Hitoka tossia pétalas de flores.
Eram as pétalas mais feias que seus olhos tiveram o desprazer de ver, que sua garganta teve o incômodo de colocar para fora.
Mas de fato, aqueles pedaços de hortênsia verdes a faziam entrar em devaneios com a garota por quem seu coração batia mais forte e fazia faltar ar em seus pulmões. Nem mesmo Hitoka fazia ideia de como pôde ficar apaixonada por Kiyoko por tantos anos.
Yachi havia sim ido em médicos, mas todos sempre davam a mesma resposta: "É amor, jovem. Não há nada que eu possa fazer." "Pare de amar ou isso acabará matando-a."; Isso tudo parecia tão difícil. Como poderia deixar de ter o seu coração palpitando por Kiyoko quando se via imaginando todo os tipos de cena com ela todos os dias? Frequentemente Hitoka pegava a si mesma no flagra deixando sua mente iludi-la.
De qualquer modo, não estava preocupada com isso – em sua cabeça fechada, aquilo logo iria passar. Foi quando vomitou uma flor inteira na frente de Shimizu que se sentiu culpada por não ter procurado por um meio de dar um fim naquilo antes que fosse tarde demais.
"Está tudo bem, Yachi? Você vomitou sangue junto com uma... flor."
Era a voz de Kiyoko. Naquele dia, seu tom tão suave acalmava Hitoka de uma maneira inexplicável, ela havia até mesmo se esquecido do sangue correndo dentro de sua boca.
"Eu estou bem. Vou me curar."
Ficou claro para Yachi que ela não passava credibilidade e confiança nas coisas que dizia. Sua mente constantemente se lembra da feição preocupada que Kiyoko havia feito diante da resposta insegura, mas sempre mantendo um sorriso doce no rosto e confirmando para Hitoka.
Meses não paravam de passar, assim como o seu amor por Kiyoko que parecia não ter fim. Hitoka havia até mesmo se acostumado com a ideia de tossir e vomitar flores e caules com certa frequência, passando até mesmo a admirar as hortênsias inteiras e banhadas pelo sangue de sua garganta arranhada.
Seus médicos a recomendavam uma cirurgia para que retirasse todas aquelas flores de uma só vez, com a consequência de que não se lembraria dos sentimentos que nutria por Kiyoko e, talvez, não conseguir sentir mais nada por alguém; mas ela não queria isso, Hitoka queria poder amar sem essa condição ridícula que seu corpo tinha. "Então você precisa encontrar um amor recíproco ao seu." Mas isso era impossível.
Seu peito já era preenchido por Kiyoko, mesmo que o coração dela palpitasse mais forte para o ponta do time de vôlei, Tanaka. No dia em que ela contou para Hitoka que estava namorando com ele, a loira não sabe como conseguiu segurar a tristeza que tinha a consumido. Hitoka apenas sorriu e comemorou com a Shimizu antes de ir para sua casa, agonizando com uma falta de ar descomunal e começando a vomitar uma quantidade incontável de flores inteiras, tendo a sua garganta arranhada arduamente pelos caules e galhos.
Foi quando já estava pálida e gélida por colocar tanto sangue para fora que decidiu colocar um ponto final nisso. Seus órgãos internos já não aguentavam mais serem sufocados por tantas hortênsias grandes e nem mesmo seu coração aguentava guardar aquele segredo consigo.
"Eu amo você, Kiyoko. Eu realmente acho o Tanaka um cara de sorte mesmo que eu desejasse tanto estar no lugar dele agora. É só que eu não aguento mais segurar isso comigo!"
Seu ar estava acabando mais do que o usual e agora tinha certeza que tudo estava acabado. Sua boca encheu-se com o sangue quente que percorria por seu corpo e pelas hortênsias verdes que agora pareciam tão bonitas mesmo banhadas no vermelho.
Hitoka morreu do modo mais lindo que poderia imaginar naquele momento: Morreu de amor.