Capitulo 9- COMO EU DESCUBRO QUE SOU IMPORTANTE...

633 36 11
                                    


Bum! Bum! Bum!

Os lasers explodiam contra o jatinho, as sirenes de alerta soavam alto quase me deixando surdo.

O jatinho, com certeza, iria cair.

Yaacov já tinha colocado o seu paraquedas e me ajudava a por o meu.

- Yaacov você é um deus, porque você simplesmente não faz outro avião?!- Eu perguntei desesperado, a ideia de pular de paraquedas em direção à um exército era aterrorizante.

- Eu não consigo, gastei muita energia fazendo e mantendo esse aqui... se eu fizer mais um, ficarei quase sem energia por horas. A única coisa que eu posso fazer agora é nos manter em segurança até chegarmos ao solo. - Ele disse enquanto apertava a última correia do meu paraquedas.

- E depois? - Eu perguntei, observava ele ir em direção à porta.

- E depois, nós acabamos com eles...- ele respondeu como se fosse uma coisa óbvia ou comum.

Eu quis questionar, afinal eu nunca tinha entrado em combate, exceto pelo Golem - pura sorte -, mas não deu tempo... uma explosão azul rompeu o forte metal em um estrondo ensurdecedor. Onde ficava a porta, agora era uma grande cratera. Tudo de dentro do jatinho/Boeing começou a ser violentamente sugado para fora. Yaacov antes de ser lançado para fora, agarrou-se forte na lateral da cratera que havia sido aberta, eu agilmente me joguei e me segurei nas pernas da mesa de sinuca, por pouco não fui lançado para fora também. As mesinhas, cadeiras, sofás voavam freneticamente para fora... O barulho do vento estava muito alto.

- Hector! Quando pular, tente se estabilizar no ar, conte dez segundos e puxe a corda para abrir seu paraquedas! Não se preocupe, eu vou nos dar cobertura! - Yaacov gritou para superar o barulho do vento. Ele parecia estar se divertindo, sorria como se estivesse em uma montanha-russa... é claro, para ele era muito fácil, já que era imortal! Eu, por outro lado, se tudo acabasse bem, teria que pedir para ele me fazer, magicamente, outra cueca.

A cratera continuava a sugar tudo, o avião começou a se inclinar... Yaacov, que estava agarrado a lateral da cratera, piscou para mim e tentou me dizer alguma coisa, que eu não pude entender devido ao barulho do vento, e em seguida se lançou para fora do jatinho. Eu entrei em pânico, o que eu iria fazer? Eu não podia simplesmente me soltar da mesa e correr o risco de bater na lateral da cratera, ou na pior das hipóteses, ser lançado para fora sem o impulso necessário e ir direto para as turbinas do jatinho... nem pensar, o meu medo não iria me deixar correr esse risco. Aí então as coisas pioraram. A mesa de sinuca - que estava até então estática como se estivesse grudada ao jatinho-, começou a se arrastar pesadamente pelo chão em direção à cratera. "É, com certeza vou precisa de outra cueca", pensei enquanto era arrastado lentamente pelo chão.

Bum!

Outra explosão atingiu o jatinho, fazendo-o se inclinar em um ângulo de quase 45 graus. Então, a mesa e eu fomos lançados para fora da cratera. Por sorte, assim que saímos do jatinho, eu me impulsionei com os pés na mesa de sinuca, para me afastar o máximo possível. A mesa de sinuca explodiu contra a turbina esquerda, eu teria levado o mesmo fim se não tivesse me impulsionado para longe.

O jatinho começou a girar violentamente... a cratera havia sido aberta bem onde era a cara de Yaacov na foto na lateral do jatinho. Seria até meio engraçado se eu não estivesse caindo.

O barulho do vento era ensurdecedor. Eu mal conseguia manter os olhos abertos, devido ao vento. E como se não bastasse eu estar em queda livre rumo ao solo, o exército rugia lá embaixo e lançava lasers para o céu. Por sorte, Yaacov estava dando cobertura... o céu estava repleto de Yaacovs com os paraquedas abertos, lançando raios verdes em direção ao exército lá em baixo, deviam haver uns trinta Yaacovs. Era muito bom Yaacov ser um deus.

Chama Negra - A origem do símbolo do infinito Onde histórias criam vida. Descubra agora