🐍 Vencedor do Prêmio Wattys 2020 na categoria Fanfiction 🏆
Com antigos seguidores de Voldemort ainda à solta após a guerra, o Ministério se desdobra para prendê-los sem causar alarde. E em meio à perseguição incessante, uma bruxa tenta recompensar...
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Visitar o escritório de Minerva já não provocava tanto estranhamento quanto da primeira vez, entretanto, Isis se admirou ao ser chamada pouco antes de ir se deitar. Aurora aguardou na sala comunal, enquanto a ex-aluna vestia o robe, para evitar que Filch a parasse por conta do toque de recolher. A primeira hipótese a cruzar sua mente foi a de Yaxley abrindo o bico sobre o paradeiro de outros comensais. A segunda envolvia o passeio do dia seguinte para Hogsmeade. Não descartava a ideia de que a diretora tentaria persuadi-la a desistir da visita.
— Ela não falou do que se trata? — Sinistra negou com a cabeça, forçando Isis a andar mais rápido para acompanhar as passadas longas.
— Bastet — proferiu a professora, ao pararem em frente à gárgula de pedra.
As duas subiram a escada em caracol e encontraram a porta de carvalho aberta, iluminada pela lareira. Snape e Minerva interromperam a conversa discreta ao avistarem as recém-chegadas, transmitindo uma inquietude a Isis, como se estivesse prestes a receber uma notícia desagradável e inevitável. Além do clima pesado, também notou o armário, onde Dumbledore guardava a penseira, escancarado; o brilho prateado emanando da bacia cravejada com entalhes rúnicos.
A diretora indicou as cadeiras vazias e Isis se sentou ao lado de Snape, ajeitando o robe para cobrir as pernas ao cruzá-las. Depois do incidente na detenção, ela compareceu em todos os outros dias estipulados, cumprindo tarefas que iam desde arrumar as estantes de livros e limpar os frascos de conteúdos insólitos, até separar vermes para as futuras aulas de Poções e descrever as instruções no quadro ¬— sem desmaiar. Ele se recolhia em sua sala, mantendo a porta entreaberta, e só saía ao fim da punição, mandando-a se retirar. As exceções aconteceram perto de concluir o castigo, quando as atribuições tediosas foram substituídas por discussões acerca de Underhill.
Opondo-se às suas expectativas, Severus não a tratara com a rispidez que lhe era característica. Talvez devido ao fato de Isis ter falado a maior parte do tempo, revelando cada particularidade das casas de Erastus; passagens secretas, tomos e artefatos repletos de magia das trevas, mesmo não acreditando que ele estivesse se escondendo em uma delas. O ex-comensal não era um homem de amizades, mas angariava partidários para Voldemort por onde quer que fosse, com discursos eloquentes e um carisma intoxicante. Era nisso que apostava para possível esconderijo.
— Dolohov foi encontrado uma hora atrás — começou Minerva. A falta de empolgação nada condizente com o nível da notícia. — Ele estava escondido em um casebre perto da cidade de Sa Pa, no Vietnã.
Ela olhou de soslaio para Snape, na esperança de constatar algum indício de que o professor conectara a localização de Dolohov e as conversas que tiveram sobre as propriedades de Underhill. Se o fizera, não demonstrou de modo algum.
A residência no Vietnã fora reservada aos estudos das poções sedativas, muito antes de Isis entrar em Uagadou. O sono e os sonhos eram as áreas de interesse de Erastus, e isso transparecia em seu trabalho no Departamento de Mistérios, com ramificações na Sala dos Cérebros e na da Morte. Ele encontrara uma abertura considerável no Vietnã, após a Guerra do Ópio, para os seus estudos pouco ortodoxos.
