Beatrice limpa a garganta e Jackie se indireita, as garotas imitam o pai em posição de descanso com as mãos atrás das costas e as pernas um pouco espaçadas. Jackie segura o sorriso.
- Obrigada pela recepção calorosa. Estou muito feliz em estar de volta. - Beatrice diz com o tom d3 voz calmo. - Não pensem que vão ter moleza, nem o Aurora 12, e nem os treineiros. Cabo Crown...
O rapaz sai do fundo da fileira de homens e vem até Beatrice ele bate continência e sua expressão está tensa.
- Eu te perdoo. Aliás, já arrumei um substituto para você. - Beatrice diz calma e olha para o novato de canto.
- Obrigado, capitã. - o cabo diz em um fio de voz.
- Eu quero essa base impecável. Em breve receberemos materiais para uma reforma. Enquanto isso voltem aos seus trabalhos. - Beatrice comenta.
- Sim, senhora! - Os garotos respondem alto e as garotas imitam.
Jhon sacode os braços e ela sorri.
- Dispensados.
Beatrice entrega Jhon para Jackie que se aproxima, ele faz o beber rir.
- Belo discurso. Posso invadir seu alojamento a noite? - Jackie sussurra e Beatrice arqueia a sobrancelha.
- Não. - ela nega em tom humorado.
- Precisa de ajuda do Aurora 12, capitã? - Luck pergunta e Beatrice concorda.
Os rapazes pegam as mochilas e vão até o antigo alojamento de Beatrice. Ela olha os cômodos com saudade e sorri.
- Está tudo exatamente igual... - Ela sussurra e os garotos sorriram.
Ela abre a porta do antigo alojamento, está tudo limpo e sem decoração. Os garotos colocam as coisas em cima da cama e Beatrice está pensativa.
- O que foi? - Sam pergunta.
- Vou precisar colocar o colchão no chão. Não quero que Jhon caia e machuque.
- Tem razão. - Luck comenta. Temos mais colchões guardados vamos traze-los e tirar a cama.
- É apenas temporário. Tenho planos para este cômodo. - Beatrice responde e desce para a cozinha. - Cuidem das crianças. Vou ver uma velha amiga. Major Evans, o novato substituto do Crown... dê um tratamento especial para ele.
- Prevejo um novo soldado se borrando. - Ray comenta.
- O Cabo Crown quase chorou ao receber perdão, ou foi apenas eu que vi os olhos marejados? - Nick perguntou e todos riram.
- É bom que chore. - Jackie bufa.
- Eu quero disciplina. E esses novatos estão precisando aprender a controlar a língua. - Beatrice comenta.
- Ela ja chegou botando o terror. - Stefan comentou. - Não mudou nada.
Beatrice sorri.
- Olhe as crianças! - ela diz calma e Jackie sorri.
- Sim, senhora!
Beatrice coloca o óculos escuros e começa a caminhar. Depois de quase uma hora ela para de frente a uma fazenda e sorri.
Ela abre a cerca e vai até a porta e bate. Ouve passos e se apluma com o melhor sorriso.
- Pois não? - Um homem um pouco mais velho que Beatrice abre a porta.
- A senhora Vera está? - Beatrice pergunta.
- A minha mãe morreu ano passado. - O homem responde com pesar e Beatrice desmancha o sorriso em seus lábios e retira o óculos.
- Eu...eu sinto muito. Meus pêsames. - Beatrice sussurra abatida. - Eu sou Beatrice, conheci sua mãe a sete anos atrás.
- Você é a garota que ela falava... - o homem diz perplexo. - Entre.
- Obrigada.
Beatrice entra e avalia a casa que agora não tem mais o mesmo brilho. A falta da presença de Vera, fez com que a a casa se torna-se fria, o que uma vez foi calorosa.
- Ela falava muito de você. Antes dela falecer chegou a comentar em ir visita-la.
Beatrice teve um flash de memória, Vera que fez o parto de suas filhas. A gestação das gêmeas foi toda na base e em uma noite quente a bolsa rompeu e Beatrice precisou de ajuda. A única pessoa que veio a sua mente foi Vera. Suas filhas nasceram no centro médico da base pelas mãos da velha senhora.
Beatrice limpou uma lágrima que escorreu junto com a tristeza.
- Ela deixou uma coisa para você. - O homem diz e sai, logo ele retorna com uma carta em mãos. E Beatrice não perde tempo em abri-la.
" Cara Beatrice,
Se está lendo está carta agora...bom...devo ter passado dessa para melhor. Sinto sua falta, minha amiga.
Quantos filhos deve ter agora? Uns 5 talvez...
Beatrice ri e nega.
- Apenas 3, amiga.
Meus dias depois que você se foi se tornaram opacos. Me pergunto sobre suas meninas, devem ter crescido com saúde e beleza como a da mãe.
Não quero que fique triste. Estará sempre em meu coração por alegrar os dias de uma velha sozinha como eu.
Lembre- se, nunca perca sua essência. Uma garota especial como você é raridade.
Obrigada por me dar a honra de ser sua amiga.
Um grande abraço...
Vera. "
Beatrice soltou mais algumas lágrimas e abraçou a carta. Vera foi sua amiga em momentos difíceis, seus conselhos ainda estão guardados com carinho em sua memória.
Beatrice olhou novamente para a casa, e havia vários pertences sendo guardados.
- O que vai fazer com as coisas dela? - Beatrice pergunta e o homem suspira.
- Vamos vender a fazenda. - ele diz. - Só preciso de um comprador interessado em viver no meio do nada.
- Eu compro! - Beatrice disse levantando.
- Tem certeza?
- Absoluta.
Beatrice pega a bolsa que deixou na sala e retirou o talão de cheque e uma caneta.
- Diga seu preço. - Ela pediu educada e o homem gaguejou.
- 50 mil dólares. ( 150 mil reias aproximadamente) - Beatrice concordou.
- Desconte o cheque. Eu vendi minha casa em Nova York e tenho mais ou menos além dessa quantia no banco.
O homem concordou e pegou alguns papéis que ele já havia providenciado para a venda do imóvel. Beatrice assinou os papéis e o homem entregou a escritura da fazenda.
- Acho que ela ficaria feliz. - O homem comenta. - Entregar a fazenda para alguém que ela gostava.
- Preferia ter comprado diretamente dela, a vendo sorrir e contar suas histórias. - Beatrice sussurra entristecida. - Venho ocupar a casa amanhã.
- Deixarei tudo pronto.
Beatrice se despede e volta para a base triste pela perda da amiga.
- Você está bem? - Jackie pergunta a vendo chegar limpando algumas lágrimas.
- Sabia que a Vera faleceu ano passado? - Beatrice pergunta com a voz trêmula.
Jackie nega perplexo e triste. Ele abraça Beatrice pois sabia do carinho da esposa pela senhora.
- Eu sinto muito. - Jackie disse sério com pesar.
- A fazenda estava a venda. Eu comprei. Acha que fiz o certo?
- Você fez sim. - Jackie responde beijando o topo da cabeça de Beatrice e a levando para a cozinha para beber um copo de água para se acalmar.
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Operação BIRDS 2
RandomLivro 2 - Mexer com uma mãe normal, pode trazer grandes problemas. Mexer com os bebês de uma mãe Pantera, pode ser fatal. Após cinco anos vivendo a favor da vida de seus três filhos, Beatrice já não sente mais falta da adrenalina das missões. J...