Capítulo 1

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   Sinto a brisa bater em meus cabelos e fecho os olhos, sorrindo. Estava em um jardim lindo, que me faz lembrar de minha mãe e toda a delicadeza que tinha. Olho para meu corpo e vejo uma barriga meio avantajada por debaixo de um lindo vestido vermelho florido.

  —Mamãe, mamãe!— Vejo duas lindas crianças correndo em minha direção. Um menininho pequeno e uma menina um pouco maior que ele sorriem para mim, mas não consigo ver seus rostos, tento chegar mais perto para vê-los e...

—Acorda, bela adormecida.— Uma voz diz ao me sacudir, me despertando.

—O que foi, cacete?— Levanto a cabeça que estava apoiada na mesa com meu braço de travesseiro.
Tudo não passara de um simples sonho. Obviamente. Não tenho filhos e nem sei se algum dia quero ter. Minha vida é arriscada e não desejo a nenhuma criança passar pelo o que passei ao perder minha mãe tão cedo.

—Delicada como uma fada.—Joey, meu colega de trabalho vulgo amigo me zoa novamente.

—Você não me respondeu. Por que me acordou? Meu sonho estava tão bom...— Reclamo, me recordando daquela sensação maravilhosa.

—Já que você não atendia ao seu celular, seu pai me ligou querendo que eu fale para você que quer que vá a um almoço com ele e sua irmã amanhã.— Ele para para engolir a saliva e arqueio as sobrancelhas esperando o resto— E bem, querem que investiguemos um caso em Manhattan. Pelo o que  tudo indica, os cinco caras mortos tem envolvimento com tráfico humano, então talvez tenhamos que entregar isso aos nossos superiores.

Suspiro e passo as mãos pelo rosto, cansada. Já são cinco da tarde e daqui a algumas horas poderei ir para casa sentar meu lindo traseiro no sofá, tomar uma cerveja bem gelada e assistir a alguma coisa que esteja passando na TV.
Seria meu sonho?

—E os peritos?— Pergunto me levantando e ajustando minhas coisas para sair.

—Já estão no local, examinando os corpos.

—Ok, vamos lá então.— Digo e nos dirigimos até a parte de fora da delegacia, lugar onde passo noventa por cento do meu tempo dentro.

Joey liga a viatura e vamos até o endereço indicado, deixando o carro estacionado em frente ao prédio abandonado. Saímos e nos dirigimos à cena do crime.

— Boa tarde, Veronica—Cumprimento a nossa médica perita e ela sorri fraco para mim como resposta, visto que está compenetrada no morto da vez.

Encaro os corpos jogados no meio daquela sala de reunião.
— Isso me parece o estrago que uma L115A3 faria. O que acha, Joey?

—Acho que foi isso mesmo. E de acordo com isso daqui— Aponta para as gotas de sangue encontradas no chão e nas roupas das vitimas.—A bala veio...

—Do leste.— Digo indo em direção a grande janela aberta ao lado leste do cômodo.—Acho que alguém não quis quebrar o vidro.—Murmuro pegando uma digital na superfície da mesma.— Essa bala demora em cerca de três segundos para encontrar a vitima, dependendo da distância. Eles não parecem ter tentado fugir, visto que estão todos bem próximos. O tiro deve ter vindo de algum daqueles prédios ali.— Sorrio, triunfante.

Investigamos tudo ali e não achamos nenhuma pista. Tudo parecia muito bem feito, coisa profissional mesmo. Nesse meio, é muito comum "calar" envolvidos caso a operação corra risco de ser denunciada.
Divido a papelada do caso em dois e levo uma parte para casa quando o turno acaba, deixando a outra para Joey.

                            [...]

Algumas horas depois, lá estava eu, morta em minha mesa de jantar, lendo aquela pasta de documentos e pensando no que tinha na cabeça quando deixei com que Margot viesse aqui para casa. Minha melhor amiga não para de reclamar de toda a bagunça que encontrou e eu só sei resmungar para ela calar a boca.

