Abigail Lewis é apenas mais uma adolescente comum nessa populosa cidade que se encontra no sul da Califórnia: San Diego. Ela tem sua família e alguns colegas como todos os adolescentes, mas seu único problema é estar, exatamente, a 502 milhas de distancia de sua melhor amiga, Ginger Campbell.
Mas antes fosse apenas esse detalhe, todos os seus amigos moram longe de si; Matthew Hall está a 151 milhas, Nichole Thompson está a 90,5 milhas e Benjamin Harris está a 126 milhas.
Como esses cinco jovens se conheceram? Afinal, eles não têm nada em comum, ou talvez, existisse apenas uma semelhança. Todos estavam cadastrados no mesmo chat online: "Conectados.com".
O Conectados.com tinha como principal objetivo apresentar pessoas para outras, e assim eles acabariam se ajudando com seus problemas, ouviriam seus desabafos ou apenas para descontrair com alguns estranhos. Mas ninguém imaginaria que assim que os cinco adolescentes entrassem na mesma sala virtual, uma amizade se formaria.
Foi uma surpresa, afinal... Nenhum deles nunca havia se visto, mas aconteceu com eles.
Abigail é o centro, dos cinco, ela é a mais focada no que quer no futuro. Com apenas 17 anos, a garota de cabelos loiros e olhos azuis já trabalhava para ajudar em casa, não que ela pudesse escolher não fazer isso... Seu pai fugira de casa assim que seu irmãozinho, Anthony, nascera. Quando não está a estudar para as provas, a jovem divide o seu tempo entre trabalhar em uma lanchonete, Hodad's, e cuidar de Anthony, que já está com 6 anos. Abigail não se importa de ter que se esforçar tanto, é uma chance de aprender a fazer várias coisas de uma vez, apenas um treino para o futuro. A garota considera sua mãe uma heroína, vê-la chegar em casa dos longos e cansativos plantões no hospital é uma verdadeira dor, consegue enxergar o cansaço transbordar dos olhos de Dorothy. Abigail procurava apenas alguém com quem pudesse dividir as angustias de seu dia-a-dia, então finalmente conhecera o "Conectados.com".
Com Ginger não teria sido muito diferente, o furacão ruivo só queria ter alguém que ouvisse suas incertezas e magoas. Sim, magoas... Mas não, Ginger não perdera seus pais, era apenas difícil para a ruiva aguentar a gozação de seus colegas de classe, não era fácil ter que conviver com as piadinhas sobre seus pais serem gays, eles não tinham culpa de se amarem, e muito menos ela, dos dois homens estarem juntos. Para falar a verdade, ela os admirava. Richard e Trenton eram amigos de faculdade, e quando o pai da garota engravidara sua mãe, sem intenção alguma, a mulher esperou para tê-la graças ao pai. Sim, ela queria aborta-la, e só de pensar nisso a ruiva sentia náuseas. Enfim, assim que ela nascera Trenton se encantou pelos olhos sentimentais de Ginger e ajudara a educa-la, alguns anos depois de seu nascimento, Richard e Trenton descobriram estar apaixonados. Ginger é frágil, com 17 anos a menina é mais sensível que uma boneca de porcelana. Uma mínima brincadeira consegue deixar a ruiva em prantos, mas ela também sabe como se divertir, ah como sabe. Uma noite qualquer vira o link do "Conectados.com" e a seguinte descrição: "Conheça o desconhecido". Quem não seria curioso o suficiente para clicar no link e se cadastrar? Ginger fora.
Matthew era o problema em forma de pessoa, era o típico bad boy que os pais desejariam que nunca entrasse no caminho de suas filhas, não que ele fosse ficar mais do que poucos dias... O garoto se entediava rápido demais com as moças e logo as trocava por uma aventura mais emocionante nos lábios de outra paquera. Dono de belíssimos olhos azuis e cabelos angelicais, essa seria sua única semelhança com um anjo. Conquista as garotas com seu sorriso malicioso e seu jeito direto de ser. "Eu quero, eu tenho!", esse é o grande lema de vida do nosso bad boy, não era de se esperar menos do que isso graças a sua infância cheia de mimos. Os pais perceberam que ele era uma perda de tempo e o verdadeiro orgulho da família seria sua irmã mais velha, Daphne, que acabara de se formar em Stanford, para ser mais concreta, ela acabara de se formar em medicina na universidade de Stanford. Ela estaria de volta e começaria sua residência em um hospital local o que deixara Matthew com a cabeça quente. Ele não suportava a ideia de ter a irmã por perto mais uma vez, seria mais um motivo para que seus queridos pais, Edward e Minerva, jogassem em sua cara que ele era, definitivamente, um lixo. Em uma noite que o garoto, de 18 anos, não conseguira fugir de casa resolveu navegar a procura de um modo de entretenimento, achando assim o "Conectados.com", de começo o site só servira para conhecer garotas fáceis o suficiente que lhe mandavam fotos particulares de seus corpos, mas assim que entrara em uma sala virtual privada... As coisas começaram a mudar.
