Resiliência (Supercorp)

Parte 01

- EU NÃO AGUENTO MAIS VOCÊ PASSANDO A MÃO NA CABEÇA DELA! - Lena grita com a esposa.
- E o que você queria que eu fizesse? Deixasse ela presa lá? Lena, ela ainda não é maior de idade, se nós não olhamos por ela, quem vai? - a outra fala mantendo a calma.

Aquela não era a primeira briga por causa de Olivia, a adolescente de 17 anos estava em uma de suas piores fases e acabava se metendo em confusão fazendo com que Kara sempre corresse para ajudar a cunhada, o que claramente não era aprovado pela Luthor mais velha.

- Kara, você tem que entender que se você sempre correr pra ajudar a Ollie, ela nunca vai aprender com os erros. - Lena volta a falar, mas dessa vez mais baixo.
- E se nunca tentarmos ensinar o jeito certo, ela nunca vai aprender. - a loira se aproxima da esposa e a abraça gentilmente.
- Eu não acredito que aquela menininha que me amava e tinha como uma heroína mudou tanto. - Lena murmura se afastando da esposa.

A Luthor estava cansada, tanto física quando mentalmente. Desde do ano passado que Olivia vinha dando problema, Lena já não sabia mais o que fazer com a garota, dava tudo o que ela queria, até mesmo a deixou ir em uma viagem sozinha com as amigas, mas parecia que qualquer coisa que fizesse nunca seria o suficiente para trazer a sua doce garotinha de volta.

- Eu só não entendo onde exatamente eu errei. - Lena murmura exausta.

A empresária caminha até o seu minibar e se serve uma dose de whisky.

- Você não passa mais tanto tempo com ela, só foca no trabalho, eu também sinto a sua falta, só tento não te atrapalhar por isso. - Kara fala, quebrando o silêncio.
- Então a culpa é minha. - Lena deduz.
- Lena, por favor! - Kara levanta as mãos em rendição.

Ela realmente já não sabia mais o que fazer, por mais que tentasse mostrar o que Lena estava fazendo de errado, sempre acabava se voltando contra ela.

- Quer saber? Eu preciso sair. - sem dizer mais nada, Lena pega sua bolsa e sai do apartamento e batendo a porta.

· Kara Danvers ·

Assim que Lena bate a porta, pouco segundos depois ela é aberta e a já conhecida cabeleira ruiva aparece no meu campo de visão.

- Agora não Alex. - murmuro cansada.
- Desculpa, mas é meio impossível não ter ouvido essa gritaria. - ela sorrir sem graça e espera a permissão para entrar, apenas sinalizo com a mão e logo ela já está dentro - É sobre a Olivia?
- Eu já não sei mais o que fazer com essas duas, quando eu conheci a Lena, Olivia e elas eram como mãe e filha, a Ollie realmente a chamava de mãe! - falo exasperada - E agora vivem nesse pé de guerra, juro que não entendo mais nada.
- Acho que ela sente a falta de ter a Lena por perto, você sabe o quanto elas eram unidas. - sorrir e eu acabo sorrindo, impossível não retribuir o sorriso da minha irmã.
- Eu sei, o pior é que eu sei... - levanto do sofá e caminho até o mini-bar de Lena, guardando a garrafa que ela havia deixado largada em cima do balcão - As vezes eu quero trancar as duas aqui dentro e gritar com elas até que percebam que estão sendo idiotas.
- Eu acho que elas se matariam. - murmura para si, mas eu acabo ouvindo.
- Eu sei... Ei, o que você está fazendo em casa uma hora dessas? - questiono.

A minha irmã era detetive, então estar em casa às oito da amanhã não é algo muito normal.

- Digamos que a Ava me viu em uma cena um tanto quanto inusitada com a Sara e deu uma leve pirada e eu meio que fugi da delegacia. - cora e eu prendo o riso já imaginando em qual situação ela se meteu agora.

Alex conseguia ser a pessoa mais atrapalhada que eu conheço, ela poderia se meter em cada situação que é impossível acreditar que é mesmo uma ótima detetive.