Consequência

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Aygon, Arthur, Danjo e Helen estavam sendo levados para Catagan como prisioneiros em uma carroça escoltada por um enorme grupo de soldados, todos eles estavam com os braços fortemente amarrados.

A estrada era seca, não havia vegetação naquela área, o sol quente daquela manhã dificultava a velocidade com que se moviam. Horas já havia se passado desde que todos se rendaram de forma pacifica.

Ao abrir os olhos o sol clareou fortemente a vista de Aygon que havia cochilado enquanto era levado. O jovem garoto acordou assustado enquanto as lembranças de sua luta anterior iam invadindo sua mente,  fazendo com que seu estomago se embrulha-se, até chegar ao ponto de infestar a carroça com um vômito verde e pastoso.

Mas que merda é essa Aygon — gritou Arthur enquanto se arrastava naquela pequena carroça, fugindo do vomito que escorregava em sua direção.

Helen que estava ao lado de Danjo tentou segurar a ânsia após sentir o odor que aquilo estava emanando.

Aygon se ajoelhou próximo ao seu vômito e começou a suar frio, enquanto mantinha uma expressão de desespero e uma respiração ofegante.

— Aqueles foram os seus primeiros?— murmurou Danjo, sentado ao lado de sua amada.

— Eu não pensei que ficaria tão mal, tentei segurar ao máximo, mas o odor e a sensação de perfurar alguém com uma espada não é nada agradável — disse Aygon se acalmando aos poucos.

—Realmente é bem desagradável — exclamou Danjo.

— Será que um dia irei me acostumar?

— Um diz talvez, e quando esse dia chegar aí então você deverá começar a se preocupara — falou o homem olhando fixamente para Aygon.

— O que vai acontecer com a gente quando chegarmos em Catagan?— interrompeu Arthur levando a gola de sua camisa até o nariz.

— Provavelmente iremos ser condenado a morte, por crimes contra o império — respondeu Helen.

— Fique tranquila meu amor, a gente vai sair dessa. Sempre saímos.

— Ainda acho que deveríamos ter lutado contra os outros guardas — afirmou Aygon

— Eles estavam em um grande número, sem falar que aquele senhor enorme é o General Beric da guarda Real, o cara é uma lenda viva – explicou Danjo.

— Ele realmente tinha uma presença intimidadora —comentou Arthur.

A viagem continuou e todos se mantiveram em silencio, porem o cheiro do vômito de Aygon foi se intensificando cada vez mais, e o sol quente  só piorava as coisas.

PUTA MERDA, TEM COMO ALGUÉM VIR LIMPAR ISSO AQUI? — gritou Danjo.

— Porque você não tenta limpar com sua língua — comentou Elfredo montado em um dos dois cavalos que guiavam a carroça, com seu braço todo enfaixado.

— Quer que quebremos seu outro braço? — ameaçou Danjo com um sorriso amarelo em seu rosto.

No mesmo instante Elfredo parou a carroça, desceu de seu cavalo e foi em direção aos prisioneiros com sua espada em mãos.

— O que foi que disse merdinha?

Ao ver o furdunço, o general que estava logo atrás também desceu de seu cavalo e foi em direção deles com passos pesados e uma cara extremamente seria.

— O que é esse alvoroço todo?

—Esse pirralho aqui vomitou na carroça toda — disse Danjo empurrando Aygon para a ponta da carroça.

—Na minha época se faziam jovens melhores — falou o General com um olhar frio.

Aygon se sentiu realmente ameaçado pelo grande homem que tinha o físico totalmente trabalhado.

Beric retirou um pequeno pano branco próximo a bainha de sua espada, e entregou para Aygon.

— Temos tempo sobrando então eu quero que você limpe essa carroça com esse pano, quero que deixe ela brilhando — exclamou Beric cortando a corda que prendia as mãos do garoto com uma faca.

Nenhum dos prisioneiros ousou retrucar as palavras ditas pelo general, e Aygon sem pensar duas vezes seguiu as ordens dadas a ele, começando a limpar a carroça

—Ei garoto essa sua luva é muito bonita pra você a sujar de vômito, tire ela — exigiu Beric.

Aygon e Arthur no mesmo instante se olharam em desespero.

— Eu prefiro ficar com ela, queimei minha mão a muito tempo e tenho vergonha de mostrar.

— Eu estou ordenando que você a tire-a.

Aygon pressionado saltou para fora da carroça no intuito de fugir, porém Beric o deu uma rasteira assim que ele colocou os pés no solo, imobilizando-o em segundos.

Aygon desesperado, com seu peito sobre aquele chão de areias vermelhas e as mãos sendo seguradas em sua costa, se sentiu inútil.

— Deixe me ver essa sua mão — disse o general enquanto retirava a luva do garoto.

Ao tira-la Beric se surpreendeu com o que viu, e acabou soltando Aygon, que aproveitou a brecha para se levantar.

Danjo e Helen ficaram aterrorizados ao verem a marca, até mesmo Elfredo que estava próximo ficou sem reação.

O clima avia se tornado pesado ninguém falou nada durante segundos, que mais pareciam uma eternidade. O silencio logo foi interrompido pelo barulho da enorme espada do General sendo retirada de sua bainha.

— Mudanças de planos, não vou leva-lo para ser julgado em Catagan — disse o general - Irei eliminar o mal aqui e agora — completou enquanto partia ferozmente em direção a Aygon.



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Regressão: A quebra do espelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora