O rapto da filha de Íris...

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Queria dedicar esta pequena e singela história a Psique e Eros, cuja própria história sempre serviu de  muita inspiração para mim. Muito obrigada!

E também a minha mãe de coração, Íris, desculpe por ter escolhido azul como cor preferida ao invés de muda-la todo dia como era o seu desejo.

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Eu disse que não vou para lugar nenhum. Não tenha medo. Enquanto eu te fizer feliz, eu vou ficar aqui.

- Stephenie Meyer,  Crepúsculo.

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Aviso: Antes de começar a ler esta história, tenha em mente que a protagonista, Gabrielle, e  a autora, Leta Gabriele vulgo eu, não compartilham da mesma identidade, apesar de ambas serem  filhas da mesma deusa. Eu não tenho nenhum  tipo de  relação com o deus lustroso da morte chamado Tanatos nem nutro um ínfimo sentimento por ele (até porque se fizesse isso correria o risco de a esposa dele cortar a minha garganta com uma foice). Encare isto como eu cumprindo a promessa que fiz a uma irmã minha de registrar uma minúscula, porém crucial, parte da vida dela.

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Atravessei a soleira da porta como uma tempestade. O chalé de Íris estava surpreendente deserto e silencioso. O que de certa maneira era conveniente e muito sinistro.

Poderia se ouvir uma adaga caindo no chão. Eu era uma campista anual desde que cheguei ao acampamento quando tinha apenas nove anos e fiquei no chalé de Hermes mesmo depois de minha mãe ter me reclamado porque, como todos sabíamos, deuses menores não podiam ter chalés no acampamento nem tronos no conselho dos Olimpianos.

É claro, tudo isso mudou após a batalha em Manhathan, quando nós campistas do Acampamento meio- sangue defendemos Nova York e o Olímpo localizado no 600º andar do edifício Empire Stady Bulling contra as forças do exercito do maligno lorde Titã. O lendário herói, Percy Jackson, fez os doze deuses Olimpianos jurarem pelo Estige atender suas exigências como agradecimento por ele ter derrotado Cronos e salvado suas forças de poder e imortalidade. Entre elas, ceder um lugar para os deuses menores em seu conselho e construir chalés para seus filhos no acampamento. Vazio do jeito que estava agora, o chalé parecia quase sombrio e inquietante. A luz do Sol atravessava as janelas, cujos vitrais eram como caleidoscópios líquidos, projetando arco íris pelo assoalho. Apesar de eu ser atualmente a mais velha filha de Íris no acampamento e viver aqui a mais tempo que qualquer outro dos meus irmãos, Butch era nosso conselheiro-chefe por ter participado de mais missões e ser mais experiente em combate.

Andei como uma louca de pedra entre os beliches. Uma pequena fração do meu cérebro refletiu que era um grande golpe de sorte hoje não termos vistorias de chalés, porque algumas das camas estavam realmente desmanteladas.

Mas a maior parte estava fervilhando demais para dar atenção a algo que não fosse a fúria e o desejo de socar o rosto de um certo deus até abrir um buraco nele. Tinha certeza que dava até para ver a fumaça erguendo-se da minha cabeça.

Acreditem, não existe poder maior de destruição do que uma adolescente com problemas de temperamento TDAH, ainda mais se ela fosse uma semideusa altamente treinada na arte de torcer braços e estivesse consternada pela ira.

- TANATOS! - eu rugi de tal forma que acho que fiz as paredes tremerem. - Eu posso sentir a sua presença. Se por acaso você estiver em algum lugar lugar num raio de quinhentas milhas daqui é melhor se revelar agora! Caso contrário Hades terá que por um anúncio na coluna de empregos do Olimpiano Diário procurando um novo deus da morte para recolher os pedaços espalhados pelo Tártaro do antigo que ocupava essa vaga...

O Rapto da filha de Íris...Onde histórias criam vida. Descubra agora