04- My Heart Will Go On

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O desconhecido havia ficado estático diante da pergunta de Luckin:

''Por que você tem uma foto da Mellorine?''

A pergunta ecoava na mente do homem de cabelos negros. Enquanto seus olhos estavam levemente semicerrados observando-o de cima a baixo, como se o analisasse, se perguntava internamente se aquele sujeito à sua frente realmente conhecia Mellorine ou era só, de fato, um bêbado qualquer. Entretanto, se deu conta de que Luckin não teria como ser um bêbado qualquer se em momento algum Logan tivesse pronunciado o nome da mulher da foto em voz alta.

– Por que não me disse antes que conhecia ela?! – ele sorriu. – Prazer, meu nome é Logan! – trocaram um aperto de mão. – Você disse que está procurando a Mellorine, não é?

– Sim, mas até agora você não respondeu a minha pergunta. Como você a conhece? – a frase deveria ter saído com um tom sério e questionador, mas a sua voz estava trêmula graças a embriaguez, o que tirou toda a credibilidade do Peterson, fazendo Logan rir.

– Meu irmão é um conhecido dela, aí ele me apresentou ela a um tempo atrás. Mas relaxa, eu vi a Mellorine agora pouco, se quiser te levo até onde ela está!

O Peterson o olhou de cima a baixo, desconfiado. Mas logo resolveu o acompanhar, afinal, dentre ficar esperando sentado em um bar com aquela música irritando os seus tímpanos ou o acompanhar e assim conseguir a achar rapidamente, ele escolheu a segunda opção. Os dois homens atravessaram com dificuldade a grande multidão de pessoas da boate até encontrarem uma escadaria.

Luckin se arrependeu da escolha de o acompanhar quando finalmente chegou no topo das escadas e resmungou consigo mesmo para adicionar ''escada'' na sua listinha particular de coisas que secretamente o odeiam e estão sempre tentando matá-lo de alguma forma. Em primeiro lugar estava ''succubus''.

Ele voltou à realidade atual quando seus tímpanos agradeceram por a música estar muito mais baixa, agora apenas soava distante. Olhou ao redor e viu um extenso corredor com várias portas e somente em algumas específicas haviam dois seguranças ao lado, e, curiosamente, a porta que ele e Logan entraram tinham dois seguranças parados como postes.

Assim que entrou no recinto, olhou ao redor; dois sofás e uma poltrona; um bar com várias taças e bebidas; um frigobar; através da enorme janela uma boa vista; um luxuoso lustre e em cima da mesa de centro um cinzeiro lotado de cigarros, mas nada da loira esquisita.

– Ah, não se preocupe, ela já está à caminho, então pode se sentar. – Logan o respondeu quase instantaneamente e o Peterson se perguntou se ele lia mentes. – O que acha de conversarmos um pouco? Aceita uma bebida, suco?

– Um suco, por favor. – ele pediu. Com um movimento de cabeça, Logan mandou o homem que estava parado perto deles ir até o bar.

///

Pela milésima vez naquela madrugada os olhos da loira o homem de terno parado na frente da porta. Ele a estava mantendo presa naquela sala como se ela estivesse presa em um cativeiro. Bufou e o seu tique nervoso na perna direita só parou quando ela descruzou as pernas e seus pés tocaram o chão, se levantando abruptamente. Caminhou atravessando a sala VIP lentamente enquanto ouvia o barulho do seu coturno batendo contra o chão com passos fundos.

Parou de braços cruzados na frente do homem de terno e disse:

– Com licença. – tentou pedir mais uma vez civilizadamente que ele saísse da frente da porta e a deixasse passar, mas quando viu que não moveu um músculo, na verdade, ignorou completamente sua presença, ela colocou a mão na cintura e soltou o ar pela boca desacreditada. – Cara, esse relógio no seu pulso é de enfeite? Não percebeu que já estou aqui dentro presa há mais de uma hora?

Doce Sorte [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora