*Dias depois:
—Acho que tem muita coisa que eu preciso saber. –Penso alto cortando o barulho que meus amigos e minha família fazem na sala.
Desde quando sai do hospital quatro dias atrás, eu vim morar com meus pais em Copacabana. Débora e Tito tem um super AP aqui perto, e graças a essa curta distância eles poder ver meu filho sempre que quiserem, devo isso a eles por terem cuidado do Gabriel durante cinco anos tão bem.
Edu mora um pouco mais distante, porém nada quilométrico.
Apenas uma pessoa eu não sei onde se encontra: Daniel, ou melhor, Grego.
—Eu quero saber de tudo que aconteceu. –Digo firme encarando todos.
—Aconteceu muita coisa filha, acho que é um pouco complicado explicar tudo. –Meu pai diz.
—Pai, por favor. –Peço e ele suspira.
—Primeiramente antes de começar a explicar tudo, existe uma coisa que nós omitimos por muito tempo. — Tito começa, eu o observo tranquilamente. —Eu, Daniel e Fernando somos irmãos. —Meu queixo cai.
—Como?! —Digo estridente.
—Meus pais eram funcionários do Henrique e da Laura Montalverne, ouve um acidente que matou meus pais, eu e Fernando éramos pequenos, então eles nos adotaram.
—Você é irmão de sangue do delegado.—Sussurro. —Que loucura...
—Pois é... –Tito sorri meio triste. —Minha família era a família dos sonhos até aquela miserável aparecer... meus irmãos eles... eles se transformaram. —Débora segura sua mão. —Desde então eu estou no meio desse fogo cruzado, sem saber qual dos dois eu devo apoiar. —Thiago olha para mim. —Helena acabou com a nossa vida uma vez, o demônio achando pouco mandou Ísis para acabar o serviço...
Travo o maxilar. Só de ouvir o nome daquela cachorra meu sangue ferve.
—Onde está o Grego? —Pergunto. Eduardo se levanta do tapete e anda de um lado para o outro. Me deixando totalmente aflita. —Me digam! Onde ele se meteu?
—Ele está preso! —Edu diz alto sem paciência.
—Ele se entregou...
—Não Alexia, ele definitivamente não se entregou! Ele fez merda e foi parar no hospital, a polícia prendeu ele e pronto, acabou o reinado do príncipe!
—Que tipo de merda? —Pergunto sem entender.
—Alguém explica pra ela porquê eu já tô cheio dessa história. —Edu sai em direção a varanda e eu fico estática. Ele nunca ágil assim.
—Grego tinha um plano de fazer uma chacina. —Débora começa. —Ele ia matar todos nós. E o primeiro da lista foi Edu. —Engulo em seco. —Daniel invadiu a casa do Eduardo, destruiu, matou todos os funcionários dele e policiais, e chegou a apontar uma arma para a cabeça do Edu. Ele está vivo hoje graças à polícia bem preparada que atirou no Grego na hora certa e no local certo.
—Ele ia matar todo mundo?
—Todos. Eu, Tito, Fernando, a mulher, seus pais, irmãos, Edu, seu filho e até mesmo Você. —O ódio se triplica. —Fernando descobriu tudo no QG do Grego. Encontrou papéis, fotos, endereços, tudo esquematizado, mas não encontrou ele. —Trinco o maxilar. —O primeiro da lista era o Edu, ele invadiu a casa e destruiu tudo como já disse, em certo momento rendeu o Edu e ficou com uma arma na cabeça dele. Um dos policiais do BOPE atirou nas costas dele, e por quase dois anos ele ficou de cadeira de rodas. —Olho o incrédula sem acreditar—Ele fez a cirurgia de retirada da bala e hoje está bem novamente.
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O Príncipe Do Tráfico
Jugendliteratur-O alemão é meu! E ninguém vai ser capaz de tira-lo de mim! +18 escrito por uma -18, contraditório não? Capa: @atelieCGS