dark romance | enemies to lovers | i hate everyone but you | forced proximity
"Um único toque foi o suficiente para mudar tudo, destruir tudo."
Michelle Brown tinha uma tendência de quebrar regras, mas uma que ela sabia que poderia levar seu fim se...
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Seattle, Washington
O barulho do despertador me acorda após mais uma noite cansativa em que mal consigo dormir, perturbada por pesadelos em que um homem misterioso me persegue. Tenho tido esse pesadelo constantemente, mas nunca consigo ver o rosto do meu perseguidor.
Parecia mais uma memória do que qualquer outra coisa, como na noite de 13 de novembro. Noite dos pecados.
Hoje começa mais um dia de aula da minha nova vida, desde que abdiquei da antiga eu, aquela que fugia, corria e fazia todas as coisas possíveis em busca de adrenalina. Eu mudei. Ou pelo menos era aquilo que repetia para mim mesma todos os dias, tentando me convencer.
Não era fácil para mim continuar afirmando que aquela noite não influenciou em nada na pessoa que sou agora. A verdade é que tudo mudou ali, de uma hora para outra.
Caminho a passos lentos até a varanda e acendo um cigarro, hábito antigo que sequer tentei largar. Sentir a queimação da fumaça na minha garganta me ajudava a clarear meus pensamentos. O tempo estava nublado e o sol ainda nascia lentamente no céu.
Inspiro pensadamente e jogo o cigarro ainda pela metade, indo ao banheiro para fazer minha higiene matinal. Escovar os dentes, tomar banho e fazer minha skincare de rotina, todos os dias. Sempre.
Quando saio do banheiro sou surpresa pela presença do meu irmão gêmeo, Michael, que estava sentado na minha cama usando só uma calça moletom.
— Puta que pariu, Mike — dou um gritinho — Que susto!
— Que susto o quê? Eu sou lindo - diz ficando apoiado nos cotovelos.
— Eu poderia discutir mas somos gêmeos — dou de ombros e entro de novo no meu closet — O que quer? — pergunto um pouco mais alto para que ele me ouça no quarto.
— Vim te acordar mas você já estava no banho.
Mentiroso.
Eu coloco o uniforme já tão conhecido: uma blusa social com uma gravata, uma saia que ia até a metade das minhas coxas, e meias arrastão acima do joelho. Isso na verdade parecia muito mais uma fantasia sexual do que qualquer outra coisa, não que fosse uma surpresa que os velhos esquisitos da diretoria fossem de fato pedófilos.
Quando saio do armário, posso ver um Mike deitado na minha cama encarando o teto. No que ele estava pensando?
