Subo as escadas decidida. É hoje que resolvo todos os maus entendidos, coloco todos os pontos nos "i's". Entro no closet visto uma roupa mais quentinha e calço um par de botas.
-Alguém me empresta um carro?-Digo descendo as escadas rapidamente.
-Você não vai sair dessa casa Alexia! Não pra ir atrás daquele traste!-Minha mãe fala.
-Mãe eu não quero brigar com a senhora, acho que com o Eduardo já foi o suficiente...
-Eduardo se preocupa com você assim como nós nos preocupamos-Débora diz se levantando. -Nós sabemos o louco que Daniel se tornou nos últimos anos, você não sabe. -Suspira.
-Ele queria matar todos nós! Como você tem coragem de querer ir atrás dele novamente filha? -Meu pai fala.
-Eu já disse não quero explicações! Se ninguém me emprestar a porra do carro eu pego um táxi, simples assim! -Saio pisando forte. -Ahhh O Grego nunca vai ter coragem de encostar um dedo em mim! -Bato a porta com força.
***
O táxi para na entrada do morro. As coisas continuam exatamente iguais a cinco anos atrás.
Meu celular toca, quando vejo o nome do Eduardo eu desligo na cara dele. Ele não volta a ligar.
Subo o morro decidida, as pessoas olham para mim como se eu fosse um fantasma. Foda-se eu não me importo.
Chego em frente ao QG, as coisas estão bem movimentadas. Entro sem permissão e subo a escadaria que dá acesso a sala, entro sem bater encontrando Grego fumando. O cigarro cai dos seus dedos e meus olhos queimam de fúria.
-Lexa! -Sussurra surpreso. Se levanta e vem até mim. Fleches da noite do acidente invadem minha mente.
-Não me toque. -Digo pausadamente. Ele me olha sem entender nada.
-Se você veio até aqui é por que me perdoou. -Reviro os olhos.
-Eu nunca vou perdoar você. -Rosno. Ele sorri de lado.
-Você é minha mulher, perdoando ou não você é minha, tem que ficar comigo! -Segura meus braços com força. -Eu vou te tocar sim, vou te abraçar, vou beijar você, vou te comer a hora que eu quiser porque é o meu direito! -Solta meu braço num rompante -Você é a vadia da minha mulher tem que fazer tudo que eu quiser!
-Isso só pode ser piada... -Analiso meus braços vendo que ficaram marcados. -Eu não sou nada sua! Não sou sua mulher por que você é um babaca! Um idiota! Estupido! Mimado! Sem moral! Um filho da puta! Um urubu que só leva desgraça para a vida dos outros! Você é uma vergonha! Tentou matar minha família! A única coisa que eu sinto por você é nojo.
-Mataria quantas vezes forem necessárias para você ficar comigo! -Diz baixo olhando para mim. - Vou tirar do caminho qualquer um que ousar te tirar de mim.
-O que você se tornou... -Balanço a cabeça negativamente . -Você é uma desgraça ambulante! Eu odeio você! Odeio você desde o maldito dia do acidente! Quero que você apodreça na cadeia! E sabe o que mais... -Me aproximo dele. -O Eduardo fode mil vezes melhor que você... -Ele me difere um tapa na cara. Caio com o rosto na mesa , bato forte o nariz.
Me levanta pelos cabelos. Sangue borbulha de dentro das minhas narinas, mal consigo respirar.
Eu não consigo acreditar que ele está fazendo isso comigo.
-Vou falar apenas uma vez sua vadia dos infernos. -Engole em seco e puxa ainda mais meus cabelos. -Você é minha! Desde o primeiro dia que te vi você é minha! E você não tem escolha, ou fica comigo ou eu mato toda sua família, eu vou torturar tanto você que você vai rezar para morrer caso não me queira mais como marido. -Aperta mais meu cabelo. Lágrimas de ódio misturadas com dor começam a rolar pelo meu rosto. Ele passeia o rosto pelo meu pescoço e morde com força meu peito. -Você está mais deliciosa ainda...
-Para Grego você tá me machucando... -Digo e ele gargalha.
-Se você ainda consegue falar é porque não está machucada o suficiente... -Fico perplexa. Seus dentes perfuram minha pele e eu grito desesperada. -Anda sua miserável! Vai ficar comigo ou não?
-Não! -Ele solta meu cabelo e me dá um soco. Caio no chão. Se ajoelha perto de mim e volta a perguntar:
-Sim ou não?
-Nunca! -Grito com ódio e então ele começa a me socar sem parar, perco as contas de quantos foram. Além disso ele me chuta me deixando totalmente dolorida. Quando ele finalmente para eu cuspo sangue no chão, meu corpo está fraco, minhas roupas rasgadas, tento me levantar mas não tenho forças.
-Última vez que te pergunto, Sim ou não?
-Já falei que nunca... -Digo fraca -Nunca vou querer você de volta! Você não me merece e eu amo o Eduardo com todas as minhas forças seu abusador do Caralho! Você vai pagar caro por isso tudo que fez comigo, você vai mofar no inferno seu filho da puta! Eu odeio você! Tenho nojo de voce! Me dá ânsia só de olhar para sua cara! Eu quero que você se foda! -Cuspo mais sangue. Ele me levanta pelos braços e me joga na mesa. Pega um canivete russo e aponta a faca para mim.
-Você não passa de uma cachorra. -Segura minha blusa e rasga deixando meus seios expostos. -Nunca passou. Bem que as pessoas me avisaram a que classe você pertencia sua vadia.
-E você não passa de um rostinho bonito! -Chuto seu estômago e tento fugir mas sou puxada de volta pelos cabelos.
-Vamos ver se o Eduardo ainda vai achar você linda depois disso... -Arregalo os olhos com medo. Ele passeia a ponta do canivete na minha cara. -Se você não for minha, não será de mais ninguém... -Afunda o canivete no meu rosto e eu grito de dor esperniando. Seus olhos brilham de satisfação. Ele corta toda a lateral direita, minha visão fica turva enquanto eu continuo gritando.
Vejo um vulto preto entrando no local correndo, joga o Daniel no chão e o bate sem pena. Não sei quanto tempo ele passa batendo no Grego eu só sei que ele vem até mim.
-Aí meu Deus Lexa... -Segura meu rosto. -Não desmaia por favor fica comigo e vamos embora que isso aqui vai dar merda!
-Eu não consigo andar. -A dor é tanta que eu apago.
***
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O Príncipe Do Tráfico
Teen Fiction-O alemão é meu! E ninguém vai ser capaz de tira-lo de mim! +18 escrito por uma -18, contraditório não? Capa: @atelieCGS