—Sarah, não tem nada para comer em sua geladeira... Como pôde?—Ela me olha, decepcionada.—Que bom que vou sair com Richard hoje, porque se não eu morreria de fome.

Reviro os olhos pela centésima vez.

—Vai então. Não aguento mais você reclamando no meu ouvido. Meu dia foi puxado e você só me deixa mais nervosa.

Ela gargalha e me encara.

—Sabe o que é isso, Sarah? Falta de macho. Você está precisando de um urgente, posso pedir para Richard...

— Ah, claro. Isso daqui é falta de paciência, isso sim. Agora chispa ou eu te coloco para fora com chutes.

—Cala a boca, já disse que vou esperar o Rick. Você que aguente essa tua TPM aí enquanto eu tomo todo esse sorvete de chocolate que achei no congelador.

–É feijão.

—Não, é sorvete, tenho certe...— Ela para de falar ao abrir o pote. Seu sorriso murcha e o meu cresce.—Mas você nem gosta de feijão!

—Mas tenho que comer. Nunca te falaram que faz ficar forte?

—Achei que fosse espinafre.

Rio.

—Certo, Popeye.

Logo Richard chega, me cumprimenta e leva Margot para um restaurante chique. Peço uma pizza e fico ali, tentando pensar no caso novo que temos para resolver.

                                  [...]

—As digitais encontradas na janela eram de um dos caras mortos.— Veronica diz assim que entro no laboratório.

—Mas, euzinho fui todo lindo procurar saber sobre os cinco sujeitos a partir dos dados que você me enviou ontem e algumas contas não batem. Os caras estavam se dando bem e vi que grande parte do dinheiro deles vinha da Collins.

— Collins? A agência de modelos?

— Isso mesmo. A considerada maior agência de modelos do mundo, superando até mesmo a IMG e a Elite.

— Já passou esses dados para os superiores? Talvez esteja fora do nosso alcance.

— Já e eles querem falar conosco. Se eu fosse você melhorava essa cara de morta viva e soltava esse cabelo, se não o chefe vai querer que você tire folga logo logo.

Sou uma workaholic. As pessoas acham isso horrível e dizem que eu deveria tirar um tempo maior para cuidar de mim mesma, arrumar um namorado ou praticar um novo hobbie.
Só que ser do NYPD é um sonho meu de infância e nunca encontrei algo que me deixasse mais envolvida do que o meu trabalho.
Já tive alguns relacionamentos, mas todos eles foram tranquilos e nunca conseguia me apegar.

Meus pensamentos são dispensados por uma mensagem que chega do meu pai.

Almoço hoje? Eu e sua irmã vamos àquele restaurante que amamos perto da sua casa.

Bufo. Pelo visto não vai dar com toda essa confusão da nova investigação, mas prefiro não afirmar nada ainda.

Vou com meu parceiro até a sala do capitão e ele se encontra ali com alguns dos nossos superiores, mas não qualquer superiores. Aqueles ali em pé são agentes da FBI.

— Bom dia. Por favor tranque a porta, senhor Lewis.

Joey se afasta de mim e volta para fechar com a chave a porta.

— Sentem-se por favor. Temos muita coisa para conversar.

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Oi pessoas imaginárias, tudo bem?? Bom, trouxe aqui uma nova história que comecei há uns anos e que ao revirar os meus arquivos no computador encontrei e me animei de continuar.
É mais um clichêzinho, mas juro que está bem legal!!
Espero que gostem!!! E leiam minhas outras histórias que pretendo continuar em breve também!

Com amor, Duda Salaroli❤️

P.S.: Se puderem me dar um feedback do que acharam, eu ficaria muito grata!! Apesar de gostar muito de ler e escrever, não sou 100% preparada, então pode haver um errinho ou outro.

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⏰ Última atualização: Jun 29, 2020 ⏰

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