𝐚𝐮𝐭𝐨𝐦𝐚𝐭𝐢𝐜 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐭𝐢𝐜 𝐞𝐦𝐩𝐭𝐲 𝐡𝐞𝐚𝐫𝐭: 𝐓𝐎 𝐁𝐄 𝐎𝐍𝐄

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dedos silenciosamente batendo como se o cérebro morresse a cada milésimo em que aguarda palavras doces acalmando o coração sacrificado pelas dores de se viver em um corpo explicitamente ritmado pela energia emanando de todos os cantos do mundo.

jungeun chorava todos os dias. quebrava os paradigmas sobre maquiagem e pintava os lábios permanentemente de um vermelho impossível de ser reduzido à algo tangível, o que era claramente uma aposta com a própria sabedoria pulsando em suas veias enquanto ignorava suas vozes gritantes dizendo que ninguém se apaixonaria por algo que de degrada com o tempo.

o vestido proporcionalmente feito para o corpo esguio abraçava a pele gelada e o coração em constante ebulição por pequenas mentiras em doses genéricas em caixas bonitas de remédio, trazendo ao estado de espírito amortecido talvez uma dose de emoção, mas brevemente suas botas também estariam encharcadas e o vestido seria camuflado pelo azul com cor de orquídea em uma dança tristemente embalada pelas frustrações.

os dedos, no entanto, continuavam batucando tanto a superfície de plasma implantada em seu interior elétrico quanto em seu coração em doses automáticas de insegurança. as unhas azuis de um material acrílico constatavam com seus olhos vazios com uma densa nuvem de lagrimas cinzenta clamando em silêncio interno para que alguém além de mim naquela sala monocromática em sensibilidade desgastada, prestasse atenção em sua beleza programada.

logo, a primeira lágrima se derramarava sob a superfície plasmática em suas mãos, causando circuitos quando de encontro às pequenas rachaduras em sua tela, acusando que aquele objeto já fora vítima de um dos ataques premeditados pelo vazio habitando as paredes de seu corpo, mesmo que ao analisar todas as circunstâncias fosse possível apenas ver retratos de sorrisos deliciosos em açúcar e uma felicidade visualmente invejável.

junguen parou de notar a minha presença.

seu coração se esvaziou durante uma eternidade até que pudesse brigar com todos os seus alter egos em conflito pela meritocracia de matar uns aos outros como se de fato, pudessem fazer algo à respeito.

o plasma da tela pingava de seu sorriso e suas unhas traçavam caminhos em seu rosto feito em porcelana cara pela realeza em selos azuis. eu poderia catalogar quantos daqueles selos azuis escondiam o obscuro de suas inseguranças fantasiadas em emoticons de corações pulsantes e palavras bordadas em um 'eu te amo' completamente indiferente ao seu significado.

quando jungeun tocou seu rosto pela última vez, sentiu o gélido plasmático em suas pálpebras sendo descarregados pelos olhos num mar construído de tristezas infladas.

seus egos conflitavam pelos milhões de corações vazios.

junguen encarava seu rosto no espelho.

"olhe para o seu interior.

olhe para o seu corpo.

deus só permite a existência de uma de nós."

não obstante com o ensurdecedor de seus desejos egocentricos em uma guerra interiorizada pela dor, jungeun poderia simplesmente engolir o líquido de seu coração enquanto me pedia para fazer um vídeo da sua própria tragédia, mas os números elevados não são necessariamente atrelados ao seu pessimismo cósmico, e eu sou o rosto atrás de uma câmera indicando quantas poses diferentes os seus olhos deveriam expressar para que a máquina não se tornasse perecível à sua falsidade. os olhos são as janelas da alma. os olhos de jungeun são vazios. seu coração também.

seus lábios se contornam em um pedido silencioso.

"vocês continuariam orbitando o coração espalhado em carne ao escorrer em meus lábios vermelhos quando eu deixasse a vida se espalhar em um completo vazio?"

o murmuro não obteve resposta, o beijo silencioso tornando o eclipse do seu coração em um fragmento flamejante e doloroso.

era isso que você desejava desde o começo, jungeun?

- não. nunca. jamais.

jungeun dilacerava seu coração em plasma. o reflexo estático também batucada a própria tela em agonia.
para se tornar um. um coração pulsante.

- você me ama, ten?

não o suficiente.

- então por que ainda está aqui?

quem arrancaria seus melhores sorrisos?

um grito ensurdecedor cortou a tela em cacos quase invisíveis. jungeun juntou um por um. um por um.

seus lábios pingavam sangue. seu reflexo estava sorrindo.

circuitos quânticos num amor vazio em círculos flamejantes aflorando os olhos e o rosto num tecido diferente da porcelana.

a fusão de dois campos de modo que um seja espelho do outro.

o fogo dos seus olhos cessou.

"você me ama? você me ama? você me ama?"

- não o suficiente.

sorriso curvado, sangrento e enterrado no túmulo em crepúsculo minuciosamente dilacerado pelas unhas acrilicas azuis contrastando com as lágrimas. morreríamos afogados, ten? você morreria por mim?

há exatos 4 anos nuvens lacrimogêneas se formavam em constante diferenciação: bonitos, naturais, realistas. a grama entre seus dedos, o chapéu com fita lilás amarrada ao queixo para não cair e permitir segurança do sol enquanto seus dedos passeavam pelos campos de morangos frescos exalando liberdade em todos os poros.

jungeun era feliz e... trocou a liberdade por uma tela de plasma?

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sim.

kimtulips 𝐞𝐥𝐞𝐤𝐭𝐫𝐚, 𝐬𝐞𝐮𝐬 𝐨𝐥𝐡𝐨𝐬 𝐫𝐞𝐟𝐥𝐞𝐭𝐞𝐦 𝐨 𝐚𝐳𝐮𝐥 𝐩𝐫𝐢𝐬𝐦𝐚́𝐭𝐢𝐜𝐨 𝐝𝐨 𝐬𝐞𝐮 𝐜𝐨𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨. 𝐞𝐮 𝐚𝐦𝐨 𝐯𝐨𝐜𝐞̂.

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⏰ Última atualização: Jun 22, 2020 ⏰

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