Capítulo 10

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O dia tão esperado por Sofia e Eduardo havia chegado. Os pais dela pareciam desconfiados do que viria. Não perguntaram nada, somente
aceitaram o convite.
A bela Sofia estava em seu quarto se arrumando. Escolheu um vestido longo, que realçou sua beleza. No entanto, ela estava tão absorvida pelo que viria que se esquecera da importância de orar a Deus. Tudo aquilo havia mexido completamente com ela, tanto que já tinha aceitado a vontade das pessoas como a vontade de Deus. Parou em frente ao espelho para olhar para si. Então, como um sopro suave algo a incomodou. Era uma voz que ela conhecia, que ela queria ouvir, mas rejeitou quando ela falou. Desceu as escadas segurando a barra do vestido para não cair. A mãe a olhou confusa, mas logo abriu um sorriso.
Os Menezes estavam prontos para receber as visitas que já eram consideradas como parte da família. A mesa farta e um sentimento de curiosidade os invadia. Eduardo andava de um lado para o outro. Suas mãos suavam e tudo se misturava dentro de si. Se ajoelhou e orou a Deus.

⎯ Pai, me perdoa por lembrar do Senhor apenas agora, mas me sinto tão inseguro. Pedi tanto a

Sofia para Ti, que me esqueci da seriedade que é se relacionar, principalmente nós que somos seus servos. Me ajuda, eu quero a sua vontade. – pediu.

Ao dizer a última frase foi tomado por uma clareza de pensamentos. Se assustou, mas não tinha dúvidas do que aquilo era. Cabia a ele como agir a partir de agora.
Foi atender a campainha totalmente desligado do mundo. Os pais de Sofia o cumprimentaram com muito carinho. Quando ele a viu, as coisas ficaram ainda mais difíceis do que já estavam. Ela estava tão linda, parecia diferente aos seus olhos. A pequena Sofia de antes, aquela de quem não desgrudava, sua irmãzinha mais nova, agora era uma bela mulher.
Disseram “oi” ao se abraçarem. Baixaram os olhos, não conseguiam se olhar. Parecia que seus olhos iriam revelar algo que ambos queriam esconder. Ele a acompanhou até a sala, mas ficou um passo atrás, não carregava um sorriso no rosto, mas sim um ar pensativo. Sofia percebeu, mas tinha medo de perguntar e ainda mais da resposta.

⎯ Você está tão linda – disse, passando a mão na calça para tirar o suor. Sofia olhou para ele num relance e jurou ver lágrimas se formarem. Os olhos de Eduardo variavam entre a visão e a vontade de tê-la.
Lara não sabia o que estava acontecendo. Sofia não queria contar para a irmã. Pensava que ela reagiria mal. Porém, aquela foto publicada gerou curiosidade. Ela tentou entrar em contato com a irmã, mas ela não atendia e respondia as mensagens sem muitas explicações.

“Sofi??? Onde você está? O que está acontecendo?”

Mandou a mensagem quando todos estavam se reunindo para o jantar. Sofia ouviu o toque do celular, mas não queria atender e nem dar satisfação da sua vida. Sentia-se horrível por pensar assim, porém estava tão cansada de tanta coisa. Sabia que uma hora teria que explicar tudo para a irmã. Inventaria algo, isso era certo, pois Lara sabia que Eduardo era apenas um irmão para Sofia, que deixava isso claro há muito tempo. A mudança repentina de sentimentos não era comum para Lara, olhava aquilo com estranheza.
Marta comentava sobre a beleza da filha de Beatriz, que estava sorrindo com os olhos, parecendo flutuar.

“Nega? Quero saber sobre o boy-unção que não consegui
conhecer.”

Mais uma mensagem. Agora, quem escreveu foi Paola. Ela estava curiosa para conhecer o homem que havia levado Sofia para sair naquela noite, algo que nunca tinha acontecido desde que a conhecera.

“É o Edu, nega. Já comentei dele com você!”

Sofia respondeu antes de começar a jantar. A moça pegou o celular para silencia-lo, já que a irmã não parava de ligar e mandar mensagens.

“Você não me disse que ele era tão lindo hahaha, não estou com o espírito de Jesabel, mas... UAU. Mas não é o mesmo Eduardo
que você disse considerar como um irmão né?”

A resposta surgiu em questão de segundos.

⎯ Sofia, vamos jantar querida! – disse Marta, chamando sua atenção.

Eduardo estava tão silencioso que assustava. Os pais dele apenas o olhavam para que ele falasse algo. Depois do jantar Sofia o olhou apreensiva.

⎯ Qual o motivo de vocês planejarem um jantar desses? – perguntou Abel. Todos estavam em silêncio, como fica quando se espera uma grande notícia.
⎯ Bem... É que... Nós dois... – nunca havia gaguejado tanto como nos últimos segundos. Seus olhos se fixaram-se aos de Sofia. Ela estava com uma expressão da qual não podia distinguir. Respirou fundo. – Esse jantar é muito importante para nós. Pois não é simplesmente um jantar, mas uma comemoração na qual estamos agradecendo a Deus pelos laços que uniram nossas famílias, e principalmente, pela nossa amizade – olhou para Sofia – Porque nos momentos difíceis você esteve ao meu lado, me dando forças para não desistir, mesmo longe eu podia contar com você. Obrigado por tudo! Que Deus conserve nossa amizade até que Ele venha. Sou imensamente agradecido por ter uma pessoa como você na minha vida. – disse terminando o pequeno e doloroso discurso.

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