Nichole é um clichê em pessoa, ela é uma verdadeira patricinha, se assistir "Clueless" (As patricinhas de Beverly Hills) conseguira identificar a vida que a garota de cabelos negros leva. Sua família é uma das mais ricas de Newport Beach e ela como única filha se tornara a herdeira de tamanha fortuna apenas com seus 17 anos, porém isso acabava trazendo pessoascheias de falsidade e interesse. A patricinha tem o mundo aos pés, tudo o que ela pensa em querer, ela ganha! Simples assim, mas mesmo rodeada de todo o luxo possível, ainda não era o bastante. Nichole sentia falta de ter amizades, mas não com essas pessoas que queriam conhece-la para ganhar presentes ou coisas assim, ela sentia falta de alguém em quem realmente pudesse confiar... Claro que seus pais eram maravilhosos, amava-os mais que tudo, mas infelizmente, Margo e Philip, não podiam ficar todas as horas do dia com sua garotinha. Os empregados apenas a serviam e temiam falar algo a mais e serem demitidos, então basicamente... A patricinha era solitária, apenas saía de casa para ir às aulas de balé e fazer milhares de compras, mas isso não ocupava nem metade de seu dia. Certa tarde, enquanto fazia compras online recebera um e-mail com vários links, e lá estava o "Conectados.com", a patricinha vira uma chance de conversar e desabafar com alguém que não soubesse nada sobre si, então não se aproximaria por causa de sua fortuna.
Benjamin era tímido, sempre fora... Mas ele não tinha escolha, qualquer palavra que saísse de sua boca era motivo para os valentões baterem no rapaz. Já bastava apanhar todos os dias, o garoto de 18 anos também era obrigado a conviver com as gozações sobre sua sexualidade. Sim, o rapaz era gay... Não que ele tivesse culpa por sua mente se atrair pelomesmo sexo, porque ele não tinha. Benjamin deixara escapar para uma "amiga" (que no final se mostrara não tão amiga assim) sua atração por garotos, no dia seguinte teve diversas lesões por todo o seu corpo de tanto apanhar dos colegas de sala por ser um "mariquinha". O rapaz vinha de uma família humilde, eles podiam não ter muito dinheiro, mas amor e carinho não faltavam naquela casa. O pai, Harold, era um militar e ficava fora de casa por meses até que pudesse voltar por algumas semanas no máximo. A mãe, Eleonor, era uma cozinheira de um restaurante simples que havia perto de sua casa. Benjamin fazia bicos de garçom lá quando era necessária a ajuda de uma graninha extra em casa. Em umdesses dias, em que o rapaz havia sido agredido mais que o normal, ele se escondera na biblioteca do colégio público e ficara a navegar pelo computador, estava à pesquisar sobre como se defender do bullying ou então como ele poderia contar para alguém. No último link ele lera "Conectados.com" e se perguntou se conversar com desconhecidos poderia ajuda-lo com sua frustração.
Essa foi a historia de cada um, mas depois que se conheceram os problemas pareciam mais fáceis de serem levados e resolvidos, tudo acabara ficando mais leve. E para esses adolescentes o fato de poder contar com esses amigos desconhecidos era o suficiente, mas nenhum mencionava o desejo secreto que existia dentro de cada um: Se encontrar.
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Conectados.com
Teen FictionViver na Califórnia parece ser o sonho de qualquer adolescente, mas para os nossos jovens não é nem um pouco! É uma beleza ter praias maravilhosas e todo aquele calor espetacular invadindo o nosso corpo, mas qual a graça quando não podemos compartil...