Piloto

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...

Noticiário na TV:

-Uma onda de assassinatos está assolando e assombrando, moradores da cidade de Cristovil. Ontem, mais duas pessoas foram mortas. O suspeito, pode está vinculado ao mesmo que assassinou outras 16 pessoas. Na semana passada...

-Desliga essa TV Leona!

-Affs mãe!

-Olhe a maneira de como você fala comigo e outra, não quero ver você vendo essas coisas e ponto, já basta o que aconteceu e não quero me lembrar disso, o que já foi, foi.

-Vou pro meu quarto...

Leona, era uma garota que não tinha muitas "conexões sociais". Desde sua infância, sempre foi fechada, nunca aberta para nada que envolver-se: "se relacionar de alguma maneira, com alguém, restritamente, real". Porém, tinha um motivo. Sua mãe sempre soube, mas nunca quis admitir e ajudá-la, até porque, estava ocupada demais, dando toda atenção e amor, ao seu companheiro.

Leona ao chegar em seu quarto, começa a fazer o que sabe fazer de melhor: bater uma boa siririca e conversar no twitter,  com seus  amigos coloridos (os quais, nunca viu na vida).

-Amor? Você tá ai?

15 minutos depois...

-Oie gata, tô sim! quer o mesmo de sempre?

-Sim!

Então, o garoto do outro lado, começou a bater uma punheta com Leona, pela vídeo chamada, a medida que os minutos iam passando,  ela gemia mais, até que, conseguiu alcançar o seu orgasmo. O problema disso? É que alguém bateu na porta.

-Leona?

-Tô indo mãe! Tô me trocando!- eita porra, tô é fodida...- Pensou Leona.

-Quando terminar, venha até a cozinha.

- Tá bem.

Leona se ajeitou, o mais rápido que pode. Quando estava saindo de seu quarto, sentiu um tremor, ela tinha se deparado com o seu maior demônio interno,  abaixou a cabeça e foi até a cozinha.

-Quero que você compre seis cervejas, uma garrafa de vinho, queijo e pão. 

-Tá bom.

-Tome o dinheiro.

No caminho, ela viu sua paixão. Ela sentiu o seu coração palpitar, mas no fundo, sabia que não iria rolar nada e aquele fogo todo de "baixo das saias", iria durar só mais uma semana. Ainda mais, depois do que aconteceu.

Chegando em casa, ela viu sua mãe no canto, soluçando. 

-Mãe?

Quando a mãe(Gestrurde Ferreira), a olhou, Leona, viu o olho roxo e ensanguentado da mãe, ela sabia o motivo daquilo e sabia quem tinha feito aquilo, o pai(Abadom Mamon). Pelo menos, era  o que ela pensava. E de novo, a mãe dela prometeu, o que nunca iria cumprir.

-A gente vai embora daqui, pode ter certeza.

Mas, Leona sabia, assim como suas irmãs que, aquilo nunca iria acontecer. Bastava, Abadom, estalar os dedos, para ela ir correndo ao seu encontro. Gestrurde, era totalmente dependente de Abadom, era submissa, possuía um amor doentio e obsessivo, fazia tudo o que ele queria. Ela sempre falava que "Eu mato e morro pelas minhas filhas", mas isso, no entanto, não era verdade. Todo mundo sabia que, ela faria isso por Abadom, mas nunca, pelas filhas (Leona, Carme, Cris, Bia e Mel). Tanto é que, aconteceu o inesperado e o provável que iria acontecer.

Carmen, uma das filhas de Gestrurde e irmã de Leona, foi encontrada morta, no seu próprio quarto e com vestígios de abusos. Ninguém suspeitava de um "suposto culpado", porque, supostamente, ninguém viu nada de errado ou fora do comum, tanto nos arredores da casa quanto  dentro dela. Porém, Leona sabia quem tinha sido, ou melhor, suspeitava. Mas não confiava na mãe o suficiente para contar, pois, sabia que a mãe não iria fazer nada a respeito para mudar e resolver aquela situação. Até porque, no fundo, ela sabia que a mãe, estava ciente sobre o culpado e mais uma vez, iria passar o pano, sobre aquela situação tão problemática. Leona, sempre via as irmãs dela, pelos cantos da casa, chorando pela perca de Carmen e isso, a fazia senti-se insuficiente, incapaz e a deixava totalmente desolada e ainda mais, porque ela percebia que a mãe dela, não estava se importando com a morte da própria filha.

Leona:

-Mãe, a senhora vai a manhã na sepultura de Carmen, colocar algumas flores? Eu e  as...

-Não, amanhã vou sair com seu pai, vamos ao shopping e ao restaurante.- Fala animada. 

-Como pode ser tão insensível?! Carmen foi morta!

-Não! E não grite comigo, seu pai falou que, ela se matou e se ela quis isso, foi problema dela. Que Deus a perdoe.

-Os laudos médicos, falam o contrário e o "culpado", irá pagar.

-Eles estão mentido, eu sei disso... Sempre fazem isso... Ahh! Você tá querendo me incriminar sua vaca!

-O quê?! Não!

-É sim, bem que seu pai falou, você não presta e não quero mais saber desse assunto na minha casa. Faça o que você quiser, não tô nem ai. Só não me meta em confusão, já basta o que a outra fez, se matando e agora tenho que aturar um monte de gente idiota, comendo meu tempo.

-Como pode ser assim? Sua família tá um caos, se isso pode se chamar de família, né?

-Já ia me esquecendo, mandei cremarem Carmen, antes do passeio com Abadom, eu vou passar lá, pra pegar as cinzas. Essa menina, mesmo depois de morta, ainda me dá trabalho.

-Deixe que eu pego. 

-Ótimo, assim, posso passar no salão e arrumar meu cabelo e minhas unhas, estão tão descuidadas e mal tratadas...

Na manhã seguinte, Leona, junto com suas irmãs, foram para o crematório, buscar as cinzas de Carmen. Juntas, decidiram jogar as cinzas no lugar favorito de Carmen, as colinas malvinas. Era um local calmo, tranquilo e ensolarado. Leona, jogou as cinzas no rio que ficava perto da árvore, onde as cinco, um dia, fizeram um pacto de nunca abandonarem uma a outra. Foi nesse mesmo dia que surgiu o famoso "Quinteto do i ao cubo (imbatível, invencível, incontrolável)". Mas, agora, para elas, era como se essas três palavras, tivessem perdido o sentido e se transformado em cinzas, assim como Carmen.

Quando, já estavam indo embora, Leona decidiu voltar e ir para o esconderijo secreto dela e de Carmen. Ficava, depois da árvore do pacto, na direção de um córrego. Era onde, elas costumavam trocar os seus segredos, através de cartas, mensagens codificas, objetos, entre outras coisas, uma forma de apimentar a comunicação delas,  com um tom misterioso. Elas guardavam dentro de uma gaiola dourada, escondido em um arbusto, encostado a uma árvore. Foi ai que, Leona encontrou um broche, pareceu-lhe familiar, mas estava tão atordoada que não teve tempo para pensar de quem poderia ser e encontrou uma carta codificada, ela se sentiu nesse momento, como nos velhos tempos, agora, ela teria que ir atrás das pistas, para descodificar e descobrir a mensagem.






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