(...)
Dara olhou para a porta do pequeno hotel e levou sua mão até a maçaneta, mas antes de abrir a porta de madeira velha e suja, ela parou e olhou para a placa novamente. Sua face estava séria e seus olhos e mente inquietos.
Raví - O que foi? Tem algo de errado? - Ele interrogou Dara curioso, olhando a expressão que Dara fazia ao relembrar seu passado.
Ela deu um suspiro intenso, foi tão doloroso que parecia-se ter arrancado sua alma e ali em pé só se restava a carcaça de uma mulher bonita, de altura média e olhos azuis escuros cheios de tristeza e lamentação.
Dara - Não, está tudo bem. - Dara finalmente girou a tão temida maçaneta, e o som de um pequeno sino quebrado, que estava acima da porta amarronzada, soou por toda a residência.
Dara retirou seu pé direito do tapete amarelado com um tom de marrom, por conta da sujeira, após colocar seus pés sobre a madeira velha que rangeu, mais receio pesou sobre suas costas.
Pouco tempo após o sino soar, Dara e Raví ouviram o som de passos nas escadas que rangiam, e logo viram uma mulher um pouco mais baixa que Dara; de cabelos curtos, lisos e morenos, seus olhos eram castanhos que demonstravam alegria no momento.
- Bom dia! Ah, quero dizer, boa tarde! Como posso ajudar? - A garota estava animada por ver clientes.
Dara olhou a menina de cima á baixo atentamente, tentando se lembrar de quem era ela.
"Ela não me é familiar, ah! Deve ser de uma nova geração da família, afinal, já se passaram tantos anos..." Pensava ela encarando a gerente que estava atrás de um pequeno balcão marrom, feito de madeira.
Raví - Boa tarde. - Ele olhou para Dara que estava ao seu lado esquerdo, e percebeu o clima tenso que ela estava causando ao encarar a jovem gerente.
Raví - Ei Dara, pare de encarar os outros com essa cara assustadora! - Sussurrou em um tom alto.
Dara - Ah... Boa tarde, eu gostaria de passar a tarde aqui, por acaso você tem algum quarto?
- Sim!
Dara - Pois bem, quanto custa uma tarde?
- Cinco moedas de bronze.
"Merda" pensou Dara.
"Eu só tenho uma moeda da morte, menti para Isis dizendo que não tinha uma para não gasta-la e agora vou ter que usar aqui? Mas que droga, uma moeda da morte custa muito mais do que cinco moedas de bronze!" Continuou se auto-questionando mentalmente enquanto passava sua mão no bolso direito de seu manto, para conferir se ela realmente tinha somente aquela moeda. Ela estava sorrindo enquanto pensava olhando fixamente para a menina, aquilo daria calafrios em qualquer um.
Dara - Bem... Eu posso pagar quando for embora? - Questionou ainda com seu sorriso amedrontador.
- Ah... Eu tenho que perguntar para minha supervisora, por que já ocorreu de pessoas dizerem isso e não pagarem seu quarto... - Disse ela um pouco envergonhada, atrás do pequeno balcão de madeira, e com isso o sorriso de Dara se dissipou.
Dara - Por acaso está dizendo que sou desonesta a ponto de fazer algo assim?! - E novamente o controle de sua raiva foi quebrado.
Seus olhos brilhavam novamente, mas antes que algo a mais pudesse acontecer uma senhora baixinha e corcunda veio caminhando pelo corredor, até se encontrar com os clientes problemáticos e sua neta.
- Bom senhora Dara, eu diria que sim. - Disse calmamente a velha senhora, com seu pequeno rosto em formato de bolacha e um sorriso encantador.
Dara - Senhora Dolores! Quanto tempo, a senhora está bem? Como vai a vida? Continua tendo clientes encrenqueiros?
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A Young Mage
FantasyEm um mundo onde a magia e as ilusões prevalecem, guerras acontecem a todo momento em busca de ver quem as manipula com maior facilidade, o que seria de um pobre garoto sem pais que ainda não aprendeu a usar a magia? Espero que gostem da historia e...