No Meio Do Nada - Concluído

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Ashley Adams

Levantei cedo, Menor tá dormindo ainda.

Sentei na cama e o celular dele começou a tocar.

IDL.
Xxx: Alô?
Fiquei calada.
Xxx: Vai responder não é porra?

Continuei calada.
Xxx: Olha aqui seu filho da puta, eu acho bom tu trazer a comida do meu filho, não é culpa dele o pai ser irresponsável não
Eu: Passa o endereço que eu mando ai
Xxx: QUEM É PORRA?
Eu: Abaixa o tom garota, pela voz deve ser criança ainda
Xxx: Olha, eu só quero comida pra o meu filho tá
Eu: Passa o endereço karalho
Xxx:  Tá
Ela passou o endereço e eu anotei.
Eu: Em duas horas eu levo ai
Xxx:  Tá, traz também remédio pra febre, só tem 6 meses, é meu primeiro filho
FDL.

Nem acordei o bonito, coloquei o celular como tava e levantei.

Fiz minha higiene, me arrumei e deixei o café pronto.

Vou criar paranoia atoa não, nem esquentar a minha cabeça.

Comi e limpei o que eu sujei.

Peguei o carro e passei no mercado, comprei uns remédios da farmácia e fui pra casa da menina.

Bati na porta e ela atendeu toda descabelada.

Xxx: Entra -deu espaço e eu entrei- qual seu nome?

Eu: Ashley e o seu? -coloquei as compras na mesa-

Xxx: Heloísa, esse é o meu filho Miguel -peguei o bebê que chorava- eu não sei o que fazer

Eu: Eu sei -tirei a roupa dele- aonde é o banheiro aqui?

Heloísa: Aqui -abriu a porta, coloquei o bebê na banheira e ele foi se acalmando aos poucos-

Dei um banho nele e vesti com roupa leve.

Eu: Cadê os seus pais? -ela coçou a cabeça-

Heloísa: Digamos que RR me tirou de casa porquê os meus pais queriam me matar e matar o meu bebê, agora ele sumiu do mapa -cruzou os braços-

Eu: Olha -dei mamadeira ao bebê- infelizmente, RR morreu -ela me olhou rápido e os olhos ficaram marejados- já tem um bom tempo isso, ninguém te ligou nem nada?

Heloísa: Não, ele ia assumir quando Miguel fizesse um ano -assenti e dei um abraço nela- caraca velho

Eu: Você mora aqui sozinha? -ela assentiu- tu tem que sair daqui, tem ninguém perto pra te ajudar, lá no morro tem eu, as meninas, os meninos, tudo uma família

Heloísa: Eu não posso -deu um sorriso sem graça e eu olhei confusa- isso não é pra mim, eu sou bem medrosa entende?

Eu: Mas lá tem seguranças -ela negou com vergonha- qualquer coisa me liga, tu me deu um susto hoje garota 

Heloísa: Por quê? -deu risada-

Eu: Do nada uma menina estranha liga pra o celular do meu marido e diz sobre um filho -rimos juntas-

Heloísa: RR que me passou o contato dele, caso algo acontecesse -assenti- 

Eu: Agora que ele dormiu -coloquei ele na cama improvisada- vamos ter uma conversa, ok?

Heloísa: Tá -sentei de frente pra ela-

Eu: Quantos anos você tem? Quando você conheceu o RR? Você já foi no morro? Tá se relacionando com mais alguém? Tem trabalho? Estuda? -ela deu risada-

Heloísa: Eu tenho 17 anos, conheci RR a 2 anos, ele foi o meu único, nunca fui no morro não, tava me relacionando com ele e não pretendo me relacionar com ninguém nem tão cedo, eu não tô trabalhando por conta do Miguel, terminei o ensino médio e queria cursar culinária

Eu: Entendi -ela deu um sorriso- vamo fazer um trato?

Heloísa: Depende -disse receosa-

Eu: Tu vai pra o morro, lá a gente vai dá uma casa pra tu, cê vai fazer a sua faculdade, vamos te dar um dinheiro por mês por conta do Miguel e de você ser viúva, vai ter uma menina pra olhar Miguel e vocês vão ter seguranças, a gente faz o teste por 2 meses, se der certo tu continua, se tu não gostar cê pode sair de lá, iai?

Heloísa: Meu filho, vai tá seguro mesmo né? -assenti- vou pensar, posso te responder amanhã de manhã? 

Eu: Pode, agora vamo ajeitar essa casa e fazer umas comidas pra tu não passar fome -levantamos- 

Podem me julgar.

 Mas eu sou o tipo de pessoa que mesmo não te conhecendo, e vendo que tu tá na pior, eu vou te ajudar.

Odeio ver gente passando por necessidade.

Principalmente gente como a Heloísa, novinha ainda, tem muito pra aprender.

No que eu poder, eu ajudo ela sim.

Mãe viúva, tem que ser ajudada sim, novinha, quando se envolveu ele não era casado, tem filho dele, independente se não tivesse filho, eu iria ajudar do mesmo jeito.

Ninguém é Deus pra julgar ninguém.

Eu não planto o bem esperando algo em troca não, eu planto o bem pra ver mais bondade nesse mundo horrível em que vivemos.

Posso matar pessoas? Sim, posso me envolver com coisas erradas? Sim, mas quando precisam, é esse dinheiro que ajuda!

Ajudei  ela a arrumar a casa e fazer comida, comprei umas fraldas pra o Miguel e voltei pra o morro.

Eu: Amor -entrei em casa-

Enzo: Oi vida -disse da cozinha-

Eu: Quando ia me contar que o RR tinha um filho e uma mulher? -ele me olhou nervoso-

DEIXEM O VOTO❤️.
Beijinhos Da Giih❤️.