Depois de alguns minutos no trânsito, vejo o motorista balbucear alguma coisa com certeza o dia dele foi difícil, mas não quero que nem ele nem ninguém atrapalhe nossa noite. Então volto a ouvir a Eloá contando sobre um casamento.
- Enfim, o resumo da ópera é que minha mãe pediu pra te convidar pro casamento da minha prima, vai ser daqui a 1 mês, mas ela não entende. Acho que vou falar que terminamos pra te livrar dessas festas desnecessárias.
Ela fala quase sem respirar em uma frase só.
- Primeiramente, respira. A gente tem a noite toda pra conversar sobre qualquer coisa. Dou uma gargalhada e continuo.
- E segundo, eu adoraria ir a esse casamento. Embora esteja confuso porquê você está me convidando e me dizendo pra não ir ao mesmo tempo. Ela me olha por um instante, seus olhos são tão lindos e penetrantes.
- Então tá, nós vamos. Mas quando começarem a te pressionar sobre o próximo casamento não me culpe. Eloá fala e dá um sorriso, porém sei que ela não estava brincando.
Finalmente o engarrafamento acaba e estamos a caminho do restaurante.
- Olha aquela construção, está tão bonita, certeza que vai ser um motel, pela forma da estruturação bem dividida. Eloá fala sem desviar o olhar da janela. Eu me aproximo dela pra ver melhor, e sinto um cheiro matavilhoso no seu cabelo solto.
- Vai ser um restaurante, aposto. Falo e me recomponho.
- Que? Não tem como ser um restaurante, aposta aceita.
- Não sabia que era assim competitiva. Falo e em seguida tenho uma ótima idéia, então continuo falando.
- Se quer apostar, vamos fazer dessa aposta algo interessante. Se eu ganhar, você me leva ao restaurante e... antes de terminar ela me interrompe com uma risada.
- Que aposta interessante. Ela fala, para um pouco e conclui.
- Quer saber, eu aceito a aposta. Não vejo problema nisso.
Eu não a respondo mais, só dou um meio sorriso e fico observando ela um pouco, ela também fica olhando pra mim, vejo que seu olhar desvia para a minha boca, eu me atrevo a me aproximar um pouco mas não demais, pra não forçar nada. Ela também se aproxima.
- Chegamos. Diz o taxista que agora está no número 1 das pessoas que eu odeio.
- Finalmente. Ela fala e sai do carro. Eu a acompanho e entramos.
- Olá boa noite, temos uma reserva para as 7 e 30, desculpe pelo atraso. Falo com o atendente, que nos recepciona super bem. Quando chegamos a nossa mesa, pedimos um vinho branco para tomar com as entradas e a janta para daqui a um tempo.Conversamos um pouco sobre o trabalho, sobre como foram nossas semanas, sobre a Mas tô, entre outros assuntos.
- ...Então naquele dia, eu fiquei de castigo mas não me arrependi de ter batido a sapatilha nele, ele era uma criança inacreditavelmente insuportável. Ela fala sobre um garoto da escola.
- Só me passa pela cabeça que você era violenta. Nada mais. Falo ironicamente e ela me dá um tapinha do ombro.
- É a sua infância, como foi? Tem algo em especial que é inesquecível? Ela pergunta sorridente. Eu não quero lembrar daquela época agora, só tenho lembranças ruins e dolorosas, coisas que não cabe a mim contar agora, ou quem sabe nunca.
- Não, minha infância não foi inesquecível. Trinco os dentes involuntariamente ao terminar essa frase. Ela me olha como se soubesse que não foi um bom assunto.
- Okay. Não vai querer esse camarão? É o último. Ela pergunta quase implorando pra mim não querer. Então eu entrego na sua boca, devagar. Coloco o que resta do vinho nas taças e nossa janta chega, comemos e ela vai ao banheiro logo em seguida, suponho que pra ver se continua maravilhosa.
Então eu pego meu celular que não parou de vibrar um instante enquanto estávamos a caminho e depois que chegamos.Emily: Xuxu, vem me ver hoje? O outro viajou. 18:57
Oiii? 19:15
Não me ignora, fico estressada. 19:41
Olha, uma hora você vai querer e eu não vou atender você tá? 20:00
Aaaaaaaaaa 20:30
Eu sei que você está me ignorando de propósito seu idiota. 21:33Eu tenho que dar um fim nesse caso com a Emily, ela vai acabar me deixando louco. Não vou responder agora, não quero que nada acabe com essa noite. Guardo o celular e observo outra vez o restaurante, gosto muito daqui. É um lugar tranquilo, animado, com um atendimento incrível. As pessoas que frequentam me divertem, eu as observo, gosto de imaginar uma história para cada um deles.
Antes que eu possa começar, vejo uma mulher incrivelmente linda colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha, sua argola dourada se destaca mais ainda agora, ela retocou o batom e está me olhando com um quase sorriso, provavelmente com vergonha de eu estar olhando sem nem piscar pra ela. Ela se senta a minha frente.
- Eu acho que a gente deveria ir pra minha casa, terminar aquele vinho. Eloá fala.
- Com certeza não diria não pra esse convite. Abro um sorriso incomum para esse momento e peço a conta. Chamamos o táxi e saímos, já são umas 22:30, espero que ela também não esteja com sono.
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Eloá
RomanceAdam é um homem que lutou para ter tudo o que conquistou, educado, inteligente e ótimo nos negócios. Não tem tanta experiência com amor, na verdade nenhuma, por enquanto. Eloá é uma mulher linda, inteligente, apaixonada por moda, sonha em lançar sua...