Capítulo 4 - Tribo de Marshmallows

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Ao acordar, Aneline notou estar presa a algo. Talvez ela não quisesse que sua vista embaçada tivesse voltado à normalidade. Ela se surpreendeu com o que viu: vários marshmallows animados andando à sua volta. Tanto ela, quanto Shad, estavam presos em bambus.

Os marshmallows, que a partir de agora chamarei de "marshs", vestiam tanguinhas e carregavam lanças consigo. Eram uma tribo!

Ane notou um marsh maior do que todos os outros. Este era bem gordo e estava assentado sobre um trono de bambu. Todos os outros marshs dançavam em volta da fogueira.

Shad tinha acordado pouco tempo atrás.

Os dois puderam ver o rei marsh dar ao Amarílio O Andarilho um saco de moedas bem pesado. Amarílio saiu contente para a floresta, mais rico do que nunca.

Os marshs alegres festejavam a colheita do dia. Cantavam e dançavam uma música de celebração:

"E tira onda! E ô e ôoo! Conseguimos mais reféns, comeremos muito bem!"

Após a cerimônia cantante, o rei marsh tomou a palavra. Segurava em sua mão, branca e gordinha, feita de marshmallow, algo parecido com uma varinha de condão.

— Mais um dia alegre para nós, meus amigos trapaceiros. Por muitos anos foi estabelecida essa guerra entre seres adoráveis e depreciáveis, mas nós resistimos a isso, aqui, em Terra do Meio!

Os marshs vibravam com o discurso, rindo à vontade. O rei continuou:

— Para nós, todos esses seres são úteis igualmente. Chega de passar anos comendo nossos coleguinhas. Sim, somos fãs de marshmallow, mas agora não precisaremos mais comer uns aos outros. Apresento-lhes nossa salvação!

O rei marsh ergueu a varinha. Quase não era possível ver o semblante do rei, pois estava envolto por várias pelancas.

— Esta é a varinha-purpurina. Uma réplica do raio purpurinizador, única, de valor inestimável. Com ela, poderemos transformar qualquer um em marshmallow, e assim os comeremos!

Todos os marshs dançavam sem parar. Alguns dançavam agarradinhos.

A fogueira foi aumentada. Eles iriam comer marshmallow assado. E assado seriam Shad e Aneline se não agissem de alguma forma.

— Shad! O que faremos?! — cochichou Aneline, mas querendo gritar para o vampiro amarrado ao seu lado.

— Diga: "Mascotinho, mascotinho, venha me salvar. Do contrário eu vou me lascar".

— Mas o que é isso, Shad?!

— Isso vai invocar seu mascote espiritual!

Aneline inspirou. Fechou os olhos, tentando tirar sua atenção dos marshs, pois os adocicados lhe causavam arrepios.

"Mascotinho, mascotinho, venha me salvar. Do contrário eu vou me lascar!". Assim que Aneline expressou as palavras mágicas, o Besouro Kpopper apareceu. Ele dançava no ar, segurando seu tradicional microfone de karaokê.

Aneline olhou para o besouro rosa, mas ele estava parado diante dela, a encarando seriamente. A garota fitou Shad, questionando-se sobre o porquê do inseto mágico estar tão emburrado. 

— Ele está magoado porque você disse que odeia K-pop. Como eu disse, ele está aqui para te complementar. Não é porque vocês são diferentes que não podem se entender. Você gosta de música clássica, ele de K-pop. Façam amizade... 

Aneline não acreditou no que estava vivenciando. Ponderou se havia sido uma boa ideia tomar daquela poção da consciência. Talvez estivesse contaminada. 

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