Pregnancy in the field - Maze Runner

Segurem firme

Thomas estava mais preparado que eu para uma pessoa que tinha acabado de decidir que iria fugir.

Sua mochila estava cheia de água e comida. Ele tinha conseguido um carro, armas e nem vamos comentar sobre ter encontrado o celular do cara que eu matei.

Entramos no carro e pareceu que ninguém tinha notado. Thomas dirigia, Newt estava ao lado dele no banco do passageiro e eu atrás sozinha. Assim que as luzes do acampamento atrás de nós começaram a sumir, senti meu coração apertar e meus olhos estavam cheios de lágrimas.

Sim, eu definitivamente tinha deixado minha filha para trás.

E aquilo estava doendo mais do que eu podia imaginar.

Agradeci por estar de noite e tudo estar escuro ao nosso redor, para que nenhum dos dois homens na minha frente percebessem. Mas eles perceberam, é claro.

Tanto Newt como Thomas olhavam de vez em quando pelo retrovisor, sérios. 

-Não da para imaginar o que você está sentindo - Thomas disse um tempo depois - Mas nós estamos tristes também por deixar Hope.

-Vamos voltar para ela - Newt completou - Eu prometo.

-Como pode prometer isso? - eu perguntei limpando as lágrimas.

-Prometo que você irá voltar - ele disse.

Mas o fato dele não falar "nós" me incomodou um pouco.

-O celular/rádio diz que eles estão em uma cidade que fica há uns 180 km daqui - Thomas disse - Vai demorar um pouco para chegarmos.

-Aproveite para dormir - Newt disse - Não sei quando conseguiremos depois. Seu dia foi difícil demais.

Concordei com suas palavras e me deitei no banco de trás, fechando os olhos logo em seguida.

Não sei se o medo ou a tristeza não me deixaram dormir. Ou talvez tenha sido o carro balançando. Mas fiquei lá, deitada, de olhos fechados por um tempo, tentando descansar pelo menos.

E um tempo depois, talvez uma meia hora, Thomas e Newt começaram a conversar.

-Você acha que ela vai ficar bem? - Thomas disse - Querendo ou não ela acabou de matar uma pessoa e deixar a filha para trás.

-Ela é mais forte do que a gente pensa - Newt respondeu - Mataria todo mundo por Hope. De olhos fechados. E ela confia em Clint. Ele fará a coisa certa.

-Sim, mas... Não quero que ela se magoe. 

Newt suspirou ao seu lado.

-Thomas, você é meu melhor amigo. E por mais que isso me machuque um pouco, tenho que concordar que assim que olhei Hope, sabia que ela era sua filha biológica.

Um silêncio permaneceu por uns segundos.

-Na verdade - ele continuou - Sabia desde o momento que você chegou na clareira. Vocês tem uma química forte.

-Newt, eu não gosto da Jane como você está pensando. Meu coração na verdade é mais dividido do que eu imaginava. Jane te ama e vocês são muito bonitos juntos.

Eu não conseguia ver, mas sabia que Newt estava sorrindo de modo tímido.

-Mas nós temos sim essa química - Thomas continuou - Não vou negar. Talvez tivemos algo no passado que explique tudo. E é esse um dos motivos para eu estar partindo para essa missão. Quero entender tudo.

-Você está com medo?

-Antigamente eu diria que não. Desde que meus amigos estivessem bem... eu faria qualquer coisa. Mas agora, com Minho em perigo... Eu não posso deixar que nada aconteça com ninguém. Eu não posso deixar que nada aconteça comigo. Hope precisa de mim. Precisa de todos nós.

-Vamos fazer um trato. Independente do que aconteça... Um de nós precisa sair vivo. Precisa cuidar de Hope e estar ao lado de Jane.

-Eu prometo - Thomas disse com a voz um pouco rouca - Mas Newt, eu ser o pai biológico de Hope não te faz menos pai dela.

-Jane disse a mesma coisa. É tão importante para você confirmar se é ou não o pai biológico dela?

-Realmente não sei - Thomas disse - Mas eu a amo e é isso que importa.

Sorri com aquelas palavras, torcendo para que nenhum dos dois estivessem olhando para mim.

Logo em seguida eu dormi, sem saber como que terminou a conversa.

Não sei quanto tempo dormi, mas pareceu ser dois segundos, pois acordei com o carro parado e Newt fazendo carinho em meu rosto.

-Bom dia - ele disse sorrindo - Acho que precisamos ir.

Levantei e vi que já estava claro.

-Quanto tempo eu dormi?

-Thomas dirigiu um pouco e paramos para dormir. Temos que passar por esse túnel e achamos melhor você estar acordada.

Olhei para o túnel na minha frente e senti um calafrio, como se algo ruim estivesse lá dentro.

-Vamos devagar - Thomas disse - Acho que não vai ter nada.

-Não! Vai rápido - eu disse - Quanto antes sairmos melhor.

Thomas acabou indo devagar e meu coração batia mais rápido. Estava mais escuro do que eu imaginava e eu jurei ouvir uns barulhos estranhos.

-Crancks - Newt disse apontando.

Foi só chegar perto deles que eles começaram a pular e bater no carro, sendo mais agressivos do que eu poderia imaginar. Por um milésimo de segundo me perguntei onde estava Hope para eu protegê-la, mas aí me lembrei que ela não estava ali. Estava segura.

Mais Crancks apareceram, bloqueando a passagem.

-Eu disse para ir rápido! - gritei no banco de trás.

Thomas colocou o pé no acelerador e atropelamos uns crancks, passando reto.

-Que túnel gigante! - disse desesperada.

Mais Crancks apareciam e Thomas tentava desviar deles com o carro. 

Até que em um momento ele acabou batendo em um com o carro, o que fez o carro girar e bater na parede do túnel.

-Droga! - Thomas gritou - Peguem as coisas!

Coloquei a mochila nas costas e peguei uma arma que Thomas tinha trazido.

Saímos do carro, mas tinha Cranck para todo o lado.

Atiramos, corremos, mas nada adiantava, eles apareciam cada vez mais.

Até que um carro apareceu do nada, atirando mais ainda e matando todos os Crancks. Me encolhi em um canto e esperei.

-Acharam mesmo que iriam fugir sem nem perceber? - Jorge gritou - Subam!

Ele e Brenda estavam no carro e logo nos esprememos no banco de trás. Jorge pisou fundo e em menos de alguns minutos estávamos longe do túnel.

-Meu Deus! - gritei - Achei que ia morrer.

-De nada - Brenda disse.

-Para onde vamos? - Jorge perguntou rindo.

Olhei para Thomas e mostrou o celular com as informações.

-Estamos perto - Jorge disse - Segurem firme!

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Fanfic nova de Percy Jackson pessoal!

Corram lá! É muito importante!!!