This is... Halloween

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Olá, babies. Como prometido, voltei. <3

Por favor, se estiverem gostando, comentem, votem e todas essas coisas. Ajuda muito na divulgação. 

Estão preparadas para entrar em uma festa de Halloween?

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31 de outubro de 2020 – mansão de Rafaella Kalimann.

O anoitecer fez-se denso e impenetrável. As estrelas estavam encobertas sob grandes nuvens negras. Porém, um único reflexo de luz no céu tomava o protagonismo do infinito sobre a nossa cabeça: a lua cheia, amarela e imponente, pairava-se sobre a mansão de Rafaella, dando-nos boas-vindas à lôbrega festa de Halloween.

Se eu dissesse que, naquela noite ou em qualquer outra que antecedeu àquele evento, eu consegui ter qualquer domínio sobre meus pensamentos ou sobre o meu corpo, estaria mentindo descaradamente. As minhas mãos estavam sob constantes geleiras glaciais. O meu estômago dava sinal de vida a todo instante. Faltava-me saliva à boca. A última vez que me senti assim foi há 5 anos, durante o meu exame para tirar a carteira de motorista.

Todos as partes do meu corpo sinalizavam-me que eu não deveria estar ali, mas eu queria estar. Queria desesperadamente.

Antes de enfrentar a noite, chequei pela última vez a minha aparência através da câmera do celular: montei uma fantasia improvisada de Halloween, na qual havia um tom sombrio, mas nada muito gore ou assustador. Eu precisava, de certa forma, estar apresentável. Queria que uma única pessoa pudesse me ver e, especialmente, me achasse interessante. A mesma pessoa que incisivamente pairou nos meus pensamentos e sonhos por noites inteiras.

Portanto, preferi ser sutil no horror e apostei em algo mais atraente. Vesti um macacão jeans colado ao meu corpo até a canela, com uma camiseta listrada por baixo. Pintei o meu cabelo de vermelho Weasley, as minhas bochechas com sardas salpicadas e desuniformes, as minhas unhas de vermelho-sangue e levei aos olhos sombras com tons escuros, que realçavam a minha pele pálida.

Nunca fui muito fã de usar salto, mas nessa ocasião valeria a pena o esforço, então calcei um par de sapatos scarpin vermelho-sangue. "Ok, até que estou bem para uma versão mulher do boneco assassino Chuck. Você consegue, Bianca.", suspirei e saí do carro. Avistei Diogo e o meu irmão, Miguel, conversando animados em frente ao enorme hall de entrada. Ambos escolheram fantasias de vampiros. Muito original.

Na entrada, havia uma única mensagem escrita sobre uma faixa preta rasgada, com tinta que remetia à sangue fresco:

"Entre se tiver coragem. Saia se for capaz".

Minhas mãos tremiam e eu pude sentir o frescor da noite invadir os meus braços desnudos. Arrepiei-me. A anfitriã da festa, Rafaella Kalimann, aguardava-nos por de trás daquelas portas de madeira branca. E eu com certeza não estava pronta para enfrentá-la.

*

Logo que entramos, um gentil rapaz nos fez assinar a lista de presença e indicou o caminho para onde a festa acontecia. Na área externa, tons de vermelho-vivo, vinho e preto sobressaíam à decoração. Easter eggs dos filmes e livros clássicos do terror estavam espalhados por todos os lados – só passeando os olhos pelo ambiente consegui pescar várias referências, o que me fez sorrir. Havia uma réplica da máscara do Jason e outra do assassino de Pânico; um grande cartaz com as gêmeas de O Iluminado estampadas; um rabisco enorme na parede perto da piscina, pichado "Here's Johnny..."; espantalhos enfiados na grama; abóboras espalhadas pelo jardim e até mesmo o Jigsaw sorria para nós, sentado na sua bicicletinha.

A chefe do meu namorado | MINI-FIC RABIAOnde histórias criam vida. Descubra agora