está bem? - minha amiga, sentada do meu outro lado, me dá um leve cutucão.
- Caraca, Brad, você está babando.
Só então eu percebi que estava com a boca "levemente" aberta, o que me deixou embasbacado.
- Oi - consegui, com muito esforço, encontrar a minha voz e retribuir o sorriso. Aquela seria a maior virada da minha vida.
°°°°
- Será que eles vão gostar de mim, amor? - me olho tenso no espelho do provador, enquanto as mulheres de minha vida me ajudam a encontrar um paletó adequado para a ocasião, já que meus futuros sogros me parecem ser bem rígidos em relação ao homem que merecerá a mão de sua filha.
- Relaxa, amor, vai dar tudo certo. Você é um homem maravilhoso, afinal, o melhor homem que já conheci, eles irão te amar assim como eu - beijou-me nos lábios.
- É, relaxa Brad, os teus sogrinhos vão amar você, não é mesmo Sophie? - Alicia deu-me uma piscadela. - Caraca, esse ficou perfeito - berrou ela quando viu o paletó que estava provando (aquilo já estava sendo tão desgastante, que eu não aguentava vestir mais um sequer, por sorte as meninas gostaram daquele).
- Magnífico - foi o que Sophie disse.
Pronto... era aquele mesmo!
°°°°
- Boa noite, Senhor e Senhora Bittencourt - reverenciei aos meus sogros, que assentiram com um aceno de cabeça.- Senhor?
- Brad, senhor.
- Okay, venha vamos nos sentar!
Sentamos todos na mesa de jantar.
No começo a conversa foi bem agradável, até chegar na parte em que não tenho um "tostão furado".
- Qual empresa você trabalha, Brad?
- Como assim, Senhor?
- Como se chama a sua rede de empresas? - engoli em seco, era essa a hora em que falaria que sou pobre, e levaria uma voadora do homem à minha frente? Provavelmente sim.
- Não tenho empresa alguma, senhor! - disse com a respiração descompassada.
- Hã? Como não tem? Falou irritado.
- Trabalho em um restaurante.
- Ah, ele é seu! - deu um suspiro.
- Não, senhor! - abaixei a cabeça, totalmente envergonhado por ser um pobretão. Nunca fui ganancioso, a ponto de pensar em grandes fortunas, mas aquele momento, seria um sonho, poder surpreender os pais de minha mulher (a mulher que tanto amava).
- Não me diga que... que... que você é pobre? - falou em desdém.
- Pai! - Sophie o repreendeu...
- Não sou rico, senhor, perdoe-me.
- Não, você não merece a minha filha, não merece essa família, não...
- Já chega, pai, já chega! - Sophie levantou-se subitamente e puxou em meu pulso - Pra mim isso já deu, venha Brad, vamos embora daqui!
- Onde você vai, Sophie? Volte aqui! Agora! Ordenou.
- Já sou bem grandinha para cuidar de mim, me deixe em paz!
Saímos daquela casa o mais rápido possível, chegando até meu pequeno apartamento, onde passamos a noite juntos.
Realmente, aquele não foi o meu dia, foi o pior de todos! Se soubesse que seria assim, nunca teria os conhecido. Fiquei super triste, por imaginar a vida miserável que Sophie teria ao meu lado, se resolvermos casar, sei que é difícil, mas esse não é o destino que quero dar a ela. Eu a amo muito, porém, seria injusto, e eu seria um cretino, se não conseguisse pôr comida na mesa, ou dar o luxo que ela esbanja, sem contar que seria egoísmo de minha parte.
- E agora? O que eu faço? - falei a mim mesmo na cama, com a mulher da minha vida, dormindo ao meu lado.
-----------------------------------------------------------------------------
Estamos chegando na reta final, fico super triste por isso, porem feliz, por ter conquistado o coração de muitas pessoas..Estou trabalhando em uma nova estória.. mas essa só será postada, quando já estiver quando concluída e quando "Virou Amor" (minha outra fic), estiver bastante avançada..
É isso...Bjinhos D.L
VOCÊ ESTÁ LENDO
De Repente Amor
RomantikSophie Bittencourt, uma jovem sonhadora, que por uma sofrida tragédia, perde seus pais em um acidente de carro, vítimas de sabotagem, que até então, o causador, é desconhecido para ela. Morou nos EUA, onde cursou Marketing e Administração, e conhece...