Astrid e Lucas estavam completamente perdidos, e debatiam-se para chegarem a horas à Celebração da Luz. Se fosse por Astrid, ela tinha-se ficado pelo Salão, mas Lucas parecia bastante empolgado em ir, e ela também duvidava de que a Embaixadora Diana fosse reagir bem caso ela decidisse faltar.
Viraram numa esquina, onde se erguia um enorme palácio decorado com luzes amareladas, e então encontraram.
Era um campo enorme, completamente coberto de relva brilhante, e flores que se amontoavam em pequenos arbustos. Não haviam árvores, porém, de um lado da relva, destacava-se um enorme lago que parecia brilhar num tom azul índigo, como se estivessem milhões de luzes microscópicas na água. Bolas de luz, iguais a uma das formas de Swirder, voavam pelo campo, subindo e descendo a pique. Mesmo ao longe, Astrid já podia notar, assombrada, em várias criaturas que com certeza não era humanas.
Por ela passaram pelo menos duas mulheres, ou melhor dizendo, duas fêmeas, com as suas peles azuis e escorregadias, como se fossem anfíbias, e longos cabelos verdes que pareciam algas. Vestiam túnicas brancas com conchas e perolas a enfeitá-las, e, por mais estranho que parecesse, Astrid achou-as estonteantes.
Astrid também conseguiu detetar alguns Felinos, como Lucas descrevera o seu mentor, e que variavam em cor, desde os laranjas até aos completamente pretos, e àqueles que se pareciam mais com leões, panteras ou tigres. Depois ainda haviam pessoas que pareciam pássaros. Tinham os seus corpos revestidos de penas coloridas, e rostos levemente alongados, que formavam um bico discreto e amarelado. Nas suas costas, longas asas se pronunciavam, e Astrid ficou a interrogar-se se eles conseguiam voar...
Os seres que mais assustaram Astrid, mesmo ao longe, enquanto ela e Lucas tinham tirado um tempo apenas para analisar tudo diante deles, sem correrem o risco de explodirem em descrença, eram umas criaturas cobertas de escamas duras e em tons esverdeados. Tinham lábios finos, e olhos amarelos torrados, assustadores. Os seus narizes eram simples fendas, como o nariz de uma cobra. Tudo neles gritava "perigo", "morte" e "poder".
Astrid ficou surpreendida por ver alguns robôs a circularem, ao longe, para montarem o que parecia ser um piquenique. Colocavam mantas no chão, e cestas repletas de comida sobre elas.
Ainda conseguia ver humanos, ou pelo menos pareciam-se com humanos, e pequenos seres de pele cinzenta esverdeada, com corpos pequenos e cabeças gigantes, e olhos rasgados e completamente pretos. Eram-lhe estranhamente familiares...
-Isto é... Assustador – Disse Astrid, pensando em sair dali antes de sequer lá entrar. Ainda nem sequer se tinham aproximado, e ela estava aterrorizada.
-Vá lá, Astrid, os nossos Guias também são extraterrestres, no entanto, eles já nos provaram que nos amam, e que não nos farão mal – Nada conseguia deitar a baixo a empolgação de Lucas. Quando ele colocava uma coisa na cabeça, então ninguém o conseguiria fazer mudar de ideias. Astrid também era assim, mas naquele momento, a ideia dela era voltar para o Salão. Lucas apontou para o céu, onde se viam infinitas bolas de luz que faziam um espetáculo fenomenal – Vês? Aquilo são Arcturianos. O teu Guia é um Arcturiano! Até pode ser que ele esteja aqui...
Astrid respirou profundamente. Tentou recordar-se das palavras do seu Guia, de que tudo ficaria bem, de que nada ali lhe faria mal. Eles eram de confiança, com certeza mais de confiança do que os humanos que tentaram matá-la para depois a comer. E quem é que a tinha salvado deles? Um Arcturiano! Um extraterrestre!
-Ok... Vamos, antes que eu me arrependa... – Astrid sentiu a urgência de dar a sua mão a Lucas. E foi isso mesmo que fez. Lucas sorriu-lhe, como o bom amigo que já representava para ela, e ambos avançaram na direção do campo.
Astrid sentia as suas pernas tremerem, com a possibilidade de estar prestes a partilhar o mesmo espaço que várias entidades alienígenas. Elas deviam ser tão mais poderosas do que uma simples humana... Deviam ser capaz de a aniquilar apenas com o poder da mente... Astrid começou a sentir-se intimidada, mas agora já não havia volta a dar.
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A Flor Cósmica e o Dragão do Poço
Fiksi IlmiahReza a lenda que, nas profundezas deste que é o nosso lar, existe uma máquina que faz o Universo continuar a expandir-se em harmonia, ao qual os membros da Confederação Estrelar deram o nome de Poço. Este lugar transforma as Sombras em Luz, e, passa...