CAPÍTULO CINQUENTA E SEIS

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George.

Não sou impulsivo, sou precavido.

Eu e Alice tamo bem, pô. Merecemos um lugar nosso, pra fazer o que quiser e andar como achar melhor. Somos adultos, e uma casa é uma ótima ideia. Ela ficou bolada porque não falei nada, mas era surpresa. Sei que ela gostou.

Os caras tão na ativa, os pivetes do Vidigal me ajudou a arranjar umas pessoas de confiança pra ajeitar a casa. Começaram já na reforma e tá tudo sossego.

Não significa que eu e ela vamos morar na Rocinha, a casa é nossa, mas não vamos viver no morro o tempo todo. Nossa segurança é essencial.

Eu achei muito estranho Alice no colégio, alguma coisa aconteceu e ela não me fala. Isso me deixa com medo, ela não confia em mim para contar as paradas, uma coisa paia não ser totalmente confiante em mim.

O babá rolava no campo com os caras.
Alice foi para o colégio, não fui hoje porque o trabalho me chamou. Foi corre até tarde e só acabei a uma hora atrás, os pivetes me chamaram para o fute e não dispensei.

Sempre rola confusão aqui e mesmo jogando com eles, eu tenho que tá de olho pra não ter merda nenhuma aqui, Igão vira o satanás quando tem b.o no campão.

— Oh, pau no cu, joga direito. – Pablo gritou para o cara do outro time. – Tá jogando com tua mãe não, arrombado.

— Os pivetes tá brincando demais, casou vinte pra quê?

— Tu já viu, pivete. – negou – Cansei, pô.

— Vamo acabar logo com esse babá pra gastar essa grana no bar.

Não deu outra. Os bruxos que jogava com nós, tavam na sede de gol.

20 minutos depois, já estávamos bebendo uma cerveja na mesa do bar. O som rolava alto no carro de um dos caras que estava na mesa, umas 10 cabeças.

— A figura não para de me ligar. – Pablo colocou o celular na mesa.

— Arrasta logo, essa tá na tua. – dei um gole na cerveja. – Andressa te deu um perdido, pivete.

— Jade é outra história, GR.

— Andressa é uma também, e tu sabe que ela não vai dar o braço a torce.

— Vamo ver aí, vou esperar ela dar o papo.

— Guerreiro é tu, né ninguém não.

— Tá falando isso aí porquê tá sossego com a Loira lá.

— Tô nada, Alice tá escondendo alguma parada aí.

— Iiih, meteu uma decoração em tu?!

— Qual é a tua, Pablo? Tá brincando é? – neguei – Alice né dessas não, tá acontecendo alguma coisa aí.

— Deve tá bolado por causa das outras lá.

— Quis outras?

— Bárbara e Sabrina. – tomou sua cerveja. – As minas não para nunca de ir atrás dela.

— Essa história aí eu não sei não. – falei. – Qual foi da mesmo?

— Então ela não te contou, deve ser essa onda ai.

— Não, não contou.

— Alice tava indo pro banheiro, saindo do auditório.

— Tô ligado, ela me falou.

— Eu tava no pátio, pô. – Pablo disse ao acender um cigarro. – Tava fumando um no canto, vi ela entrando no banheiro e a Barbara foi atrás.

FILHOS DO MORRO (GDDM 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora