Capítulo Único

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Kageyama


Maldita. 

Era assim que eu queria chamar aquela aposta que ocorreu durante a cerimônia de formatura dos senpais. 

Juro pra você, mas meu coração não era de ferro, tão pouco meu pau. 

Quer dizer, duro era o que ele estava, mas como alguém não ficaria vendo aquela bunda completamente arredondada de Hinata?

Minha nossa senhora, não tinha condições. 

Eu mesmo não sabia como estava tendo esse tipo de pensamento. Mas acho que todo mundo tem algum tipo de esquisitice durante a vida, e aquela era minha hora – feliz hora, para deixar claro. 

Tudo começou quando, pra comemorar a formatura de Daichi, Suga e Asahi, todos marcaram uma rodada de volêi por uma última vez dentro da quadra do Karasuno. 

Até aí tudo bem, mas tudo começou a ficar estranho quando Tanaka bateu palmas, chamou atenção de todo mundo e gritou: "no último ponto, quem deixar a bola cair, vai ter que se vestir de coelhinho!!".

Onde estava o juízo dos senpais? Que Nishinoya concordasse por ser um depravado do caralho, tudo bem, mas Asahi? Suga? Daichi? Não, não fazia sentido nenhum e minha cabeça rodou vinte vezes, igualzinho a roleta do bolão da casa própria, quando eles levantaram as mãos, concordaram sem a menor objeção e com um sorriso no rosto. Um sorriso enorme. 

Será que Asahi estava usando a aposta pra poder ver Yuu vestido daquela forma? Poderia ser, mas… ele era tão… bem, impressões à parte, o jogo ocorreu. 

E ah, eu poderia considerar uma benção e uma maldição ao mesmo tempo? 

Deus, me diz sim. 

Foram formadas duplas e para ser mais "justo", a dupla que perdesse mais faria o seguinte: o último integrante a tocar na bola iria vestir a roupa e o segundo ajudaria essa pessoa a se vestir.

Maldita hora que confiei nas habilidades pouco refinadas de Hinata. Não que eu esteja reclamando agora, longe disso. 

Eu, inocente como era, escolhi Hinata apenas porque achei que nosso rápido daria conta do serviço, mas era óbvio que lutar contra as habilidades dos senpais daria em merda. 

Perdemos quase todas as rodadas.

Não sei, mas agora que Hinata está comigo dentro desse vestiário, sinto que isso foi planejado e meticulosamente pensado em pequenos detalhes. 

A desgraça começou mesmo quando Tanaka saiu saltitante e com um sorriso diabólico no rosto, entrou no vestiário e catou o cabide que lá estava a roupa da depravação.

Sim, não poderia considerar aquela como uma roupa normal. 

Um boddy negro, meias arrastão em tela e uma tiara com orelhas fofas – sim, fofas! Podem me jogar no hospício – de coelhinho. 

Ah, qual é! Não me julguem!

Tanaka praticamente jogou a roupa no peito de Hinata, sorriso lascivo tomando conta dos seus lábios. 

Eu olhei para ele, ele olhou pra mim. Ficamos quase dois minutos um encarando o outro. 

Deus, por que não me escutaste quando eu pedi com tanta vontade para que me tirasse daquela situação? 

Era um surpresa deus ser kagehina. Tenho que admitir o bom gosto. 

Não negaria que me sentia levemente atraído por Hinata, assim, pouquíssima coisa mesmo. 

Aposta (Kagehina - Haikyuu) Onde histórias criam vida. Descubra agora