Eu sempre vou te amar

Zoro tinha esperado ao lado do telefone o dia inteiro, bebia vinho sem parar, o que não era do feito dele, ele não gostava de vinho, mas naquela situação nada mais fazia sentido, tudo tinha se invertido, ele não conseguia mais ver sentido nas coisas ao seu redor, tudo que conseguia pensar era em ter falado algo diferente na noite anterior, mas já estava feito e a dor em seu peito era tão imensa que mal conseguia respirar.

Ele se levantou, pegou o carro e foi em direção ao hospital, não importava o que Nami havia dito, ele não iria errar mais uma vez, não poderia deixar sanji acordar e não estar la.

Chegando no hospital ele foi em direção a recepcionista.

– Como posso ajudar?

– Eu preciso ver uma pessoa o nome dele é Vinsmoke Sanji.

– Documento por favor?

Zoro entregou o RG para a mulher impaciente, a falta de ar só aumentava dentro daquele lugar, tudo parecia se mover em uma velocidade mais rapida do que o normal e ele se sentia inquieto.

– Você é parente?

– Ele é meu namo.. – Zoro não sabia se depois da ultima noite ainda poderia dizer isso.

– Namorado? – Ele apenas limpou a garganta e fez que sim com o queixo quebrando o contato visual insistente. – Ele saiu da cirurgia faz algumas horas, pode subir, aqui está o numero do quarto. – Ela estendeu um papelzinho com três números "226" – é no segundo andar.

As pernas de zoro se moveram mais rápido que ele pudesse pensar, seu senso de direção sempre foi péssimo mas dessa vez era diferente, ele não tinha tempo, ele sabia que não podia errar. Assim que avistou o numero do papel tudo se intensificou, seu peito se movia freneticamente, tudo que mais queria ali naquele momento era ver ele, ve-lo sorrindo, feliz por ter acabado de cozinhar algo novo, ou apenas por estar vivo, era ele quem mais admirava a vida, por que tinha que ser ele naquele quarto? Por que tudo estava tão invertido?

Ele abriu a porta e a primeira coisa que viu foram seus cabelos loiros, a perna e o braço estavam cobertos por uma tala e havia hematomas por todo seu corpo, mas muito pior do que isso, sua expressão, era uma expressão vazia, de confusão e medo.

Nami também estava ali, ela parecia expressar tudo que Zoro não mostrava, o rosto inchado coberto de lagrimas.

– Zoro. – Uma atitude inesperada vindo dela que tinha o culpado por tudo aquilo algumas horas antes o olhava com uma mistura de pena e culpa.

– O que ta acontecendo? – Sanji encarou o medico a sua frente e Nami.

– Espera Sanji, eu preciso falar com o Zoro–

– Quem é Zoro?

Aquelas palavras pairavam no ar como se não fossem nada mas para Zoro aquilo era como um tiro, ele sentiu tudo a sua volta que antes se passava tão rápido parar, alguns pontos pretos apareceram em sua visão e ele caiu.

Os gritos de Nami ficaram cada vez mais baixos e ele não conseguia mais distinguir nada, aquilo era apenas um lugar vazio, sempre fora pra falar a verdade, mas quando ele entrou em sua vida tudo tinha mudado.

Sanji tinha ensinado Zoro a sorrir, tinha ensinado ele a dizer obrigado, ensinou ele a não odiar vinho e a respeitar as mulheres, ele tinha até mesmo tentado ensina-lo a cozinhar, tudo para dar uma única razão a Zoro, uma razão para viver. Ele já tinha tentado se livrar do fardo de estar vivo, mas quando Sanji apareceu, ele amou.

Amou sorrir.

Amou dizer obrigado.

Amou vinho.