Capítulo 1 - Início de um sonho?

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Um dia após se formar no curso de Design Gráfico pela Universidade de Nova York, Nathan Malik começa a fazer planos para o seu futuro. Em um final de tarde, sentado na escadaria vermelha na Times Square, que está pouco movimentada, ele tire seu notebook de dentro da mochila e entra em um site de classificados para procurar9 emprego.
Um tempo depois, ele se depara com um anuncia da empresa Kobayashi, uma das dez multinacionais mais famosas do Japão que estava a procura de designers. Depois de ler sobre as exigências para se candidatar a vaga, ele decide que quer se candidatar à vaga e aproveitar a oportunidade de construir uma vida fora do país, então ele retira seu celular do bolso da jaqueta e anota o contato da empresa. Mesmo estando um pouco indeciso sobre arriscar ou não, ele decide ligar para a empresa para ter mais informações.

- Ohayogozaimasu, Kobayashi Company.
- Ah... Ohayogozaimasu, me chamo Nathan e estou interessado na vaga para designer gráfico. Há algum detalhe sobre a vaga que não foi dito anúncio?
- Sr. Nathan, o canditado a vaga, além dos requisitos mencionados no anúncio, precisa ter o seu exame de proficiência na língua japonesa, o JLPT, atualizado caso seja estrangeiro e precisa ter nível N2 na prova.
- O meu nível foi N3 no exame, haveria algum problema se mesmo assim eu md candidatasse à vaga?
- Não há problema, mas caso você passe na entrevista e seja contratado terá que passar no mínimo um ano estudando o idioma em nosso país para obter o nível N2 e ser contratado definitivamente, enquanto estuda a empresa o contratará como estagiário até que finalize o curso.
- Arigatou gozaimasu, adeus.
- Sayonara.

Ele desliga o celular com um grande sorriso no rosto e guarda seu notebook de volta na mochila e caminha rumo ao seu apartamento ali na região de Manhattan. Enfim ele chega ao apartamento animado para dar a notícia aos seus pais, John e Alice, e ao seu irmão mais novo Michael.

- Boa noite gente, cheguei. - disse Nathan ao abrir a porta rapidamente.
- Chegou bem na hora, vou por a sua janta na mesa e vá lavar suas mãos, saímos de uma pandemia a três anos atrás mas é melhor que a gente continue se cuidando. - disse Alice em tom de voz alto na cozinha.

Nathan se dirige ao banheiro próximo a sala de estar e começar a lavar suas mãos.

- Tenho uma notícia muito boa para dar a vocês! - disse ele cantarolando no banheiro.
- Pode contar enquanto comemos, não demore muito no banheiro. - disse John enquanto estava sentado à mesa.

Ele sai do banheiro enxugando suas mãos no moletom seguindo em direção à cozinha.

- Nate?! Não se deve enxugar as mãos nas roupas, você não é mais um adolescente desleixado!
- Desculpa, Alice.
- Retire isso agora, vou estender em algum lugar.
- Eu já disse para não chamá-la assim, filho.- disse John em tom sério.
- Não tem problema, amor. Ainda é difícil pra ele me chamar de mãe mesmo depois de tudo que aconteceu, não me importo que ele me chame pelo primeiro nome. - disse Alice enquanto tirava o moletom de Nathan.

Alice se retira da cozinha para estender o moletom e John aproveita a oportunidade para conversar com Nathan.

-Nathan, filho, entendo que a morte da sua mãe pode ter sido um evento traumatizante, mas acho que ela gostaria que a gente seguisse em frente de cabeça de erguida, encontraram a cura para o Covid-19 mas infizmente para Mary já era tarde demais e ela não resistiu. Pode ser difícil aceitar a Alice como sua nova mãe, mas gostaria que a tratasse com um pouco mais de respeito, desde o dia que ela o viu chorando no quarto ela nunca desistiu de tentar te fazer sorrir, acha que pode fazer isso por mim? - disse John segurando as mãos de seu filho enquanto o olhava profundamente nos olhos.
- Tá bom, pai. Prometo tratá-la melhor a partir de agora. - disse Nathan com um gentil sorriso no rosto.

Alice chega à cozinha e se senta à mesa junto com os dois filhos e o marido.

- Então, vamos agradecer antes de comer?

Todos concordam balançando a cabeça, dão as mãos e fecham os olhos.

- Amém. - disseram todos ao abrir os olhos.

Todos pegam seus talheres e começam a comer.

- Então, o que você tinha para nos contar, filho? - disse John com a boca cheia.

Após ficar alguns segundos calado ele fala:

- Estou pensando em me candidatar a uma vaga na Kobayashi Campany, eles estão contratando e oferecem muitos benefícios e um ótimo salário.
- Mas essa empresa não estava contratando para trabalharem no Japão? Não lembro de ver anúncios para a filial de Nova York. - disse Alice enquanto cortava a carne no prato do Michael.
- Sim, pensei que seria uma ótima oportunidade pra mim.
- Pensei que fosse trabalhar aqui em Nova York como todos os seus colegas de turma, por quê que ir para outro país? - disse seu pai enquanto ainda estava de boca cheia.
- Acho que vejo um futuro melhor no Japão do que aqui, passei três anos e meio estudando japonês e seria uma boa oportunidade para pôr o que eu aprendi em prática e se eu não conseguir me dar bem lá eu volto para Nova York e tento arrumar um emprego por aqui.
- Pelo visto meu filhinho já cresceu e virou um adulto, se você está realmente decidido nós iremos te apoiar nessa sua decisão. Terá que se organizar direito a partir de agora, já entregou o seu currículo? - disse John sorrindo orgulhoso de seu filho.
- Ainda não, pensei em falar com vocês primeiro antes de mandar meu currículo.
- Bem, então é comer logo para mandar hoje seu currículo para eles. Tenho certeza que não querer dispensar um jovem tão talentoso. - disse Alice enquanto sorria para Nathan.

Após o jantar, Nathan vai para seu quarto e se deita na cama, vira-se para o lado e dá um abraço bem forte em sua pelúcia sonhando com seu futuro em terra estrangeira.

- Nathan, tem certeza que você quer ir para o outro lado do mundo? - disse Michael sentado à mesa de escritório no quarto enquanto jogava no computador.
- Sim, eu tenho certeza. Apesar de ter medo por estar indo para um lugar desconhecido onde não conheço ninguém... eu sinto que é algo que eu tenho que fazer. Quando você for mais velho terá que tomar decisões bem pensadas e para nossa sorte temos pais que nos apoiam muito em tudo. - disse Nathan virado olhando para seu irmão enquanto ele jogava.
- Me promete uma coisa? - disse seu irmão após pausar o jogo.
- O que?
- Venha nos visitar sempre que puder, se não irei me sentir muito só aqui. - disse Michael com a cabeça baixa.
- Sempre que eu tiver a chance de visitá-los, nem que seja por um só dia, eu virei, pode confiar em mim. - disse Nathan para seu irmão sentado à beira cama sorrindo para ele.

Michael se levanta da cadeira e abraça Nathan bem forte. Logo em seguida cada um se deita em sua cama e adormecem.

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