Complicando

70 10 0
                                    

Após o acontecido com os fones de Edward ele não falou mais comigo, o resto da viajem foi entediante para ser sincera.

Era próximo de umas três horas e o professor Alaric aproximou-se do fim do nosso corredor.

–Faltam aproximadamente quinze minutos para chegarmos a ilha se Santa Cruz – falou ao ver que todos prestavam atenção nele, então olhou pra mim e para Edward e fechou a cara, voltando para a parte de baixo do ônibus.

Os últimos quinze minutos passaram voando, quando percebi já estávamos parando. Aos poucos os alunos começaram a descer, e eu fui em direção à porta, com minha mala nas costas, mas Edward parou na minha frente.

–Anda Edward!

Ele me olhou, usava os óculos de sombra, sorriu torto e se espreguiçou, levantando os braços acima da cabeça e bocejando, só para me provocar, dei uns empurrões nele e ele andou, descendo do ônibus, desci logo atrás.

Estávamos perto de uma trilha, onde tinha uma placa escrito ¨Caverna Pintada – Ilha de Santa Cruz¨

Peguem suas malas no bagageiro, vamos colocar as malas em um ônibus que levará direto para o hotel, logo ele chega – a multidão foi em direção ao bagageiro, mas eu e mais alguns alunos ficamos esperando a multidão cessar um pouco, logo então fui pegar a minha mala, ela era bem grande, então quando a peguei quase caí, mas alguém me segurou antes.

–Assim você deixa a mala cair! – falou Alaric me segurando pela cintura.

–Obrigada – falei arrastando minha mala e indo em direção ao grupo de meus amigos.

Já tinham se passado uns quarenta minutos desde que chegamos, e o tal ônibus não tinha aparecido ainda para buscar nossas malas, o professor Alaric andava de um lado para o outro com o celular nas mãos.

O celular tocou e o vi atender, colocando no ouvido, olhou para nosso grupo por um momento e desligou após falar algo.

–O ônibus que levaria s malas para o hotel estragou, então só vai vir um as sete para levar-nos todos para o hotel, então entraremos na caverna com as malas.

–Ah – falaram alguns revoltados.

–É muito ruim andar com as malas – se queixou Roselie.

Logo um cara loiro de cabelos cumpridos, presos em uma cola se aproximou.

–Vocês deixaram uma mala no departamento de achados e perdidos da caverna, mas como ele não é muito grande, será apenas uma, a outra terão que levar com vocês. Dividam-se em dois grupos. Eu sou James e guiarei um grupo pela caverna.

Logo os alunos foram divididos em dois grupos, eu fiquei no mesmo de Alice, Angela, Emmett, Jacob, Jasper, Jessica, Mike, Roselie e infelizmente, Edward. Mais alguns alunos estavam em nosso grupo, incluindo Tania e sua irmã. James olhou atentamente para os dois grupos, então parou seu olhar em mim por segundos, ou talvez tenha sido impressão minha.

–Vocês venham comigo – apontou para o nosso grupo – e vocês – apontou para o outro grupo de uns vinte alunos, mesma quantia do nosso – vão com Paulo, apontou para um homem que se aproximava o olhando confuso.

O professor Alaric veio em nossa direção, para nosso grupo, e o outro professor de história e artes foi na direção do outro grupo. Seguimos por uma trilha, acompanhando James, até que pude ver uma abertura rochosa, e antes de entrarmos na caverna, tinha uma casinha de madeira ao lado, fomos até lá e largamos uma de nossas malas, assim como quase todos, peguei apenas a com comida para levar para a caverna, coloquei algumas roupas, vai que encontrávamos a tal lagoa lá dentro, coloquei um tênis e entramos na caverna.

O interior da caverna era iluminado por apenas algumas lâmpadas amarelas, o chão era de terra e as paredes de pedra davam a impressão de serem úmidas além de serem irregulares. Andamos adentro da caverna, logo nosso grupo entrou por um caminho e pude ver o outro entrar por outro. Logo avistamos imagens em uma cor avermelhada, parecida com barro, eram imagens de seres corcundas, animais, como dinossauros, e uma pirâmide com um olho arrepiante.

–Como vocês podem ver, aqui está desenhos com mais de mil anos, aqui – Alaric apontou para a pirâmide – está o símbolo do medo, este é um símbolo illuminati, o olho que tudo vê, Franklin Roosevelt em 1933 ordenou que se introduzisse esse símbolo nas notas de um dólar.

O professor Alaric seguiu andando após sua explicação.

Edward estava a minha direita e Alice a minha esquerda, em um trecho escuro, senti um arrepio percorrer meu corpo, então me aproximei de Alice.

Andamos mais um bom tempo, e a única luz que tinha era a das lanternas que alguns alunos trouxeram e a do guia. Então o professor Alaric se aproximou do guia e perguntou algo que não pude ouvir.

–Eu sei o que estou fazendo – respondeu James ríspido, cortando o Alaric, este que voltou para o seu lugar, um pouco a minha frente.

Já tínhamos andando muito naquele trecho escuro, minhas pernas já protestavam, assim como alguns alunos se queixavam.

–Já não podemos voltar professor? – perguntou Emmett resmungão.

–Já canso boneca? – perguntou Alaric debochando do paspalhão.

–Ei, eu não sou nenhuma boneca não – se defendeu Emmett.

Logo entramos a direita de uma bifurcação, saindo em um corredor que após andar mais uns dez minutos pegamos a direita novamente, seguimos mais um pouco e encontramos um trecho quase interditado.

–Podemos voltar James? – perguntou Alaric impaciente.

–Ainda não, vamos andar mais um pouco – falou passando por um canto onde a quantidade de pedras era menos, assim aos poucos todos passavam. Subi em cima das pedras lisas para poder passar, mas meu tênis deslizou, fui em direção ao chão de costas, mas mãos fortes me seguraram antes que eu caísse de costas nas pedras pontiagudas. Olhei para trás para agradecer e vi um Edward estressado.

–Obrigada – falei constrangida.

–Não agradeça, apenas olhe por onde anda.

Andamos mais um trecho e James parou de andar e olhou pra trás.

–Sigam andando por aqui - apontou para frente escura que nos esperava – acho que deixei passar uma entrada ali atrás, vou dar uma olhada e já volto, acho que passamos pelo lago cristal da caverna.

O professor Alaric pareceu não gostar muito da ideia, mas seguimos caminho, enquanto James sumia na escuridão atrás de nós.

Depois de andarmos um bom tempo, e James não ter voltado, o professor Alaric parou de andar, e todos pararam com ele.

Ele andou pelo meio da turma, com sua lanterna iluminando a escuridão atrás, mas não achou vestígios de James, começou a andar pela direção que viemos, com uma expressão seria no rosto, logo estávamos o seguindo de volta. Apareceu uma saída de bifurcação, mas eu não me lembrava de termos saído em uma na última meia hora, passamos por umas duas apenas.

–Alguém sabe por qual caminho da bifurcação saímos? – perguntou com preocupação na voz Alaric Saltzman, para a surpresa de todos que ali estavam.

Nesse momento o medo tomou conta de mim, apenas aí percebi o óbvio, James, nosso guia tinha nos abandonado, estávamos perdidos em uma caverna, com apenas um professor de história para nos guiar, esse que parecia estar mais nervoso que muitos ali.

Amor, Um Sentimento ConfusoOnde histórias criam vida. Descubra agora