Capítulo Único

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— Bom, ser imortal tem as suas vantagens, sabe, filha? Por exemplo, se eu não fosse, eu não estaria com o amor da minha vida hoje.

— Como assim, pai? – Beverly perguntou.

— Hora de te contar a história minha e do seu pai! – Richie disse, um sorriso tomando seu rosto enquanto se preparava para contar a lembrança, enquanto seu amor não estava em casa para pará-lo. – Era verão de 1950. Eu havia acabado de ver o menino mais encantador que poderia existir. E eu, como sempre fui cheio de charme, fui lá ganhar seu coração.

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Verão, 1950 – Grécia 

— Ei, bruxinho, você é imortal? – Perguntou, se sentando ao lado dele no banco da praça.

— Óbvio, não 'tá vendo? – O bruxo retruca sarcasticamente, mostrando a marca em seu braço. Voltou a tomar seu suco e ler seu livro após a interrupção.

— Então… – Começou, após alguns poucos momentos de silêncio. – Vamos dar um rolê, príncipe? – Disse com um sorriso no rosto.

— Eu nunca irei sair com um vampiro. – O menino remarcou, sequer levantando seu rosto de seu livro.

— É isso que vamos ver, docinho. – O cacheado disse, sorrindo ladino.

Verão, 1960 – Londres

— Oh, boy you're shining- – Eddie ouviu a voz se aproximar, já se preparando para a chegada do outro. – like a 5th avenue diamond, and they don't make you like they used to. You're never going out of style, – Richie cantarolava perto do menor, e Eddie, como esperado, revirou os olhos e o encarou, sequer parando de tomar goles de seu milkshake.

Richie sorriu de lado, antes de soltar:

— Nem toquei em você e já está revirando os olhos? – Ergueu uma das sobrancelhas.

Eddie o encara, uma expressão de nojo em seu rosto, e decide que fazer Richie desaparecer é o melhor plano, então é exatamente isso que ele faz.

Verão, 1970 – Paris

Eddie estava sentado em uma das ruas mais frequentadas de Paris, se negando a aceitar que estava esperando aquele vampirinho maldito de cabelo cacheado chegar. Balançou a cabeça, tentando ignorar e escapar de seus pensamentos absurdos; ele não está esperando por ele!

Vira mais uma página de seu livro e quando está prestes a tomar mais um pouco de seu milkshake, escuta aquela voz se aproximando; sente seu coração, traidor que é, acelerar.

— Oh pretty baby, this world might have gone crazy. The way you saved me, who could blame me when I just wanna make you smile? – O vampiro cantarolava enquanto chegava perto, e Eddie ignora a vontade de sorrir puxando os cantos de seus lábios para cima ao voltar a tomar seu milkshake. – E aí belezura, ainda fazendo gracinha? Vai, admite que você ama me ouvir cantar.

— Eu já disse e direi novamente: eu nunca irei sair com um vampiro. – O tom de ultimato coloria sua voz.

— Mas meu anjo…? – Richie fez gestos indicando todo seu corpo. – Olha essa gostosura aqui.

Eddie revira os olhos, e se levanta, indo embora.

Verão, 1980 – Derry

O bruxo estava em uma de suas roupas típicas da época: sua camiseta amarela e seus shorts vermelhos super curtos; suas meias brancas com pequenos arco-íris, e seus all stars azul marinhos, tudo indicava que ele era simplesmente um qualquer, típico, garoto da época, e qualquer um o confundiria com tal. Qualquer um, menos Richie Tozier. O vampiro que sempre o incomodava com suas músicas bobas que o fazem sorrir; ele nunca iria confundí-lo.

As Cantadas da Década | reddieOnde histórias criam vida. Descubra agora