Capítulo 01

290 21 3
                                    

Estávamos comemorando a nossa vitória, eu estava no meu chalé, vou pedir a minha Sabidinha em casamento hoje, saio calmamente do chalé e me dirijo ao refeitório. Ela não está na mesa de Athena, concluo apos um breve momento de observação, me dirijo até seus irmãos e pergunto por ela, recebo uma rápida resposta de que ela deve estar perto das cabines. Agradeço e me dirijo vagarosamente as cabines, enquanto repasso o meu pedido pelo que deve ser a milésima vez. Ao aproximar-me avisto sombras mexendo-se, parecem duas pessoas se beijando, suspiro pesadamente por me pegar nessa situação novamente. Aproximo-me silenciosamente.

- Quantas vezes vou ter que repreendê-los? Vocês realmente têm sorte de não ter sido Quiron em meu lug... – Paro meu sermão ao perceber que as duas pessoas se beijando não são os campistas mais novos que pensava, mas, Annabeth e um garoto, que logo reconheço como Mark, o filho de Apolo.

- O que está acontecendo? – Pergunto calmamente olhando para minha Sabid... para Annabeth ainda não acreditando no que meus olhos veem.

- Percy? Você não deveria ver isso! - Fala Annabeth ainda surpresa pelo flagra.

- Você ainda não contou a ele? - Pergunta Mark sorrindo e encarando debochadamente.

-Annabeth? – Pergunto a encarando, ela encara o chão de forma muito interessada. – Não me contou o que?

- Per...Percy, eu sinto muito, eu iria lhe contar, eu... eu não queria que você descobrisse assim. – Continua a encarar o chão – Eu ia lhe contar, mas aí veio a guerra e e... eu... eu...

- Não quero mais ouvir. – Interrompo-a bruscamente – E quer saber? Sejam felizes! Vocês dois se merecem! – Me viro bruscamente e saio, mas não antes de jogar o anel no chão.

Me dirijo a entrada do acampamento, ainda ouvindo os barulhos do refeitório, todos os gritos e cânticos de comemoração. Ainda com a vista embaçada tento afastar todas as lagrimas grossas e quentes que insistem em cair, solto um soluço abafado e me forço a seguir.

Paro ao lado da arvore de Thalia e solto um alto assobio, recosto-me um pouco enquanto espero, ainda lutado com as lagrimas que insistem em cair. Não demora muito para começar a escutar o familiar batido de asas e logo Blackjack para ao meu lado.

- Eai chefe? – Cumprimenta-me sem se dar conta das lagrimas que adornam minha face, agradeço ao Deuses por não ser lua cheia esta noite. Aceno em cumprimento e logo subimos aos céus, uma nova onda de lagrimas surge em minha face, mas, são rapidamente secadas pelo vento forte e frio que nos atinge.

Chegamos ao prédio de minha mãe e Blackjack pousa no terraço, enquanto tento desesperadamente me livrar dos resquícios do choro, desço e agradeço Blackjack, que se chegou a notar algo, preferiu não falar nada sobre, e isso me faz agradecer mais uma vez aos Deuses.

Observo a direção em que ele se foi até que o familiar batido de asas deixe de ser audível. Desço as escadas ainda entorpecido com os pensamentos que insistem em inundar minha memória, e mais uma vez me pego lutando contra as lagrimas. Chego ao apartamento de minha mãe e surpreendo-me ao encontrá-lo vazio, nenhum sinal de Paul ou de minha mãe, porém, nada encontra-se fora do lugar.

Estamos viajando Percy, não se preocupe! Voltamos logo. Bjs.

-Mamãe

Encontro o bilhete ao chegar na cozinha. Suspirando aliviado vou para o quarto e logo me encontro deitado enquanto sou invadido por pensamentos.

Acordo com sons de batidas na porta, pelo incessável bater, percebo que já está neste ritual há um tempo, desço cambaleante, ainda bêbado de sono, abro a porta uma carranca, surpreendendo o homem lá fora, deparo-me com um homem de cabelos pretos, barba rala, aparentando ter uns 30 anos, ele usa um quepe e uma roupa que reconheço muito bem. Um policial!

- Sr. Jackson? – Pergunta avaliando-me.

- Sim, o que deseja? – O que eu fiz dessa vez?

- Lamento informar, mas, Sally e Paul Jackson morreram num acidente de carro...

Paraliso instantaneamente. O que aconteceu? Algum monstro atrás de vingança? Algum deus? Consequência da guerra?

- SR. JACKSON – Ele grita me assuntando e tirando-me do meu transe. – Tudo bem? – Ele parece me avaliar novamente.

- Sim, estou bem. Continue, por favor – Não, não estou bem. Ele parece me avaliar por alguns segundos, julgando se deve ou não acreditar na minha mentira. Sinto a leve ardência familiar, sinalizando que novas lagrimas tentam escapar.

- Os documentos estavam com eles, então o senhor não precisa se preocupar em reconhecer os corpos. – Aceno para ele continuar e engulo em seco lutando com as lagrimas que lutam cada vez mais arduamente – O senhor pode me acompanhar se desejar, para se despedir.

- Eu... Eu... – Engulo novamente – Você poderia me passar o endereço? Vou logo em seguida, eu... – Não posso vê-los assim, não consigo, não agora – hum... você poderia me passar o endereço? Vou logo em seguida, eu... humm... preciso fazer umas ligações – Gaguejo uma mentira qualquer, apenas desejando que vá embora.

Já sinto as lagrimas descendo quando ele se retira. Ainda com o endereço na mão, fecho a porta e solto um soluço abafado e sento-me lentamente soluçando contra a porta. O que ainda me prende aqui? A guerra já foi ganha, Annabeth me traiu e minha mã... bem... solto outro soluço, minha mãe já me espera do outro lado.

Pego Contracorrente, observando lentamente a lâmina e sua mudança na luz. Com um golpe rápido a enfio no peito, próximo ao coração e suspiro pesadamente enquanto a dor invade meu corpo.

Sou enchido de lembranças quando a escuridão me acolhe em seu abraço.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Ei galera, tudo bem? Como prometido, o primeiro capítulo da história esta revisado e prontinho. Apenas estou postando isso como um capitulo novo, ficara bem mais organizado assim. Acabei cortando pela metade pois ficaria muito grande. Eu realmente queria ter soltado o capítulo antes, mas, a vida decidiu que eu deveria reaprender a salvar as histórias enquanto as escrevo. 

Bom, não esqueçam que essa é minha primeira história! Críticas construtivas são muito bem vindas!

Comentem o que acharam abaixo.

Revisado 28/06/2020

- Sem Nome

O Deus dos HeróisOnde histórias criam vida. Descubra agora