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T H O M A S

Quando vi os cabelos vermelhos da garota esvoaçarem com o vento pelo vidro carro, confesso que fiquei surpreso por ela ainda estar aqui

Renata ainda estava aqui, nós nunca nos demos bem já que eu adorava irritar a garota

mais nem sempre foi assim

A vozinha da minha cabeça me lembrou

Por incrível que pareça antes da terceira série eu tinha uma quedinha por ela, gostava do seu cabelo vermelho em tranças inrroladinhas no topo da cabeça formando pequenos coques no cabelo, de como a garota de oito anos era linda, por isso comecei a implicar com ela, mais depois de algum tempo quando já estávamos maiores eu não sentia mais aquilo, tudo que tinha restado era a implicância um com o outro

Quando passei com o carro ela estava lá bem perto, e por mais que ela não conseguisse ver, seus olhos estavam em mim, quando cheguei na escola hoje vi como me olhava e sei que está surpresa por eu ter voltado, já que depois do que aconteceu, a mesma provavelmente queria que eu tivesse ficado bem longe de Wooseville, mais depois do que aconteceu, Nova York não era assim tão atrativa

- gostou de saber que estão todos comentando do seu showzinho ?

Lydia entrou no meu quarto enquanto eu estava jogado na cama de olhos fechados, mais os abri quando escutei sua voz

A garota que tinha praticamente as mesmas característica que eu se jogou em minha cama por cima de mim abraçando minha cintura

- ninguém sabe que fui eu

- errado, eu e mais sete garotos sabemos que foi você - retrucou deitando a cabeça na minha barriga - ou achou que eu não fosse reconhecer o carro do papai ?

- Lydia eu não quero falar sobre isso, combinamos que papai fica em Nova York

- Thom e....

Interrompi sua fala

- pare ! - a tirei de cima de mim - você pode continuar tendo um pai, ótimo, mais o meu morreu três horas antes dele pegar aquele carro ! Chega Lydia, eu não quero lembrar ! Você não estava lá, O que aconteceu em NY, fica em NY

não queria falar sobre isso, não queria lembrar que ele está em cemitério em Nova York a quilômetros de nós, não queria lembrar das suas últimas palavras antes de morrer, até porque sabia que ele estava certo

Ela me olhou com algumas lágrimas e murmurou um pedido de desculpas se levantando e eu percebi que tinha sído duro com ela, ela não tinha culpa, e por mais que eu odiace tocar no assunto, ela tinha o direito de perguntar

Puxei seu braço devagar a impedindo de se levantar da cama e a abracei

- quando eu estiver pronto para falar eu prometo que conversamos, mais agora, eu não quero lembrar do que aconteceu, me desculpe

- tudo bem, eu só quero que tudo seja como era, lembra... - passou as costas das mãos no rosto limpando uma lágrima - era eu e você contra tudo, e eu amava, amo, aquilo

Nós dois sempre fomos muito próximos um do outro, falávamos de tudo, poderia ser qualquer coisa, sempre tivemos intimidade para tal ato, e eu ainda lembro da primeira vez que dormimos juntos

Tínhamos nove anos e ela me procurou porque estava chovendo muito, ela sempre odiou os raios, por isso quando chegou em meu quarto a noite perguntando se podia dormir comigo, cedi, ela deitou ao meu lado com seu pijama de unicórnio e quando um raio passou a garotinha agarrou minha mão, foi nesse dia que prometi a ela que independente de quantos raios tivesse, não soltaria sua mão, dormimos de mãos dadas pelo resto da noite

Mais agora ela tinha que entender que eu não era mais o mesmo, quando fui embora para Nova York com dezesseis anos, eu não me importava com muita coisa, tanto que fiz coisas por lá que me arrependo, peguei abtos que me arrependo, foi uma maneira de não pensar apenas no inferno que vivi lá, a minha promessa a ela ainda era a mesma, mais eu não era o mesmo

- ainda somos eu e você contra tudo, mais tem que entender que eu mudei

××××

Parece que aconteceu algo em Nova York, nosso badboy voltou cheio de mágoas e pecados para redimir

Até a próxima, beijos amores

PRETO NO BRANCOOnde histórias criam vida. Descubra agora