Music, Friends and PARTY!

Certo?

PONTO DE VISTA EMILIA CLARKE.
                            ● New York. 02/24/2009.

Me aproximo de forma lenta, preguiçosamente me arrasto até meu quarto, onde Justin analisava calmamente fotos de diversas mulheres. Coloco os dois copos cheios de coca-cola sobre a pequena estante ao lado da cama, tiro meus chinelos felpudos e me jogo sobre o colchão macio.

— Olha o notebook, idiota! — por deus… não tenho liberdade sobre minhas próprias coisas.

— Justin, você já tomou conta do meu quarto todo, tem mais coisas suas aqui do que minhas, então cala boca! — gesticulei com toda a minha indignação possível, apontando para o chão coberto por suas roupas.

— Vou arrumar depois, tá legal? Agora olha essa Louisa que achei aqui. — voltou seus olhos para a tela do notebook, o qual direcionei minha total atenção.

Estávamos a procura de alguma mulher no site “encontros.com” que dormisse com Justin e fizesse ele perder a virgindade, pelo que me foi explicado, era o único imaculado do grupo de amigos e fazer sexo era uma questão de vida ou morte, o que eu achava ser exagero de sua parte.

— Ela é bonita, mas tem vinte e cinco anos — li a descrição de Louisa, abaixo de sua foto — você só dezessete… Duvido que uma mulher dessa, saía com uma lombriga igual você — peguei o copo da estante e beberiquei um pouco do refrigerante, fazendo meus olhos lacrimejarem, por conta do gás.

— Por isso colocamos photoshop nas minhas fotos, Clarke. — revirou os olhos — essa foi a que mais gostei, as outras não são interessantes...

— Interessantes pra que? Você vai transar com ela, não casar.

— Você entendeu, estúpida. Vou mandar um coração, o que acha?

Neguei com a cabeça.

— Me dá essa merda — apontei para o notebook, com rapidez a tela de tamanho médio foi posta em minha frente, sem protestos, ótimo.

Primeiro cutuquei o seu perfil e mandei uma mensagem bem direta, ignorando milhões de reclamações do garoto ao meu lado, por fim concordarmos em mandar “Oi, estou atoa, vamos se encontrar?” confesso que é bem ridículo e apelativo, mas em minha defesa… adicionei algumas informações essenciais como; Justin ganhar cinquenta mil por mês e sobre seu pai ser rico, o que deve ter dado forças para Louisa responder um “Claro, onde?”

Marcamos o encontro no hotel Plaza às dez da noite, em ponto. Depois da confirmação de Louisa, pagamos dois quartos — obviamente escondidos — com o cartão de Jeremy, pai de Justin.

— Agora são exatamente — olhei para o canto inferior do notebook, localizando o horário — sete e cinquenta, você tem duas horas e dez minutos para ficar pronto, TIC-TAC, TIC E TAC. — gritei o assustando.

                          (●●●)

O prédio era enorme, luzes amarelas deixavam o nome Plaza em destaque, é lindo, me lembraria uma árvore natalina, se não soubesse que usavam aquele lugar como puteiro…

— Você está pronto? — perguntei pela décima vez, olhei Bieber de relance, que acompanhava as luzes do letreiro, se eu não o conhecesse tão bem, diria que estava a ponto de desmaiar.

— Vamos esperar só mais dois minutinhos — passou suas mãos suadas pela calça jeans, no intuito de limpa-las, o que não deu certo.

— É só uma buceta… você vai conseguir! Estou aqui se caso você não gostar da fruta — prendi os lábios entre os dentes, abafando o riso.

Sabia que toda aquela insegurança, eram sobras, reflexos de seu relacionamento fracassado com Serena, no ano passado. Não o culpo, quando as pessoas nos humilham, as cicatrizes ficam, como aconteceu com Justin.

— Como você é engraçada Clarke, deveria entrar pro circo!

— Até nisso sou boa… vamos entrar logo, estamos aqui faz vinte minutos. — fiz a conta mentalmente, espero que esteja certa — daqui a pouco a mulher vai embora e você vai ficar chupando o dedo!

Caminhávamos apressadamente para dentro do estabelecimento luxuoso, com meus braços entrelaçados aos de Justin, sorri esperando que o acalmasse e obviamente não funcionou.

Já estive nesse hotel mais de duas vezes, por conta de Jeremy ser um dos principais frequentadores do local, tínhamos quase passe livre para explorar.

Sempre do mesmo jeito, verde era a cor predominante das paredes rústicas do hotel Plaza, mesmo detalhadas com papel de parede dourado acima, a tonalidade ainda se encontrava viva. No chão, o porcelanato espelhado passava uma imagem de limpeza e todos os móveis remetiam uma idade mais antiga, exceto o lustre futurístico com seis lâmpadas ao teto.

Se aproximamos da recepção, onde Maria, atendente de longa data, nos esperava com um grande sorriso no rosto.

— Chave 541 e 542, por gentileza. — Justin se portava como adulto em público, nem parecia que estava morrendo de medo por dentro.

— O quarto 541 está ocupado, por Louisa Bernadez, com permissão de Jeremy Bieber. — Maria informou, intercalando seu olhar entre nós e seu computador.

Retirei meu braço que estava enroscado no de Justin, fazendo minha dança da vitória de forma discreta, o vendo prender o sorriso.

— Isso mesmo, Maria, quero a chave dos dois cômodos.

Em menos de cinco minutos, as chaves estavam em nossas mãos. Direcionados até o elevador, apertamos o último andar e esperamos que a porta abrisse. Com certo receio, Justin parou e olhou para algum ponto fixo em meu rosto.

— Pode parando — elevei o tom de voz — Você está indo fazer sexo, não pra guerra, então pare de drama! Antes, vamos conferir algumas coisas…

— Certo. — disse rápido, me puxando para fora do elevador.

— Camisinha — assentiu em positivo.

— Acho que é só isso mesmo… — forcei minha cabeça, tentando lembrar de mais alguma coisa — Lembra do filme que assistimos? Aquele da mulher com o chicote?

— Sim, você está me deixando nervoso, porra…

— Pedra, papel, tesoura, pra ver quem paga o lanche na volta — sugeri, o ouvindo suspirar.

— Vou perder mesmo — deu de ombros.

Colocamos as mãos para frente, fechamos os punhos três vezes e quando foram abertos em um dos três sinais, como sempre… venci, com pedra quebrando tesoura, dei meu melhor sorriso convencido, logo pegando a chave do quarto 542 de sua mão, e seguindo em direção a porta.

— Boa sorte Justin, estou aqui do lado se precisar.

Era normal, melhores amigos estarem por perto quando se perde a virgindade, certo?