↝ᴘʀóʟᴏɢᴏ↜

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Eu gosto de pensar que os dois anos que morei com a Becky me ajudaram a me tornar quem sou hoje, ainda me lembro da primeira conversa que tivemos aqui...

– Aí Becky, só você para me convencer a sair da casa da minha mãe e vir morar contigo neste apêzinho mixuruca! – eu resmungava enquanto carregava a mudança pelo corredor estreito do prédio.

– Pega leve, imagina o tanto de coisa louca que podemos viver morando juntas neste “apêzinho mixuruca” – ela debocha sorridente. É, de certa forma ela não estava errada.

A vida de adulta não é nada fácil, mas com certeza se torna melhor quando se vive com uma amiga. Nos primeiros dois meses foi meio difícil de se adaptar, mas depois disso tudo era como numa utopia perfeita. Infelizmente, em todo paraíso tem uma serpente, e a minha serpente se chamava Michael, pouco antes de completarmos um ano morando juntas a Becky conheceu o Michael no trabalho, a relação dos dois cresceu tão rápido que antes que eu pudesse notar eles já estavam namorando, mal podia acreditar que estava perdendo minha melhor amiga. Depois de um ano namorando Michael alugou uma casa em outra cidade e colocou na cabeça que levaria Becky para morar com ele, a princípio ela disse que não sairia da cidade de forma alguma mas ele conseguiu convencê-la colocando um anel de noivado no seu dedo, perante toda aquela situação eu não podia fazer nada além de colocar um sorriso no rosto e apoiar todas as decisões de minha amiga. Mesmo sofrendo com sua partida eu imaginava que ficaria bem morando sozinha. Não, eu não fiquei nada bem sozinha, em menos de um mês sem a Becky perdi meu emprego, já estava conformada de que no fim do mês teria que arrumar minhas coisas e voltar com o rabo entre as pernas para a casa de minha mãe, em uma de minhas últimas tentativas olhei sem muita esperança o jornal da manhã, lendo meio por alto as manchetes dei de cara com um anúncio “procura-se babá para duas garotas, interessadas liguem 897-501”

Como (não) ser uma babá exemplar Onde histórias criam vida. Descubra agora