Capítulo 43 (Revisado)

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***

*Cinco anos depois...

As coisas mudaram tanto nesse tempo. tudo está com um ar diferente poderia dizer. Nos últimos cinco anos, minha carreira que era apenas nacional, tornou-se internacional. Gravei musicas em vários idiomas diferentes, com vários artistas do mundo todo. A poucos dias consegui meu primeiro lugar na Billbord, só uma coisa poderia deixar minha vida melhor: Ver a Alexia acordar.

No ano passado ela acabou tenho uma piora em seu estado vegetativo, foi colocada novamente em respiradores e desde então seu estado continua o mesmo. Os médicos falaram que ela não acorda mais. Entre idas e vindas dos aparelhos ela se encontra estável.

Eu tento ir contra a isso, dizer que ela vai acordar, que vai retomar sua vida, ver seu filho se tornar um homem, realizar seus sonhos. porém a cada dia o aperto no meu peito aumenta dizendo que eu devo perder minhas esperanças também. Não sei mais o que fazer.

Gabriel está sendo criado por Débora—Que formou-se em direito e se tornou uma das juízas mais influentes do Rio —E Tito—Que agora é engenheiro naval—, eles estão sendo pais maravilhosos.

Falando em pais, os pais do Daniel voltaram para o Brasil e a dita mulher que eu vi no hospital no dia do incidente dele, era Laura, mãe dele. Henrique, seu pai, não quer nem saber do filho mais novo. Enquanto a mãe pelo o que eu soube, vai toda semana visita‐lo na prisão.

No momento estou no estúdio do René, vendo meu repertório para minha próxima turnê. Minha vida tem se resumido a trabalho e hospital.

—Acho que o repertório está bom só que... —Analiso toda as músicas e sinto que falta alguma coisa.

—O que Edu? —Um dos produtores pergunta.

—Acho que falta alguma coisa, não sei, alguma música mais quente...

Meu celular começa a vibrar. Peço licença e saio indo em direção ao corredor. Vejo o nome da Débora piscando sem parar.

—Oi Débora.

Onde você está Edu?—Sua voz parece agitada.

—Eu estou no estúdio com o René, o que aconteceu? —Pergunto me escorando na parede.

Os médicos falaram que vão desligar os aparelhos da Lexa, eles querem que eu assine uma série de papéis me responsabilizando pela desligada. Venha rápido, e traga o René!

***

—Débora! –Chamo alto entrando correndo no hospital. René me segue.

—Que bom que vocês chegaram. –Diz exaltada.

Vejo o médico se aproximando.

—Por que vocês querem desligar os aparelhos dela?–Seguro Diego pelo colarinho. —Ficaram loucos? Se o problema é dinheiro eu pago o dobro pelo resto da sua vida.

—Já se passaram mais de cinco anos. Ela não vai acordar. É o melhor para ela. Eu já convenci a Débora, deixe-me pelo menos explicar para vocês. —Largo ele e o mesmo ajeita a camisa. Trinco o maxilar. —Senhores, eu sei que é uma escolha difícil, mas ela não acorda. O cérebro dela não reage mais. Apenas um milagre poderia tira-la dessa situação!—Suspira. —Eu fiz tudo que podia, durante todos esses anos. O máximo que posso oferecer para vocês é doar todos os órgãos dela.

—Não tem mais jeito?—René pergunta.

—Sinto muito...

—Então ok, eu assino—René pega a caneta e eu seguro sua mão.

—Você não pode fazer isso! Não pode matar sua própria filha!–Digo entre dentes. Minha respiração está agitada, minhas mãos tremem pensando no que vai acontecer.

—Ela já tá morta Edu, o Diego disse que não tem mais jeito! —Solto a mão dele.—Acabou meu filho! —Sinto meus olhos se encherem de lágrimas.

Olho para Diego.

—Quero vê-la antes de desligarem os aparelhos.

—Como quiser senhor.

***

Entro no quarto já chorando. Fecho a porta e me aproximo da sua cama. Fios levam oxigênio para ela por dentro do seu nariz. É como se não tivesse passado 5 anos para ela. Continua tão linda. Toco sua pele macia e gelada. Beijo o topo da sua testa.

Me sento na poltrona ao lado da cama, seguro sua mão pálida e beijo o dorso.

—Eu não estou preparado para perder você,  Não depois de tudo que aconteceu.–Suspiro. —Desde que você chegou tudo ficou tão bom. —Sorrio— Sei lá, eu me refiz pra caber direitinho em você, mesmo escondendo meus sentimentos eu fui a pessoa mais feliz do mundo, só por ter sua amizade. Eu—Soluço—Eu só queria que isso tudo fosse um pesadelo. Que eu acordasse e visse que você está bem com seu sorriso lindo no rosto e uma xícara de café na mão perguntando se está bom de açúcar —Sorrio mais uma vez. —Eu nunca achei que o deixar ir da musica que eu escrevi para você fosse deixar você morrer. Eu já pedi tanto a Deus pra você voltar, todos os dias eu rezo por você, todos os dias lembro de você.  —Escoro minha testa na cama, enquanto continuo segurando sua mão. —Eu não sei como minha vida será quando você se for, nem sei o que vou fazer com tanto amor dentro de mim. Ahhh ruiva, você me marcou de uma maneira inesquecível! Eu esperei durante toda minha vida por você e você não tem ideia do quanto me fez feliz naquele único beijo que demos—Fecho os olhos com força —Seu beijo é o único que quero ter pelo resto da minha vida, você é a única mulher que eu quero pra minha vida,  nem hoje, nem amanhã, nem daqui a cinquenta anos vou estar preparado para perder você. Já te deixei ir uma vez alexia, mais agora volta para mim pelo o amor de Deus. —Sinto meu peito queimar de dor. —Pelo o amor de Deus acorda! Volta para mim Alexia! Escuta minha voz e volta para mim! Eu não posso te perder.

Por um instante acho que estou ficando louco, mas , depois eu vejo que é verdade. Alexia aperta minha mão. Levanto a cabeça lentamente ainda olhando para a sua mão e então vejo seu sorriso.

—Eu não acredito. —Sussurro.

—Eu... amo... você... —Diz arrastado e eu Arregalo os olhos. Isso não é real. O médico falou que só um milagre poderia salva-la. Ou eu estou muito louco, ou Deus ouviu minhas preces.

Seguro seu rosto delicadamente e beijo seus lábios castamente. Seu rosto está molhado de lágrimas também.

—Isso é real? —Sussurro.

—Acho que sim. —Diz baixo e tosse. —Eu escutei todos os seus choros e súplicas. Senti você todos os dias perto de mim. Acho que isso me fez voltar. —Tosse novamente.

—Eu senti tanto sua falta... —Sorrio feito uma criança boba enquanto choro de alegria.

—Temos que levar você para uma consulta, não é normal um homem chorar assim! —Brinca e eu Gargalho mostrando o dedo do meio.

—Sua pirralha intrometida. –Brinco unindo nossas testas.

Minha Alexia voltou.

O Príncipe Do TráficoOnde histórias criam vida. Descubra agora